terça-feira, 7 de julho de 2009

HÁ VAGAS # 5 - ESTADO DE ARTE

Assim como ocorre com o Volkswagen no universo dos carros populares, o esportivo Porsche 911 traz consigo um paradoxo: sua concepção tem tantas idiossincrasias e imperfeições que elas acabam por torná-lo único e absolutamente perfeito para quem aprende a apreciá-lo, vestindo o motorista como nenhum outro esportivo é capaz. Com seu estilo limpo e atemporal, que não faz concessões a modismos e tendências de época, com sua mecânica confiável e descomplicada, sua personalidade forte e DNA de modelos de competição associados a um carisma que dispensa apresentações, ele surgiu na década de 60, no auge das berlinettas italianas de motor dianteiro, passou pela virada dos anos 70, quando o must eram os motores centrais-traseiros, viu diversas fábricas de esportivos fecharem as portas com a crise do petróleo e até "primos" mais modernos, nascidos na própria Porsche, serem descontinuados em uma época difícil para os grandes esportivos. Atravessou todos esse períodos incólume, sempre com o seu sorrisão escancarado, divertindo pilotos profissionais e diletantes pelas estradas e pistas do mundo afora, até que foi se transfigurando e se tornou, a partir de 1998, mais um superesportivo voltado mais para quem quer aparecer do que para quem aprecia a arte que envolve a construção e a condução de um grande automóvel - o Cayman, mais simples, passou a ser o real herdeiro do espírito dos velhos 911, apesar do motor central. Cada um deve ter sua série favorita, como o Carrera RS ou o 959, mas eu elegeria os últimos da primeira geração (1968-73), já com a carroceria mais longa e equilibrada, rodas Fuchs e o inconfundível ruído de um Fusca anabolizado berrando na traseira da fera, que exige bíceps e atitude essencialmente masculinos para dominá-la. Talvez aí esteja a sua magia, algo tão marcante que, dificilmente, eu acharia tempo para passear com os outros membros da coleção virtual...

12 comentários:

M disse...

911 é o THE BEST !!!
E este, nesta cor, está perfeito !
Você crucificam injustamente os 66/67, mas a tal de 1 polegada não mata o carro, não !
Acontece que a evolução não se resumiu apenas a isto, mas melhorou também a suspensão, freios, pequenos porém importantes detalhes estéticos, e finalmente em 1972, o câmbio.
Os melhores da série são os 1972 2.4 S e 1973, 2.4 S e 2.7 RS, com injeção mecânica !
Nos USA existe ainda o modelo 1973 1/2, 2.4 com injeção CIS, mas não gosto.

Felipão disse...

Ahhhh excelente escolha para a garage. Incrível também as discussões em torno do motor central do Cayman, que sempre gera boas discussões;;;

Luís Augusto disse...

M, se eu pudesse escolher, ficaria com o 911 S ou o T, também não me agrada a idéia da injeção (E).

M disse...

Xííí...
VC confundiu tudo !
Os últimos 911 carburados foram os "T" de 1971.
Os "E" e os "S" já eram injetados.
Em 1972, os 3 modelos já aparecem com a injeção mecânica !
É uma "escadinha". Os "T" são os mais fracos, e os "S" são os mais fortes.
Eu não gosto dos primeiros injeção eletrônica 1973 1/2(CIS), que perderam um monte de potência.

M disse...

Mais uma...
O Cayman é o Boxter coupe !

Luís Augusto disse...

E vero... achei que o T era de Trippel por causa dos Zenith triplos que o equipavam; S de Super ou Sport, o mais forte (não sabia que já era injetado); e E de Einspritz (injeção simples, creio eu).

Luís Augusto disse...

Sim, sim, o Cayman é o Boxter cupê, mas acho que sua filosofia de esportividade é mais próxima às dos 911 pré-1998 dos que a dos próprios 911 atuais, que ficaram muito cheios de firulas e com estilo muito pesado.

De Gennaro Motors disse...

show de bola ! 911 ! abração!

Gustavo disse...

Tá ficando uma beleza a coleção, quero ver quanto vai custar para preencher essas vagas.
Começa a jogar na Megasena, te desejo toda a sorte para chegar lá!

Luís Augusto disse...

Hehehe, é bom ir falando, às vezes pega...

Germano disse...

esse é o 911 por excelência...o resto é resto...

Nik disse...

M, Luís me intimou a conversar contigo sobre importação de carros. Quando puder, me escreve?
Abraço, Nikollas.
nikollas.ramos@gmail.com