quarta-feira, 20 de março de 2013

O ANCESTRAL DE UMA LINHAGEM VENCEDORA


Reparando nos marcadores do post anterior, percebi que, em quase cinco anos de blog, eu nunca havia postado nada sobre a Mitsubishi, uma das marcas de maior sucesso no esporte a motor em todos os tempos e um dos maiores conglomerados industriais do mundo (lembro de ouvir, ainda criança, um tio ensinando que a marca fabricava desde canetas até aviões de combate!). Fiquemos hoje, portanto, com o primeiro Lancer, surgido para ocupar o lugar do Colt, que crescera de tamanho e dera origem ao médio Galant. Já nos seus primeiros anos de vida, ele se mostrou um sucesso em alguns dos ralis mais difíceis do mundo, inclusive com vitória no Rali do Quênia de 1974, pilotado por Joginder Singh, na versão 1600 GSR da foto, que mora no Brasil sob os cuidados do importador da marca. Com 825 kg e 110 cv, a versão "brava" da primeira geração foi de 1973 a 1978 e é um antecedente à altura dos monstrengos Lancer EVO, que brilharam nas pistas de rali nas mãos de Tommi Mäkinen, na virada do século, e povoam os sonhos de qualquer garoto aficcionado por automóveis atualmente.

terça-feira, 19 de março de 2013

10 RIVALIDADES APAIXONANTES

Sempre que falta assunto aqui no blog, uma ótima saída é recorrer às listinhas que povoam o imaginário de qualquer entusiasta, fórmula que pode ser comprovada olhando as últimas estatísticas que mostram o sucesso estrondoso desse post. Pois bem, inspirado pela dupla Mercedes 190E 2.3-16 e BMW M3, vamos a dez pares de carros-esporte adversários que eu sonharia em admirar em minha sala de estar ao sabor de um Jack Daniel's Old Barrel - e levar para passear em uma estrada deserta num domingo ensolarado, claro!

1 - GT Malzoni x Willys Interlagos


E quem não gostaria de reeditar o principal duelo das pistas brasileiras dos anos 60?

2 - Corvette Sting Ray x Jaguar E-Type


Potentes e sensuais como qualquer macchina italiana, por uma fração do preço delas e com desenho inconfundível, como convém a qualquer clássico esportivo.

3 - VW SP2 x Puma GTE


Os pequenos esportivos com motor de Fusca refrigerado a ar bem que tentavam levar o espírito das pistas brasileiras dos anos 60 para as estradas dos anos 70, mas a coisa ficava mais na aparência do que nos números de desempenho.

4 - Charger R/T x Maverick GT


Esse sim, talvez tenha sido o grande duelo no imaginário do motorista brasileiro no início dos anos 70. Pouco importava se eles derivassem de pacatos modelos de passeio; o principal era o ronco do V8 e a cantada de pneus nas arrancadas...

5 - Camaro x Mustang


Na mesma linha do duelo Charger x Maverick, porém iniciada ainda nos anos 60 e com muito mais opções de tempero, os eternos pony-cars americanos nada mais eram do que versões mais transadas de modelos compactos, mas até hoje sabem arrancar suspiros como poucos. E não é demais lembrar que a rivalidade perdura até hoje!

6 - MGB x Triumph TR4


Qual foi o último herdeiro do legado britânico de esportivos em seu sentido mais puro? O gigante British Leyland tinha franca preferência pela linha TR, mas os 500.000 MGB vendidos em 18 anos  sem praticamente nenhum investimento da matriz em seu desenvolvimento mostram que a questão era complicada...


7 - Ferrari 365 GTB/4 x Lamborghini Miura


O estado-de-arte dos esportivos italianos e uma das rivalidades mais famosas da história do automóvel. Logo depois do surgimento deles, veio a crise do petróleo e legislações mais rígidas quanto a emissões e segurança, que fizeram com que nunca mais houvesse carros assim.

8 - Ferrari F-40 x Porsche 959


Dois esportivos superlativos que recriaram o conceito do supercarro, inclusive batendo os 300 km/h. Devem deter, até hoje, algum tipo de recorde de comparativos entre si nas publicações especializadas.

9 - BMW M3 E30 x Mercedes 190E 2.3-16


Dos anos de ouro da DTM para a sua garagem por um precinho que dá pra encarar... 

10 - Subaru Impreza WRX STi x Mitsubishi Lancer EVO


A versão japonesa da briga alemã aí de cima, tendo as pistas de rali como pano de fundo, ao invés das pistas da DTM. Só mesmo os marketeiros para explicar por que um país que produz clássicos desse nível precisa ficar criando marcas de prestígio insossas como Lexus, Infiniti e Acura para vender nos EUA.

E aí, faltou algum?

segunda-feira, 18 de março de 2013

O BRILHO DA ESTRELA

Para se contrapor à série 3 da BMW e 80 da Audi e não perder terreno no campo dos sedãs médios, a Mercedes colocou o 190E no mercado em 1982, modelo que foi muito apreciado por trazer todos os predicados da marca de Stuttgart em um pacote mais compacto que agradou em cheio os jovens bem-sucedidos da época. Mas a coisa começou a esquentar mesmo somente no ano seguinte, quando surgiu o 190E 2.3-16 da foto acima, um foguete de 185 cv, 225 km/h de máxima e 0-100 em 8 segundos - é bom lembrar que ele tinha apenas 4 cilindros - graças ao cabeçote de alumínio com 4 válvulas por cilindro, trabalhado pela Cosworth. O toque final ficava por conta da primeira invertida (para a esquerda e para trás), para que as quatro marchas mais altas ficassem dentro do H, como nos carros de competição. Considerado um legítimo puro-sangue que brilhou na DTM, o 190E trazia discretos adereços aerodinâmicos e quebrou uma tradição da marca, iniciada com o 300 SL dos anos 50, de estampar a estrela na grade dos seus esportivos, tendo a mantido no alto do radiador, como nos modelos mais sóbrios. De qualquer forma, o invocado sedã precipitou a chegada de outra legenda das Autobahnen dos anos 80, o BMW M3 do post abaixo, de 1985.

quinta-feira, 14 de março de 2013

QUEBRANDO OU RESGATANDO TRADIÇÕES?

Há pouco tempo, tive a oportunidade de andar no fantástico novo BMW 328 que, ao contrário do que sugere a sigla, não vem com um seis-em-linha de 2.8 litros, mas sim com o mesmo 4 cilindros do 320, porém turbocomprimido. Impressões à parte, logo veio a inevitável discussão com os amigos se a BMW fez certo em sua opção por um motor de menor cilindrada, visando atender a exigências européias e norte-americanas por menores consumo e poluição. Os saudosistas evocaram as tradições da marca, iniciada com o 328 do pós-guerra, que teve seu conceito básico copiado pela Jaguar no XK 120, passou pelos belíssimos CSL e CSi dos anos 70 e povoou o nosso imaginário com a chegada dos 325 nos anos 90 - o 318 da época era visto com algum desdém devido ao desempenho apenas suficiente do seu 1.8. Diante de tanto saudosismo, contra-argumentei que o mais puro, selvagem, desejável e belo representante de toda a série 3, o M3 original de 1985 (código E30), só era disponibilizado na versão quatro-cilindros de 200 cv, feito a partir do seis-em-linha do M1, de modo que um 328 com quatro cilindros e 245 cv seria tão-somente uma volta às origens. E que nunca seria demais lembrar que o turbocompressor do novo 328 tem tudo a ver, já que evoca o BMW 2002 Turbo de 1973, o primeiro automóvel de série a usar esse acessório. Quem não concorda, que fique com o novo 325, que manteve o seis-em-linha...

terça-feira, 12 de março de 2013

II RAID DA MANTIQUEIRA


Consolidando a recente tendência do antigomobilismo brasileiro de valorizar eventos dinâmicos, os entusiastas foram brindados, no ano passado, com mais uma prova de regularidade de nível internacional, o Raid da Mantiqueira, cuja primeira edição teve, nesse Corvette Stingray 1975 de Emílio e Glícia Losada, o grande vencedor entre 28 participantes, numa diversidade de clássicos que ia de um magnífico LaSalle do final dos anos 30 até um singelo Mazda Miata dos anos 90, competindo na categoria "Futuros Clássicos". Este ano, o evento está programado para 24-25 de maio e promete se consolidar como um dos mais charmosos do Brasil. Uma lenda das pistas, Jan Balder, já confirmou presença, e outras figuras ilustres são aguardadas. O Antigomóveis estará lá, a caráter, para dar ao leitor o ponto de vista de um competidor.