segunda-feira, 31 de outubro de 2011

MENOS DO MESMO


Depois de alguns ensaios para pendurar as chuteiras, parece que, realmente, está chegando a hora do Antigomóveis se despedir com dignidade dos seus leitores. Em três anos e pouco, creio que tudo o que eu tinha a dizer a respeito dos automóveis antigos está aí, metodicamente organizado e ricamente comentado pelos leitores, muitos dos quais se tornaram grandes amigos. Nunca se teve aqui a pretensão de se tornar referência de nada, mas certamente a meta de ficar longe do pedantismo, que muitas vezes tolhe o prazer das boas coisas da vida, foi perseguida - e, creio, alcançada na maior parte das vezes. Continuar a escrever na linha editorial adotada até aqui seria repetir à exaustão o que já foi dito, algo sem sentido em uma atividade feita por puro diletantismo. Eventualmente, pode surgir uma abordagem nova que renove o fôlego do blog, mas não é o que se desenha no horizonte, talvez porque a linguagem dos blogs tenha sido superada pelo alcance das redes sociais e pela rapidez do Twitter, talvez porque o tema tenha se esgotado mesmo. Paralelamente, decidi não expandir mais minha pequena coleção nos próximos anos, coleção cuja foto escolhi para fechar este trabalho - a hora, enfim, é de curtir o que já foi construído. Obrigado a vocês pelo prestígio nesse tempo todo, uma época de intensidade estonteante na minha vida pessoal. A gente se vê por aí.
Abraços,
Luís Augusto

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 20 - MEGAHITS




E, para fechar a série Top 3, três unanimidades, três carros que, de tão bons, resistem até mesmo às análises mais ácidas do Zullino e do M. Se você não tiver um orçamento ilimitado, já está no mundo do carro antigo há algum tempo e quer tocar um projeto que te dá o tão sonhado passaporte para ser saudado como um connaisseur em qualquer rodinha ou encontro de colecionadores, um Mustang 64-68, um Porsche 911 dos anos 70 ou um MGB, cada qual com sua personalidade bem distinta, são os meus três eleitos para a tarefa. Relativamente acessíveis, com farta literatura e repuestos facílimos de encontrar, eles são ótimos candidatos a companheiros de muitos anos. E o melhor: não são caríssimos como as Ferrari e outras berlinetas italianas, sua manutenção é muito menos complexa do que a de um Alfa ou Jaguar, seu desempenho é instigante como deve ser e, mesmo na quarta ou quinta década de vida, são mais joviais do que muitos sisudos alemães e menos datados do que a maioria dos franceses. E você? Prefere a música de um V8, o carisma de um puro-sangue com seu boxer refrigerado a ar ou a magia de um esportivo britânico? Faça sua escolha, entre em contato com o M para importar o seu, programe uma belíssima restauração e divirta-se com seu brinquedo! Se alguém falar mal é pura inveja...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 19 - NOBRES ESQUECIDOS




Para fazer contraposição à categoria abaixo, selecionei três carros brasileiros também derivados de modelos de grande produção, mas que realmente tinham algo de verdadeiramente esportivo em suas almas, além de um simples aumento da potência. Curiosamente, nenhum dos três desperta sequer a metade dos suspiros dos "esportivados" abaixo, mostrando o quão complexa pode ser a paixão por automóveis antigos. São eles, o Willys 1093, do qual já se falou aqui, o Oggi CSS, já abordado aqui e o Vectra GSi, um canhão de 150 cv e 220 km/h de máxima graças a cabeçote de alumínio, pistões forjados, como no Opel Calibra, injeção multiponto seqüencial e escapamento dimensionado, um conjunto bem diferente daquele do Vectra CD de segunda geração, também 2.0 16V. Todos preferiram sair de costas para os leitores, em um discreto protesto contra a indiferença da maioria dos antigomobilistas em relação à sua memória.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 18 - ESPORTIVADOS




Desde muito cedo na indústria automotiva brasileira, "esportivar" um modelo de grande produção provou ser atividade das mais rentáveis. Um aumentozinho na cilindrada, um carburadorzinho a mais aqui, um comando mais bravo acolá, falsas entradas de ar, aerofólios, faixas decorativas, bancos esportivos e... pronto! Mais um "puro-sangue" orgulhosamente brasileiro estava à disposição de um público ávido por novidades, normalmente por um preço tão intimidador quanto a aparência. Do Simca Rally ao Kadett GSi, a fórmula foi repetida à exaustão, mas qual seria o mais interessante? Meus eleitos seriam o Dodge Charger R/T dos primeirões de 1971, o Opala SS 73 e o Passat Pointer da última safra. Um Esplanada GTX e o próprio Kadett GSi também não iriam mal... nem um Monza S/R ou um Maverick GT. Ai, ai...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 17 - BARATEX




Você está louco para ingressar no antigomobilismo, mas o orçamento está curto? Não concorda com o que andam pedindo por Opala 4 cilindros ou Fusquinha meia-boca? É metido a conhecedor e não aceita qualquer tranqueira apenas pelo fato de ser antiga? Não perca a esperança! Apesar da enorme valorização vista nos últimos 10 ou 15 anos, ainda é possível encontrar coisa boa por até, digamos, 10 mil reais, muitas vezes ainda com os primeiros proprietários. Mas é bom se apressar para não perder a onda e depois entrar na turma que adora contar que deixou de comprar um Charger inteiríssimo por 5 mil reais há não sei quantos anos...
Com vocês, três modelos muito bem aceitos entre os entusiastas europeus e ainda encontradiços por estas bandas a preços atraentes, o Hillman Avenger, o Opel Kadett C e o Fiat 127 - Dodginho, Chevette e 147 para os íntimos. Naturalmente, para deixá-los em estado tão impecável como o dos carros das fotos, você vai ter que investir um pouquinho na elegância deles, coisa de duas ou três vezes o valor da compra...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 16 - ESTRELAS DE TV




Esses, talvez pela longevidade dos seriados, marcaram até mais do que as estrelas de cinema e ficaram no imaginário de gerações inteiras. Afinal, qual "garoto", hoje com 30 e poucos anos, que nunca se imaginou ao volante da Ferrari 308 do Magnum ou dando saltos com o Charger General Lee de Os Gatões? E sobre o Simca Chambord do Vigilante Rodoviário, qual a idade atual dos garotos daquela época?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

FUSCONES

Novo blog na parada - e dos bons! O Flat 6 power do Migdonio, especialista em Porsche, promete ser o novo ponto de encontro dos amantes do velho boxer. Já está entre os favoritos do Antigomóveis.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 15 - NOVOS CLÁSSICOS




A segunda década do terceiro milênio já avança e os carros dos anos 90 começam a despertar interesse especial. Tirando os modelos de marcas prestigiosas (ou premium, como adoram dizer os marketeiros), separei três boas apostas dos anos 90 para fazerem sucesso nos futuros encontros de antigomobilistas. O Mazda Miata MX-5 deve ser unanimidade. Nascido de maneira um tanto despretensiosa para reviver o espírito dos roadsters ingleses dos anos 60, ele foi um sucesso estrondoso mesmo sem números expressivos de desempenho, mostrando novamente que esportividade está muito além de marcas absolutas de velocidade e aceleração e que releituras de clássicos do passado transcendem as meras caricaturas que andam por aí. Já o Chevrolet Omega CD, feito por aqui entre 1993 e 1998, deverá ser lembrado como o último grande automóvel fabricado no Brasil. As versões 3.0 têm comportamento superior, mas meu eleito seria o 4.1 de 168 cv herdado, a partir de 1995, do Opala, cuja sombra ainda paira - injustamente - sobre seu substituto. E o último, um iconoclasta que marcou época, mas acabou não ditando tendências, o Citroën XM, lançado em 1989 para celebrar os 200 anos da Revolução Francesa. Belo design e suspensão "hidroproblemática" estão no pacote deste que também deve merecer lugar nas coleções futuras. Menção honrosa a um certo Suzuki Swift...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 14 - DA TERRINHA




Ok, o Brasil nunca teve uma indústria automobilística genuinamente nacional, mas algumas iniciativas daqui enchem os mais ufanistas de orgulho e despertam as mais diversas teorias conspiratórias contra o "capitalismo predatório" que tomou conta "desse país", muito embora boa parte dessas iniciativas não passassem de devaneios empreendedoristas. Polêmicas à parte, tivemos mesmo alguns carros que merecem figurar em qualquer resenha sobre a História do Automóvel e não foi difícil chegar aos três mais expressivos. Não foi incluído aqui o hours concours GT Malzoni, que já garantiu seu lugar em outra categoria. Pois bem, aos vencedores: Brasinca 4200 GT Uirapuru, Puma GTE e VW Brasília. Sobre o primeiro, nem há muito mais o que dizer além de que sou fã confesso do seu desenho e da sua realização como produto digno de figurar ao lado dos GTs europeus em uma época em que a tecnologia brasileira ainda engatinhava. O Puma com motor VW, das safras 68-72, é o esportivo nacional por excelência. Bonito, leve e rápido, ele acabou sendo vítima da política equivocada da marca e logo se transformou em um Fusca travestido de esportivo com péssimo acabamento e desenho cada vez mais genérico, chegando ao vulgar no final da carreira. Mas os primeirões ainda enchem os olhos! E, finalmente o Brasília, sucesso estrondoso que deu ao brasileiro espaço e modernidade dos contemporâneos europeus aliado à robustez e confiabilidade do imortal Fusca que lhe deu origem. Seu "gênero" envolve alguma confusão, pois trata-se de um hatchback (masculino, portanto) que, muito espertamente, foi enquadrado pela VW como perua (feminino) na época do lançamento, para pagar menos imposto. Portanto, é "o" Brasília, mesmo.

OS 3 MELHORES # 13 - TAXIS





Berlim tem seus fabulosos Mercedes Classe E, assim como boa parte da Europa ocidental; Munique é um bastião de resistência à estrela de três pontas, com parte da frota de carros "de praça" composta orgulhosamente de BMWs Série 5. O México (ainda) tem seus Vochos, deliciosamente inadequados ao serviço, enquanto o Rio de Janeiro se rendeu à praticidade das Merivas. Mas os três eleitos de hoje conseguiram se integrar tão bem à paisagem de suas cidades que dá pena pensar em voltar lá e não mais encontrá-los, substituídos pela ditadura da produção em massa e da otimização do espaço interno. Com vocês, o já falecido Checker Marathon, de NY, do qual ainda há alguns modelos fazendo city-tours por Manhattan, o londrino Austin Fairway, que ultimamente ganhou corpo de Fiat Dobló/Renault Kangoo, mantendo as feições originais, em um exercício de mau-gosto pouco comum nos britânicos, e o moribundo Peugeot 504, que ainda pode ser visto em Buenos Aires e que já mereceu um post por aqui, a respeito do seu charme, em priscas eras.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

OS 3 MELHORES # 12 - MUSCLE-CARS




Eis aí a mais autência expressão norte-americana de cultura automotiva. Criado por John Zachary DeLorean, na época diretor da Pontiac, ao mandar colocar o maior motor da marca no sedã médio Tempest e lhe dar o sugestivo basitmo de GTO, o conceito muscle-car teve vida curta por causa do controle de emissões, disparada no preço dos seguros para carros muito potentes e, principalmente, pela crise do petróleo de 1973, mas marcou época. Considerando que o primeiro GTO surgiu em 1964, aí estão os mais apaixonantes musculosos de quase uma década inteira, na qual polegadas cúbicas eram sinônimo de testosterona pura. O primeiro, naturalmente, é o próprio GTO, pioneiro e maior ícone do gênero, representado aqui por um modelo 1966. O Dodge Charger R/T 1968, certamente o mais belo, também não poderia faltar na lista. Já para o terceiro posto, há vários candidatos, mas me rendo ao gosto pessoal e fico com o Olds 442 1968. Se alguém quiser fazer as contas, deve haver aí mais de 20 litros de cilindrada e uns 1000 hp de potência...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

INVESTIMENTOS

Atendendo ao gentil pedido do amigo Guilherme da Luz, reproduzo aqui a interessante proposta do seu site sobre planejamento financeiro:

"O site emprestimo.org é um guia independente de finanças e empréstimos. O site criou um artigo para incentivar as pessoas a planejarem melhor antes de comprarem um carro e evitar dívidas indesejáveis: http://www.emprestimo.org/os-7-melhores-blogs-para-voce-encontrar-o-carro-dos-seus-sonhos.php"

Em tempos de turbulência, uma assessoria profissional para financiar nossos "pecados" é sempre bem-vinda!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

OS 3 MELHORES # 11 - RALLY




Para quem gosta rali, um prato cheio para discussões; diferentemente do que ocorre com os carros de pista, inclusive em provas presumivelmente de turismo, como a Nascar, os modelos criados para correr na lama e na neve parecem aos aficcionados, muito mais próximos da realidade das suas garagens. Por isso mesmo, não coube aqui nenhum representante da filosofia do extinto Grupo B, cujos maiores vencedores tinham motor central e só lembravam os modelos que lhe deram origem na aparência externa. Ao contrário desses pequenos monstros, os eleitos de hoje têm tanto carisma que suas marcas se tornaram sinônimo permanente de de sucesso no WRC. Com vocês, o Lancia Stratos dos anos 70, Audi quattro dos 80's e Subaru Impreza da virada do século.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

OS 3 MELHORES # 10 - PERUAS




Quase sempre derivadas de sedãs familiares, as peruas costumam ser desprezadas na posteridade em favor de versões de carroceria vistas como mais atraentes pela maioria dos entusiastas. Mas, claro, há exceções e creio que não haverá muita polêmica em relação ao trio apresentado aqui. A primeira é a Chevrolet Nomad de 1955, que, diferentemente das demais Station-Wagons americanas, derivava de um coupé hardtop e teve o desenho insiprado em um dream-car cuja proposta era a de uma versão perua para a primeira geração do Corvette. Com ampla área envidraçada e acabamento de categoria superior visto no Bel Air, a Nomad é hoje tida como uma das mais desejaveis versões de carroceria dos chamados Tri-Chevy ou The hot ones (1955-57). De 1958 em diante, o nome passou a designar qualquer perua grande da linha Chevrolet. Se os americanos não levaram adiante o projeto de uma perua derivada de um GT como o Corvette, preferindo aplicar o conceito ao seu full-size, os suecos levaram a idéia a cabo com a Volvo 1800 ES de 1972-74. Derivada do belo coupé P1800, ela teve design tão marcante que sua traseira serviu de inspiração para o atual C30 da marca; vale dizer que seu desenho é genuinamente sueco, tendo vencido um projeto proposto pela Frua italiana. E, finalmente, a apaixonante Audi RS2, nascida a partir de uma colaboração com a Porsche e produzida sobre a plataforma da Avant A80, apenas em 1994-95. Seu exclusivo cinco-cilindros 20V turbocomprimido com 310 cv, associado à tração quattro, câmbio de seis marchas e freios Brembo, lhe davam o mesmo desempenho dos cupês esportivos da época e ela já tem status - e preço - de clássico, atualmente. Se for no azul Bugatti, como a da foto, então, deve valer ainda mais! Menção honrosa aqui ao Brasinca Gavião, a shooting-brake derivada do Uirapuru que desapareceu do mapa...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

OS 3 MELHORES # 9 - OS PESOS-PENA




Só mesmo os pobres de espírito acreditam que o verdadeiro prazer ao dirigir pode vir apenas de automóveis dessa ou dessa categoria. Para os não tão abastados, os fabricantes prepararam deliciosas opções com carisma semelhante, porém com cilindrada, peso, potência - e preço, naturalmente - correspondendo a apenas uma fração dos supercarros com os quais eram capazes de se bater em uma subida de montanha. Quem melhor entendeu esse espírito de despojamento e eficiência foi Colin Chapman; seu Lotus Seven continua sendo produzido com formas praticamente inalteradas desde 1957, tendo sobrevivido, inclusive, à falência da empresa, que havia vendido anteriormente os direitos de produção para a Catherham. Originalmente com motor 1.2 de 40 cv, responsáveis por empurrar apenas 500 kg, eis a fórmula para o sucesso permanente do Seven. Em ordem descrescente de cilindrada, um projeto orgulhosamente brasileiro figura entre os mais apaixonantes pesos-pena da história. Com motor DKW dois-tempos de apenas 1.0 litro que, nas versões de pista, beliscavam os 100 cv, o GT Malzoni já foi recebido com honras de celebridade no Monterey Historic Automobile Races e no Museu da Audi em Ingolstadt. E, finalmente, outro que foi feito por estas bandas, igualmente em fibra de vidro, mas com sotaque francês carregado: o Alpine A-108 - Willys Interlagos, para os brasileiros - que, com 0.8 litro de cilindrada, era capaz de entusiasmar mesmo nas pistas européias, principalmente na versão berlinette, e deu à Alpine tal notoriedade que ela acabou se tornando a divisão esportiva da Renault.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

OS 3 MELHORES # 8 - SUPERCARROS





Em meados dos anos 80, com o reaquecimento da economia mundial após uma década de recessão por causa de duas crises do petróleo (só o Brasil achava que era rico nos anos 70 e gastou os tubos em obras faraônicas e com uma urbanização desenfreada financiada, praticamente a fundo perdido, pelo BNH, cuja conta chegou na década seguinte), surgiu o boom dos automóveis de coleção. E, a reboque, vieram os carros concebidos para integrar esse clã ainda na primeira infância, dos quais a maior expressão foi, sem dúvida, a Ferrari F-40, de 1987. A moda pegou e, desde então, toda marca de prestígio quer ter seu esportivo que já nasce imortal, além de trazer a reboque um sem-número de pequenos fabricantes de veículos de altíssimo desempenho, como Pagani e Koenigsegg. Mas, na opinião deste autor, apenas o McLaren F-1, de 1992, e o Porsche Carrera GT, de 2004, mereceram os mesmos holofotes que a F-40 teve em sua época; se seus números de desempenho eram próximos aos de alguns dos rivais contemporâneos, a concepção, a dirigibilidade e o conjunto da obra desse trio fazem com que o resto seja apenas "mais do mesmo". Eis aí, portanto, um supercarro para cada década, após o renascimento desse nicho, coincidentemente, um de cada país com maior tradição nas pistas. Alguém tem apostas para os anos 2010?

terça-feira, 20 de setembro de 2011

OS 3 MELHORES # 7 - CRÈME DE LA CRÈME




Feito o desabafo de ontem, hora de continuar com a série mais pretensiosa da história deste blog. E "pretensiosa" é uma boa palavra para definir os exemplares de hoje, os superlativos da História do Automóvel. Assim como na categoria GTs, mais de uma dúzia de exemplares caberia aqui de maneira incontestável, mas como é preciso filtrar apenas três, resta apelar para o gosto pessoal, em ordem cronológica. Primeiro, o Hispano-Suiza H6B, o mais sofisticado produto da empresa criada na Espanha pelo engenheiro suíço Marc Birkigt, cuja filial parisiense acabou suplantando a própria matriz nos anos 20. Como cartão de visitas, o modelo 1924 da foto, com carroceria Saoutchik, traz um seis-em-linha com válvulas no cabeçote e um sistema de freios tão eficiente que foi copiado, sob licença, pela Rolls-Royce. Aliás, o H6B foi considerado superior aos Rolls-Royce contemporâneos pelos próprios britânicos, graças a muitos avanços tecnológicos herdados da engenharia aeronáutica, na qual a marca também havia conquistado fama. O segundo da lista é o Maybach Zeppelin DS8, visto aqui em um exemplar de 1934 "vestido" pela Spohn Karrosserie. O DS8 se orgulhava de ser o carro de luxo mais rápido de Europa, alcançando perto de 170 km/h graças ao suave V12 de 8.0 litros e 200 cv que, ao contrário do que eventualmente se acredita, não é o mesmo que equipava os famosos dirigíveis que lhe cederam o nome, embora a Maybach fosse a fornecedora de motores para a Zeppelin desde antes da I Guerra. E, finalmente, a Bugatti Tipo 41 "La Royale", da qual já se falou um pouco aqui e cujo exemplar 1933 da foto faz companhia ao Coupé Napoleon do museu de Mulhouse. O motor 12.7 com oito cilindros do tamanho de uma garrafa pet de Coca-Cola, cada um, fala por todas as demais características que fazem da Royale uma autêntica obra de arte. Três carros estupendos que representaram o fim de uma era, já que seus fabricantes não sobreviveram à produção em massa que sucedeu a II Guerra; por tudo o que significam, as tentativas atuais de recriação dessas marcas parecem a este blogueiro indignas desses grandes exemplares da engenharia automotiva.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SÓ PODE SER GOZAÇÃO

Pela primeira vez, em três anos, peço licença aos leitores para tratar de um assunto não relacionado ao antigomobilismo, mas o episódio de hoje causou tamanha indignação que resolvi deixar registrado aqui um pequeno protesto contra o massacre do cidadão promovido pelo Estado Brasileiro.

Como é óbvio para todos os que me conhecem, sou um apaixonado por automóveis; tenho sete deles em minha garagem. Há muitos anos, entretanto, tenho um Palio EX 1.0 1998 que uso quase que exclusivamente para ir ao consultório. A razão para ter um carro de uso diário tão abaixo das minhas possibilidades financeiras é simples: não há estacionamento privativo na região do meu consultório, situado em um bairro residencial, e me cansei dos dissabores de deixar um carro mais vistoso na rua o dia inteiro. Já perdi a conta de quantos arranhões, vidros quebrados, retrovisores roubados e outras ocorrências semelhantes em sete anos que estou ali, mas, com o velho Palio, pelo menos, o desgosto é menor. Roubaram uma calota? Fica sem calota. Arranharam a porta? Fica arranhado. Quebraram um vidro? Pago R$ 100 para colocarem outro e vamos tocando a vida, desamparados pelo poder público, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. Hoje estacionei o carro em frente ao consultório às 14:00, como de costume. No final do expediente, pouco depois das 19:00, o vidro lateral estava quebrado e, ao lado do carro, dois policiais que disseram estar ali desde as 16:00. Naturalmente, nenhum meliante estava preso, detido ou intimado a me ressarcir do prejuízo, mas sim um guincheiro que se preparava para remover o carro dali! Um carro estacionado regularmente, com todos os impostos, taxas e seguros compulsórios pagos, vítima de um crime e a gloriosa Polícia Militar, que eu acreditava ter a missão de proteger o cidadão, querendo me "premiar" me deixando sem carro e tendo que pagar todas as taxas de reboque, estacionamento e demais extorsões oficiais de que somos vítimas sem nos darmos conta. Alegou o eficiente soldado que estava tentando localizar o dono do carro havia três horas e que aquilo caracterizava abandono! Pois, se eu trabalho EXATAMENTE EM FRENTE ao local da ocorrência, em uma casa com uma secretária/recepcionista, como podem não ter me "localizado" (sic)? E que abandono é esse em que o carro ficou menos de seis horas estacionado regularmente? E que cidade é esta, tão pacífica, que pode deixar dois policiais ociosos por três horas tentando "localizar" o proprietário de um carro vítima de vandalismo, como se outros crimes não estivessem ocorrendo ali mesmo, naquela rua? Será que estou ficando louco? Ou isso tudo era uma pegadinha e só eu não percebi?

domingo, 18 de setembro de 2011

OS 3 MELHORES # 6 - POPULARES




Esta é a listinha mais manjada de todas: Ford T, Volkswagen e Mini me parecem incontestáveis por terem dado rodas ao mundo. E todos cumpriram sua missão com as formas praticamente inalteradas durante toda a carreira, tendo sido produzidos em diversos países em números que dão idéia da importância de cada um: 15 milhões para o T, 22 milhões para o Fusca e 5 milhões para o Mini. Fiat 500 e Citroën 2CV merecem menção honrosa, mas o primeiro teve vários projetos diferentes (basta dizer que a primeira geração tinha motor dianteiro refrigerado a água e a segunda, motor traseiro a ar) e o segundo não foi unanimidade em seu país, dividindo o posto de popular com o Renault "Rabo Quente".

sábado, 17 de setembro de 2011

OS 3 MELHORES # 5 - CASTAS NOBRES






Certa vez, Ferdinand Porsche afirmou que, se algum dia o mundo parar de fabricar automóveis, o último deles certamente será um esportivo. Complementando a sabedoria do pai do VW, do Auto Union Tipo C e de alguns outros exemplares que deverão aparecer nesta série, seria bom acreditar que será um esportivo de uma linhagem tradicional. Consigo me lembrar de algumas famílias distintas, como Mercedes SL, Mazda RX, BMW M3 e os Lamborghini de motor central, mas, na visão deste blogueiro, nenhuma dessas permaneceu tão fiel às tradições como o Porsche 911, com seu boxer de seis cilindros pendurado na traseira e o sorrisão escancarado mesmo nas versões atuais, meio metidas a besta; o Chevy Corvette e a magia do seu V8 (desde 1955) com os dois pares de lanternas traseiras (desde 1961), que tiveram ecos até nos Opala 75-79; e o Nissan Z, inicialmente chamado de Datsun no mercado americano, que, com seu seis-cilindros dianteiro (em linha nas duas primeiras gerações e V6 a partir da terceira) sempre recebendo as últimas atualizações tecnológicas para otimização de potência, consegue aliar desempenho digno de Ferrari a preço inferior ao do Corvette, descomplicação característica de Porsche e economia de Toyota Corolla. Nas fotos estão o 911S da primeira geração (1963-72), o Corvette Sting Ray (2a. geração, 1963-68) e o 240Z da primeira geração (1969-79).

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

OS 3 MELHORES # 4 - ESTRELAS DE CINEMA




Aqui não se discute se são, realmente, grandes carros, mas quais personagens marcaram mais a história do cinema. Os três eleitos são os reais protagonistas dos filmes que estrelaram: a máquina do tempo DeLorean DMC 12 1981 de Back to the Future, o Plymouth Fury 1958 de Christine e o Shelby GT 500 1967, a Eleanor de Gone in 60 seconds são meus eleitos do dia. Sobre Christine, uma curiosidade: até 1958, a Plymouth só oferecia o Fury na cor branca puxada para o bege com uma faixa dourada na linha de cintura; vermelho, só o Belvedere, com carroceria idêntica e mecânica mais mansa.