Na época do lançamento do Corcel, na qual imperava a cultura "VW a ar" - de extrema robustez mecânica e de suspensão - dizia-se que suas cruzetas eram tão frágeis que, para quebrá-las, bastava esterçar completamente as rodas e acelerar fundo. Outro boato era o de que o reservatório do radiador, feito em Pyrex, estourava com facilidade, fazendo com que o motor fervesse em subidas. Fosse ou não verdade, o fato é que a Ford foi bem mais ágil do que a Willys em sanar os pontos fracos do projeto Renault - vale lembrar que o Corcel descende do Gordini - e fazer dele um campeão de vendas nos anos 70, algo não conseguido com os projetos originários da própria Ford, como Galaxie e Maverick.
Dodge Dart 1970 ...
Há 3 meses
27 comentários:
Foto lindísima.
É do Brazil Classics 2006; aliás, exemplares como esse desbancam o mito de que só os grandes clássicos são bem-vindos por lá. O que vale é a conservação do antigo.
Sinto discordar do amigo...eu estava lá entre o inicio de 1968 e final de 1970....A Ford não entendia nada do assunto aqui no Brasil.
Como assim, Chico? O Dauphine/Gordini ficou com fama de frágil entre 1962 e 1968, enquanto o Corcel já tinha afastado seus fantasmas já em 1972.
Luis, quem "consertou" o próprio Corcel foram os engenheiros da Willys, a Ford encheu de gente "por cima" que não entendia do assunto...Os Renaults nunca foram fortes o suficiente para encarar as estradas do Brasil (internamente tinhamos vários R8 ou outro numero para testes)....carro para o Brasil sempre foi Fusca....o Corcel era um carro para cidade....os problemas na suspensão dianteira foram resolvidos depois de aparecerem no uso diário...hj chamamos de recall, mas a engenharia era toda da antiga Willys...os problemas de relacionamento interno depois da aquisição/fusão foram dificeis de digerir, hj é tudo história o carro é maravilhoso, Na época a Ford tinha o Galaxie, o que eles entendiam de carros pequenos ????
Obrigado pelo esclarecimento, Chico. Mesmo assim, continuo exaltando a evolução conseguida no Corcel em pouco tempo no que tange à sua "tropicalização."
Não se esqueça que a Ford comprou a Willys e o projeto M já estava em fase final..modificações da Ford foram cosméticas, o nome, o marketing....
Uma lembrança que vc vai gostar...aquela Belina com adesivo WOOD na lateral a gente não aceitava, mas foi uma imposição dos gringos americanos...hj é cultuada.
Mais uma coisa só: é o primeiro tração dianteira do Brasil se não me engano....
Ah sim... pelo menos no Corcel solucionaram rápido os problemas, independente da origem dos engenheiros...
Olá Francisco,
Realmente é o primeiro tração dianteira da Ford Willys sim. O primeiro de verdade foram os DKW, lançados mais de uma década antes...
Palindromo,ótima lembrança, vc tem razão...me esqueci completamente dos Vemag.
Palíndromo! Não te via por aqui desde o post sobre o DKW conversível! E, curiosamente, vc reaparece justamente defendendo o pioneirosmo dos DKW brasileiros...
Bem-vindo novamente.
Outra coisa: Chico, me parece que vc guarda uma certa mágoa de como s Ford absorveu a Willys; se serve de consolo, a forma como a Chrysler encampou a Simca foi muito mais traumática.
Não há mágoa nenhuma, Luis, apenas trazer um pouco daquela época para vcs que não a viveram, a Ford não tinha nenhum carro pequeno nos USA para trazer ao Brasil, a GM estava com o Projeto do Opala bem adiantado e a Ford ficaria para trás, a compra da Willys foi ótimo negócio para ela..e ruim para a Renault que foi embora para a Argentina...Os êrros cometidos pela Ford ao longo dos tempos só foram sanados agora com o Novo Fiesta e o Ecosport...o restante dos negócios Autolatina e outros lançamentos sempre foram canoa furada...
Meu pai teve um cupêzinho como esse da foto, o carro originalmente era uma merda, deu problema constante nas cruzetas e o tal pyrex quebrou umas duas vezes.
Depois que os caras da Ford arrumaram as cagadas da turma do Chicão nunca mais deram problema, hahahahaha.
Não andava muito, o câmbio era uma banana e a direção tremia em curvas. Por incrível que pareça era muito menos desenvolvido na tração dianteira que o DKW dos anos 30, o que prova que Renault só faz merda mesmo. Quando trocaram as cruzetas pela última vez a coisa ficou boa.
Olá,
Quanto a problemas de dirigibilidade do Corcel, eles sempre existiram em alto grau. Tente estacionar um, em um declive para ver o peso da direção. A Renault naquela época tambem encontrava-se numa sinuca, onde não sabia como efetuar o Lay-out de seus carros de tração dianteira. No caso dos Renault 4 e 5, simplesmente pegava o conjunto traseiro Gordini, sem inverter engrenages, e jogava lá na frente com o cambio a frente do eixo.
No Renault 12/Corcel, foi invertida a posição, com o radiador lá naquela distancia. Como a moda americana daquela época eram capôs longos, essa configuração veio dar uma mãozinha. O marketing calcado no Mustang, usando o tal Corcel como inspiração foi utilizado a exaustão. Apesar de tudo o cupê tinha um valor estético inconfundível, e que nos dias atuais não encontra parametros, com as suas janelas de abertura total.
E se for bem conservado, certamente nos remeterá a boas histórias...
Interessantes onservações. Sobre o valor estético do Corcel, concordo inteiramente, principalmente tendo-se em vista que o Renalt 12 era horroroso, como já foi dicutido aqui:
http://antigomoveis.blogspot.com/2008/09/o-nosso-era-mais-bonito.html
Uma belezinha esse corcelzinho!
eu tenho um GT 72, tinta de fábrica ainda, mas por restaurar inteiro, mecânica toda feita, tudo novo. E por incrível que pareça, gosto mais dos coupes simples, como esse da foto.
Abraços,
Não tenho muito carinho pelo Corcel, mas gosto do GT; aqueles reloginhos no painel dão uma idéia de desempenho muito bacana...
Apesar de todas as deficiências citadas, o desenho do nosso Corcel humilhava os Renault 12.
As deficiencias deviam ser devidas ao chicão e sua turma. Quando mandaram eles embora o carro ficou bom.
Olá,
Será que vamos bater o recorde em comentários? Tá faltando um livro, com uma apresentação semelhante aos livros do Opala e Maverick, editados pela Alaúde Editorial. Esses carrinhos construidos um pouco antes da globalização de carrocerias, tem uma individualidade impar. Sobre a época de construção do Corcel, e sua recuperação, muito se deve a pessoa mítica de Joseph O'Neill, que emplacou o mesmo como "Carro do Ano", sendo que conseguiu o mesmo, quando era presidente da Chrysler, com o Dodge Dart. Naquelas épocas de mercado fechado, conseguir tal título, era propaganda garantida. O modelo 1973, com suas grotescas molduras de farol, foram o início do fim, muito embora mecanicamente houvesse evolução. Tal como as C-10com faróis simples, o Corcel 69 a 72, representam os espécimes nacionais com maior pureza de estilo. E muitos ainda circulam, carregando betoneiras, lenhas, tanques e churrasqueiras...
Depois que fomos mandados embora da Ford Willys tudo por lá melhorou, inclusive a comida....kkkkkkkkk ah se vcs soubessem só metade da missa !
Palindromo...estes livros da Alaude são muito bons, deveriam fazer um sobre o Projeto M ou Corcel, no caso do Simca deixaram de mencionar um Raid feito ao redor do mundo por 3 carros da fábrica, o Ciro Cayres pilotava um deles, tive acesso ao diário de bordo, uma proeza naqueles tempos.
Isso mesmo chicão, botaram todos os maloqueiros da willys para fora e acabou o pagode. A Ford sabe fazer das coisas e trata muito bem os empregados, inclusive servindo comidas de gourmets como caviar e lagosta. O problema é que os maus elementos não se adaptam e tem que ser mandados embora. Ficam querendo feijoada todo dia e pagode nos intervalos e axé no final do dia, tudo regado à cerveja e pinga.
A willys só servia capa de costela, hahahahaha.
vc que gosta de VW veja este:
www.degennaromotorsmaterias.blogspot.com
Se não me falha a memória, essa tal de cruzeta tinha a mesma função da junta homocinética e lembro bem que era a dor de cabeça do meu pai. www.maninhodesenhos.blogspot.com
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