Poderia um veículo que fracassou na proposta de ser um compacto barato nos EUA nos anos 50, que se valia de mecânica ultrapassa-da e cuja única sofisticação de projeto era a construção em monobloco, se tornar um dos dois clássicos nacionais no fim dos anos 60? O Willys Itamaraty Executivo 1967 responde afirmativamente a tal questão, provando que criatividade e entusiasmo é o que não faltava na primeira década da indústria automobilística brasileira. Sabendo que não tinha em vista um novo projeto para encarar a concorrência do Galaxie 500, o presidente da Willys, Max Pearce, resolveu dar a sua última cartada pela imagem da empresa, com a ordem para a produção de uma das poucas limousines de série do mundo. Equipada com ar-condicionado e mimos para os passageiros do banco traseiro, que variavam conforme as especificações (Standard ou Presidencial), ela mantinha o motor Hurricane de 3.0 litros e 130 hp brutos do Itamaraty, com válvulas de admissão no cabeçote e de escapamento no bloco, originário do Jeep da II Guerra. O modelo da foto, do jornalista Roberto Nasser, é um dos 19 sobreviventes de um total de 27 produzidos e pertenceu ao Ministério de Relações Exteriores, tendo transportado passageiros ilustres como a Rainha Elizabeth II e Indira Gandhi enquanto esteve na ativa. Foi premiado no Brazil Classics 2004.
Dodge Dart 1970 ...
Há 3 meses
5 comentários:
A carroceria do presidencial é maior? Pelo que me lembro a configuração dos bancos traseiros deste, era no estilo limousine, certo?
Não, a carroceria era do mesmo tamanho; para enumerar todas as diferenças entre os modelos eu teria que consultar meus alfarrábios, mas, de cabeça, eu me lembro que a Presidencial vinha com dois assentos individuais traseiros no lugar do banco inteiriço (fora as banquetas para os aspones, que as duas tinham), barbeador elétrico, revestimento mais luxuoso dos assentos e toca-fitas de cartucho. Entretanto, como era uma veículo de produção praticamente artesanal, quase todos saíram com características únicas, de acordo com a encomenda do futuro proprietário.
De quem era essa do Nasser? Aquela que foi do Hugo Picchioni eu sei que era da Bahia, foi a do ACM.
Essa ele comprou diretamente em um leilão do Ministério das Relações Exteriores, que considerou que o clássico estava "entulhando" o seu estacionamento. Não faz muito tempo, acho que foi em 2001. Sei de uma em BH, obviamente no acervo do Veteran, junto com uma coleção de SL...
Apenas a título ilustração para este ótimo post, o Portal Maxicar publicou a saga do Executivo, escrita por José Antonio Penteado Vignoli. Confiram em http://www.maxicar.com.br/old/reporter/itamaraty.asp
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