quarta-feira, 25 de abril de 2012

ANTES DO TOMBO



Com a proximidade do encontro de Lindóia, me lembrei da notícia de que, há três anos, uma limousine Mercedes 600 Pullman havia caído da cegonheira ao chegar no encontro paulista. Logo depois, vieram as fotos, que mostraram que a vítima não foi exatamente o "carro do papa", como inicialmente se acreditou, mas sim um modelo 230.6 de chassi alongado, muito usado como taxi no Oriente Médio nos anos 70 e 80. Nunca mais tive notícias dessa carro, que na época fazia parte do acervo de um folclórico colecionador de BH, e seria bacana vê-lo de novo na praça Adhemar de Barros nesse ano, brilhando novamente como nova. A foto, anterior ao acidente, foi capturada do moribundo blog do Chico Rulez.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

EPIDEMIA




Caros amigos, infelizmente já não dá mais para tratar as sucessivas notícias de furto de veículos antigos, especialmente na grande São Paulo, como infortúnios casuais de colecionadores desatentos com suas jóias. Parece evidente que há um esquema forte de encomenda de carros antigos, principalmente de modelos mais comuns, que valem uma fortuna desmanchados ou podem ser facilmente dispersados na multidão com a troca de algumas características. Um traço comum de todos os casos é o excelente estado dos carros, como pode ser visto nessas três últimas vítimas, todas da semana passada, como já noticiado por aí, padrão que reforça a idéia de uma estrutura bem montada por trás dos delitos. Infelizmente, publicar as fotos e torcer por um final feliz é o máximo que podemos fazer, já que, do poder público, podemos esperar pouco, como já virou hábito no Brasil.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O ICONOCLASTA


Famoso entre os amantes de automóveis pelo seu desenho diferenciado, o Citroën Traction Avant tem características praticamente únicas que acabaram entrando para o folclore do antigomobilismo brasileiro, a começar pelo apelido de "Ligeiro" (tradução equivocada de légére, ou leve em francês). Disponível nas versões de quatro e seis cilindros (11CV e 15CV, respectivamente, números alusivos à potência fiscal na França), ele se diferenciava na paisagem pelas seguintes características:
- a estranha posição da alavanca de câmbio, semelhante a um cabo de guarda-chuva, que saía do painel em posição horizontal para acionar a caixa de marchas que ficava à frente do motor.
- a tração dianteira, raríssima nos anos 30 e mesmo nos anos 50, quando o modelo chegou por aqui em maior quantidade, como o 11CV 1949 da foto acima.
- a enorme cabine de passageiros, graças ao espaço liberado pela caixa de câmbio em posição incomum.
- o baixo centro de gravidade graças à estrutura em monobloco, no que foi precedido pelo Lancia Lambda, que também lhe dava a leveza que justificava seu apelido na França.
- estabilidade muito superior à dos contemporâneos, graças aos avanços mencionados acima, que renderam a lenda de que a fábrica dava um carro novo ao proprietário que conseguisse capotar um Traction Avant.
Entretanto, como ocorreria mais tarde no Citroën DS, o conjunto mecânico não era tão avançado quanto o resto das soluções e, apesar de suas qualidade dinâmicas, o 11CV nunca foi um campeão de desempenho, tendo havido casos de motor fundindo por falta de lubrificação quando mais exigidos. Considerando a quantidade em que era visto por aqui, o revolucionário francês se tornou até raro nas coleções atuais, principalmente na versão seis cilindros.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

VARIANTS

Um exercício que costuma ser bastante interessante é o de colocar "parentes" lado a lado para comparar as formas, as proporções, a evolução dos desenhos. Lembro de alguns encontros promovidos aqui no blog, como o do Brasinca e do Jensen e dos primeiros e os últimos Puma DKW, DKW Belcar e Charger nacionais, mas um que sempre quis fazer foi o do VW Tipo 3 alemão e os derivados do Zé do Caixão nacional (Projeto EA-97, segundo o código da VW alemã). É muito comum que se acredite que eles sejam exatamente o mesmo projeto, o que já foi desmentido aqui, mas faltava a fotinha para documentar a modernidade do EA-97 nacional frente ao Tipo 3 alemão, dez anos mais velho, do qual o brasileiro foi uma evolução que acabou descartada pela matriz. Foto tirada do blog do Chicão.

terça-feira, 17 de abril de 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

ADEUS À BARATINHA


Depois da tragédia que se abateu sobre o amigo Chicão Pellegrino, ficamos perplexos, como se tudo perdesse o sentido subitamente. Não se trata aqui de lamentar a perda material, a que todos estamos sujeitos, mas do fim brutal de um projeto bacana, bestamente incendiado por um irresponsável em uma noite de domingo. Como não há muito o que dizer nesses momentos, fiquemos com uma imagem da baratinha que já era de todos nós. Você vai superar mais essa, amigo!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

MAIOR QUE A CHRYSLER

Em 1925, ano do belo Super Six acima, a Hudson era a terceira marca mais vendida dos EUA, atrás da Ford e da Chevrolet. Como se vê, nem sempre as Big Three foram as mesmas...
A curiosidade fica por conta do volante à direita, algo incomum em um modelo americano, o que faz crer que a unidade da foto se destinava originalmente à exportação para algum país de mão inglesa. Foto do Brazil Classics 2006.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

TRAÍDO PELA MEMÓRIA


Revendo a foto da última "geração" do Falcon argentino, no post abaixo, me veio à lembrança o sedã Toyota Crown, que apareceu na Quatro Rodas do Salão 1990 como o primeiro carro de passeio da marca a desembarcar por aqui, na onda da abertura às importações. Parece que nenhum Crown foi oficialmente trazido pela Toyota, mas o sedanzão, produzido no Japão em diversas gerações desde 1955 e muito usado como taxi em Tóquio, ficou na lembrança pelas linhas conservadoras que em nada remetiam ao vanguardismo nipônico vistos nos contemporâneos Mitsubishi Eclipse e Mazda Miata, por exemplo, e, quase 22 anos depois de ter visto a foto, me pareceu bem similar ao Falcon dos hermanos. Ledo engano...

O OUTRO CONTEMPORÂNEO DO DEL REY


Se o leitor achou a situação da Ford brasileira desanimadora nos anos 80, na Argentina a coisa não era muito diferente com o decano Falcon, que foi remendado até extrapolar o limite de qualquer senso estético quando foi retirado de linha em 1991, para dar lugar ao Sierra, que, por sua vez, foi prematuramente retirado de linha para a entrada do VW Santana da Autolatina (idêntico ao Versailles, chamado Ford Galaxy por lá). Como o Renault R12/Corcel, o Falcon surgiu como um compacto no seu país de origem (nesse caso, os EUA, como já mostrado aqui), mas ganhou status de "carrão" na medida em que a economia sul-americana ia de mal a pior, alcançando um status semelhante ao que tinha o Opala no Brasil. Não é de se surpreender que, tal como esse último, o Falcon seja um queridinho dos entusiastas argentinos até hoje.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O CONTEMPORÂNEO DO DEL REY



No final dos anos 60, em meio ao reinado da Volkswagen no mercado brasileiro, as Big Three americanas resolveram, quase que simultaneamente, produzir automóveis de passeio em território nacional (Galaxie em 1967, Opala no final de 1968 e Dart em 1969). Mas, enquanto a Chrysler e a GM adotaram políticas conservadoras, com um único modelo médio-grande nos primeiros tempos, passando a um compacto de origem européia cerca de cinco anos depois (Chevette e Dodginho), a Ford, sob influência direta de Henry Ford II, decidiu que chegaria no mercado brasileiro arrebentando. Lançou, de cara, um full-size muito superior ao que o consumidor local demandava (o Galaxie), seguido pelo médio Corcel, originário do Renault R12, e pelo médio-grande Maverick, além do Jeep herdado da Willys. Duas crises do petróleo, calotes, gastança desenfreada do governo militar, inflação galopante e retração do mercado provaram que a política agressiva da Ford havia sido equivocada e a tragédia só não foi completa porque o Corcel segurou a barra no período mais difícil - salvo engano, ele detém, até hoje, a marca de ter sido o Ford de passeio produzido em maior número por aqui. Essa estranha conjuntura - o carro-chefe da sucursal brasileira de um gigante mundial ser um produto originário de um concorrente - nos privou do contato com os excelentes Ford europeus até o aparecimento do Escort Zetec em 1997 (sim, o Escort surgiu por aqui em 1984, mas seu "coração" continuou Renault até 1989 e passou a ser VW a partir de então, nas versões mais fortes). Toda essa história para ilustrar o abismo que separou a Ford brasileira das irmãs do resto do mundo, que ficou evidente em meados dos anos 80, quando os mais aficcionados viam o aerodinâmico (e, convenhamos, meio estranho) Sierra brilhar nas provas da DTM e do WRC. Criado para substituir os médios Cortina (inglês) e Taunus (alemão), ele unificou a estratégia da Ford européia, concorrendo na mesma faixa do Opel Ascona e VW Passat. Enquanto isso, a Ford brasileira, fazia o que podia para dar alguma dignidade ao velho Renault R12/Corcel para enfrentar a chegada dos modernos Monza e Santana, caprichando nos ítens de luxo e dando-lhe a pomposa alcunha de Del Rey, obtendo sucesso entre os clientes mais fiéis da marca até 1990, quando um desenho de origem VW (o Versailles/Santana) finalmente substituiu o velho projeto francês.

terça-feira, 3 de abril de 2012

VIDA LOUCA, VIDA BREVE, JÁ QUE EU NÃO POSSO TE LEVAR...


Caros amigos, apesar de a lua-de-mel ainda não ter acabado, por um capricho do destino vou ter que me desfazer do meu querido MGB, que tantos sorrisos me trouxe nesse pouco mais de um ano em que vivemos juntos. Para quem quer um legítimo esportivo britânico a um custo bem razoável ou quer restaurar um clássico segundo seus próprios padrões de exigência, uma oportunidade e tanto. Negociações exclusivamente com o Gustavo Brasil.