terça-feira, 27 de janeiro de 2009

PISADA NA BOLA

A idéia parecia ge-nial: dotar o utilitário mais queri-do do Brasil do tipo de motor mais desejado para veícu-los de tra-balho por a-qui, graças aos subsí-dios governamentais pagos, até hoje, por quem consome gasolina. Aproveitando o motor 1600 Diesel fabricado para exportação, destinado a equipar os Passat, Golf e Rabbit, a Volkswagen lançou, em 1981, a Kombi Diesel nas versões Pick-up, Pick-up Cabine Dupla e Furgão - a de passageiros não se enquadrava nas especificações para ganhar o novo motor. Entretanto, o desenvolvimento do utilitário foi apressado e a versão final acabou padecendo de problemas crônicos de refrigeração e má lubrificação, fazendo com que a maioria dos motores, normalmente exigidos em condições severas, fundisse com menos de 60 mil km. A Volkswagen - que, nas décadas anteriores, tanto fizera pela sua imagem - simplesmente culpou a má qualidade do diesel brasileiro, já que o motor originalmente se destinava a mercados com combustível muito superior ao nosso, e os compradores acabaram ficando com o mico na mão, tendo sido a maioria dos propulsores trocados por unidades a gasolina do Passat, enquanto o motor era retirado de linha em 1986. Certamente não foi esse o caso da rara Cabine Dupla saia-e-blusa acima, flagrada no encontro de Santo André/08 esbanjando todo o seu charme.

17 comentários:

De Gennaro Motors disse...

ola amigo

tudo bem ? parabéns pelo blog...muito legal !

abraços, Gennaro

A Paris... disse...

Caro Malta,
Lá venho eu com minhas opiniões “atravessadas”...
A meu ver o maior problema das Kombi Diesel é que simplesmente “puxavam” muito para quem estava acostumado com o motor VW Boxer e o “povo” entrou numa.
Certamente houve desafios na parte de refrigeração e lubrificação, mas acho que o maior problema foi a falta de um limitador de rotação do motor que acionava uma tração mais reduzida do que aquela para a qual foi inicialmente projetado – isto fazendo com que a troca de marchas tivesse que ser feita num giro do motor menor para preservar o propulsor. Certamente poucos motoristas “safos” respeitaram esta condição e há casos de uma longevidade aceitável destes excelentes, econômicos e irritantemente barulhentos motores (a marcha lenta era um suplício e ai o “neguinho” ficava acelerando desnecessariamente para evitar o trepidar em marcha lenta – o consumo e o aquecimento “agradeciam”).
O motor era muito bom, mas particamente TODOS andavam com o dito cujo acima do giro e assim é difícil um motor Diesel agüentar.
“Houvera” sido instalado tal limitador de rotação, as marchas teriam forçosamente que ser trocadas no tempo adequado e estes motores iriam durar o que seus parentes alemães duravam, sem detrimento sensível à performance.
O que se pode discutir também, ao lado dos problemas que você levantou (que podem ter sido conseqüências) é a falta de visão daqueles engenheiros do seu artigo no Portal MAXICAR, que neste caso pisaram na bola - aqui o senso Tupiniquim de adaptação às condições reais de uso não funcionou mesmo.
Just simple like that...
Um abraço
Alexander Gromow

Luís Augusto disse...

Gromow, como sempre, fico muito feliz por você enriquecer esse pequeno espaço com seus comentários.

Como eu coloquei no artigo, esses motores se destinavam a uso em condições severas nos veículos de trabalho, ao contrário dos seus pares para exportação, que se destinavam a veículos de passeio.

O problema da qualidade do Diesel brasileiro é uma pedra no sapato dos engenheiros até hoje - vide a pouca durabilidade das vans coreanas que chegaram aqui nos anos 90 e da versão diesel da Chevrolet Tracker, que acabou micando o modelo e fazendo com que a GM passasse a trazer só a versão à gasolina. Fora daqui, foram carros aprovados pelo consumidor, como ocorreu com o VW diesel em questão.

Anônimo disse...

Essas Kombi diesel são muito singular. E as novas, refrigeradas à água, têm uma aparência que nos remete à elas, com essa capa preta na frente...
Mais: não é raro nos deparar-mos com muma Saveiro, das antigas, com um motor hiper-super-mega barulhento... é o motor a diesel da kombi que está trabalhando alí em baixo...

Felipão disse...

Realmente, por esses dias ouvi uma matéria na rádio (acho que Band) em que dizia isso, o diesel vendido por aqui é muito ruim. Até deram uma explicação técnica, que não vou me lembrar agrora. Andei muito em uma pick-up como essa, que era do meu avô.

Luís Augusto disse...

Guilerme, já vi mesmo Saveiros a diesel, mas nunca me liguei que o motor era o da Kombi...

Felipão, a grosso modo, a explicação é o excesso de enxofre do diesel brasileiro que o torna muito poluente e danifica os filtros e bombas lubrificantes dos motores mais sensíveis.
Mudando de assunto, que encontro vc perdeu, hein?

De Gennaro Motors disse...

valeu amigo...coloquei seu link em meu blog...OK

abraços, Fernando

Anônimo disse...

Sempre gostei dessas cabines duplas a diesel. E o problema er na bomba injetora, que sempre dava pane.
Aproveitando o post anterior, no sábado fui apresentado oficialmente ao Wartburg branco IMPECÁVEL do Flávio Gomes. Um barato e com seu indefectível motor de DKW.
Parabéns pelo blog.

Luís Augusto disse...

Valeu, Tohmé. Vc é o das miniaturas? Sempre dou uma passada lá também.

Cesar Costa disse...

Tive uma dessas modelo 82. Só usei como carro de passeio e nunca tive problemas com o motor, que acabei colocando num Passat, transformado em cabine dupla e no total rodei uns dez anos. A única adaptação que fiz foi colocar um botão para acionar a ventoinha manualmente, quando o motor esquentava mais. O problema desta Kombi era o desempenho. Me lembro de uma viagem Rio-São Paulo em que a cada lombada da Dutra passava um Cometa e a bichinha chegava a balançar com o deslocamento de ar. E olha que estavam eu, minha mulher e meu enteado de 12 anos. Tinha algumas lambanças da engenharia da Volks, como a colocação da bateria atrás do filtro de ar enorme, no mesmo lugar do motor à gasolina (tinha que soltar quatro parafusos do filtro, mais os da bateria para simplesmente ver o nível da água), mas não era um carro ruim.

Luís Augusto disse...

Grande César, você levantou um ponto interessante: não foram poucos os que compraram a cabine dupla como carro de passeio para aproveitar o melhor preço do Diesel. De certa forma, ela foi a precursora das cabines duplas baseadas na D-20 e F-1000 da década seguinte. Obrigado pela colaboração.

Anônimo disse...

Vai ser bonita assim lá na casa do chapeu!

Anônimo disse...

Meu pai comprou uma destas no lançamento o motor dele durou 100.000.
Quando estava com 30.000 nas revisões as concessionarias já estavam informando, que não tinha o que fazer e que o motor iria travar e quando isso acontecer a vw trocaria o motor da kombi por gasolina e ou troca por outra kombi normal a gasolina.
Foi que meu pai fez pegou uma nova a gasolina, achou que iria perder menos....

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

Um idoso do meu bairro me disse que o problema desse motor não era nem o filtro de ar, mas o rotor da bomba d'água que era subdimensionado.

Anderson b jesus disse...

Oi cesar costa queria saber o por que q nao pode passar d 80 km kom a kombe disel quero compra uma tenho gabine dupla a gasolina vou vender e queria compra essa adisel mas estou com medo nao sei nada sobre isso pode me ajudar

cezar disse...

a bomba d'água realmente faz diferença, a olho já da pra ver que a rotação e muito baixa da pra quase contar os dentes da correia dentada, no meu caso diminui a polia da bomba d'água, fiz uma no torno de tecnil e melhorou bem, se percebe que a ventoinha liga e a temperatura volta ao normal, vc não precisa parar o carro e esperar a temperatura abaixar porque ela se mantem, eu ainda vou fazer outra polia menor ainda e testar. abraços, cezar zap 44 998134871.

Cesar Costa disse...

Oi Anderson. O problema é que ela não desenvolve mais do que isso. É muito carro e pouco motor