quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A FONTE INSPIRADORA

Olhando para a foto acima, tirada pelo João César Santos nos tempos do Museu da Ulbra, não dá para ignorar de onde veio a inspiração do Mazda Miata original de 1989 que, em sua terceira geração, já está batendo na casa do milhão de unidades vendidas em toda a sua história. Trata-se do Lotus Elan, uma jóia de 680 kg, suspensão independente e um motor 1.6 de duplo comando e 100 cv originários dos Ford Consul e Capri, modelo que acabou se tornando o responsável, junto com o rústico Lotus 7, pela fama da marca de Colin Chapman de produzir esportivos leves e instigantes, mantida até hoje nos Lotus Elise/Exige. Produzido entre 1962 e 1973, o Elan trazia chassis tubular e carroceria em fibra de vidro, substituindo o caríssimo Elite, e, desde sempre, é considerado um dos esportivos mais gostosos de dirigir, "vestindo" o motorista com seu jeito minimalista e pedigree vindo das pistas de corrida. 
Além do Miata, não seria exagero dizer que o Elan foi também o grande inspirador (em concepção, não em estilo) do Puma brasileiro que, muito frequentemente, tem sua origem associada ao Lamborghini Miura, mas como o pequeno britânico, era leve, tinha carroceria em fibra de vidro, mecânica derivada de um modelo de grande produção e - principalmente - DNA das pistas de corrida.

9 comentários:

Rafael Ribeiro disse...

Como faz falta hoje um carro que tenha como único compromisso o prazer de dirigir, com custo razoável, sem frescuras, parafernálias e modismos atrelados para pesar (na balança e no bolso).

Luís Augusto disse...

Mas Rafael, veja os Chamonix aí à venda e quase ninguém quer...
E nem são tão inacessíveis assim.

João Cesar Santos disse...

Luís, acho os chamonix um charme, mas qual a faixa de preço atual? Eu acho carro demais para ser um "esportivo" espartano com motor AP ou a ar.

Luís Augusto disse...

Sei lá, uns 50-60 mil, talvez? Muito dinheiro, mas quando pensamos que tem quem pague 45 mil num Gol ou Palio...

Se o entusiasta brasileiro quisesse mesmo um esportivo, como já quis o Karmann Ghia ou SP2 ou o próprio Puma, acho que exemplos como o Chamonix tinham que vender mais e inspirar novos empreendimentos semelhantes. Mas esportivo por aqui é Sandero GT ou Palio R e por aí vai.

Rafael Ribeiro disse...

Chamonix nunca foi exatamente acessível, e num país continental como o nosso, não era encontrado em lugar nenhum. por outro lado, os Pumas e KGs por exemplo, continuam com muita procura, sendo o primeiro encontrado em todas as faixas de preço imagináveis, acessíveis ou não. Vende-se até hoje muito mais Pumas num só ano do que Chamonix em toda a história. Mercado tem, talvez os custos de fabricação é que tenham ficado proibitivos.

João Cesar Santos disse...

Luís, com 60-70 mil o cara traz dos EUA um bom corvette v8 350 da década de 70, sem falar que o brasileiro tem o problema psicológico, que tá diminuindo, de que carro antigo é coisa de pobre.
Rafael, os pumas tb não eram baratos na época, só "boy" podiam compra-los,a vantagem do puma é que foi produzido por muitos anos.

Luís Augusto disse...

Vc tem razão, mas a proporção dos que apreciam carros antigos entre os que gostam de carros não é tão grande. Abstraia o fato de que o Chamonix é uma réplica de um clássico e logo dá para concluir que ele deveria atingir a um público bem maior do que o que atinge, assim como os Americar, por exemplo, se o brasileiro quisesse mesmo um esportivo 0km em sua garagem.

Francisco J.Pellegrino disse...

As réplicas brasileiras tem lá seus custos altos, impostos maiores ainda, Puma nos anos 70 era carro de milionário, era para este pessoal que hj compra carro na faixa dos 200 paus..

Paulo Levi disse...

Os Elan são lindos e vieram primeiro, mas se eu pudesse escolher entre um deles e um Miata 1.8 da primeira geração, não teria dúvida em optar pelo roadster japonês.