Após o início da produção dos veículos genuinamente nacionais, vieram quase que imediatamente os esportivos de pequena produção, inicialmente com investimentos das fábricas (Willys Interlagos e VW Karmann Ghia) e depois por obra de empresas independentes (Brasinca e Puma, entre outras). Praticamente todas as motorizações disponíveis por aqui foram utilizadas nas baratinhas (até motor de caminhão no Uirapuru e de Jeep no Capeta!), mas, curiosamente, a única mecânica brasileira com vocação realmente esportiva não emplacou em um legítimo Grand Tourer nacional - claro que estamos falando do quatro-cilindros DOHC da FNM, produzido sob licença da Alfa Romeo para o JK. A primeira tentativa veio com o Onça, uma cópia descarada do Mustang produzida com apoio da estatal que acabou vetada pela Alfa em Milão e cuja produção não passou de uma dúzia de unidades, se tanto. A segunda tentativa veio na virada dos anos 70, quando o Brasil queria ser grande; Darts, Galaxies e Opalas estavam sintonizados com o que se produzia lá fora e o sucesso do Puma até nos mercados de exportação encorajava novos empreendimentos das firmas pequenas. Assim, a concessionária FNM Caminhonauto viu espaço para um novo GT baseado no JK - ou 2150 naquela época. De estilo moderno (embora não necessariamente harmonioso), o projeto teve sua execução a cargo de Toni Bianco, que construiu uma carroceria de chapa baseada no chassi encurtado do sedã, e tinha ares de berlinetta, com espaço reduzido no banco traseiro e carroceria fastback. Entretanto, como ocorrera com o Onça em 1966, a Alfa Romeo, que havia assumido o controle da FNM em 1968, não concordou em ceder sua mecânica para um esportivo desenhado sem sua chancela e o FNM Fúria GT, como foi apresentado no Salão do Automóvel de 1972, não passou do único protótipo construído pela Caminhonauto. Presumindo a fidelidade do modelo da foto, premiado como o melhor Alfa Romeo nacional no Brazil Classics 2010, à época do seu lançamento, ele ainda traz a curiosidade de ter sido o primeiro carro nacional a carregar o brasão da casa milanesa, já que o 2300 só chegaria em 1974. Boa oportunidade para os colecionadores de fotos de Alfa Romeo pelo mundo enriquecerem seu acervo!