sexta-feira, 24 de abril de 2009

É...


Chegou a tão sonhada hora de fazer um upgrade na garagem; não a dos antigos, que vai bem, mas na dos modernos. Dou uma olhada no orçamento, vejo quanto posso "pendurar" com o gerente do banco; calculadora daqui, conversa com os amigos dali, concluo que, na faixa que quero gastar, o grande candidato seria o Punto T-Jet da foto aí em cima, completinho, com ar-condicionado automático, teto solar e as parafernalhas de segurança, de preferência pintado de Rosso Corsa para honrar as tradições. Claro que os argumentos para ter o foguetinho (ou pocket-rocket, acho que a tradução literal "foguete de bolso" usada por aí não tem nada a ver) na garagem são puramente racionais: daqui a dez ou quinze anos será um clássico nacional, eu ando estressado e preciso me divertir no trânsito do dia-a-dia, o Felipe vai adorar passear nele, são 152 cv em um carro econômico, é até bom que desvalorize muito, pois aí eu não fico trocando de carro toda hora e por aí vai...
Decisão tomada, comunico aos amigos e começa a expectativa.
Ontem, um telefonema meio sem jeito do Meyer e o banho de água fria: um amigo que tem um Punto Sporting foi sequestrado, agredido e ameaçado por bandidos que roubaram as rodas do carro e o abandonaram, junto com o dono, em um matagal. Ao conversar com os policiais e com o dono do guincho, o fato estarrecedor: era o quinto Punto que eles iam resgatar naquele matagal em uma semana. Como as belas rodas (assim como as do Stilo) ficam bem em Unos e Tempras velhos, existe um mercado negro bastante movimentado para elas, que todo mundo sabe onde é, quem faz a receptação e quem as compra, mas ninguém faz absolutamente nada.
Não cabe, em um blog sobre carros antigos, dizer quanto pago de imposto de renda (ai, ai...), o que penso do que acontece na Ilha da Fantasia do Planalto Central e da impunidade que parece só não atingir a combalida clásse média "desse país". Cabe, sim, dizer que abundam carros sem graça pintados de preto ou prata nas ruas das metrópoles não porque o brasileiro seja cafona ou sem graça, mas porque não chamar a atenção passou a ser instrumento de sobrevivência.
A discussão eu deixo por conta de vocês.

17 comentários:

Germano disse...

o carro em si é uma excelente escolha...mas vendo esses "detalhes"...fica complicado mesmo

Chico Rulez! disse...

Ok, eles foram buscar 5 Puntos no matagal naquela semana. E quantos Puntos vermelhos, amarelos e laranjas circulam por aí sem ter tido um único problema? E quantos outros carros discretos são roubados todos os dias? Ladrão ataca quem dá bobeira. Não é o fato de dirigir um Focus prata de tiozão que faz com que nada aconteça comigo. Eu não dou chance, tou sempre de olho em tudo que acontece à minha volta, atento a eventos suspeitos, evito lugares ermos à noite, etc. Eu sou contra ser prisioneiro desse jeito. Compre o carro, mande gravar a placa na parte interna das rodas (pra ir na Pedro II resgatar no dia seguinte, caso aconteça alguma coisa), mantenha o seguro em dia e fique sempre alerta!

Agora, se eu recomendo ou não que você compre um carro italiano turbinado não-flex, já são outros 500... hahahahaha

M disse...

Compre um Dodge Polara e pinte de cor de rosa ! Aposto que os amigos do alheio não irão te incomodar...
Mas se vc quer mesmo um Punto, mude-se para a Suiça !

Nik disse...

Concordo com o Chico aí em cima. Compra esse Punto logo, cuidado por onde anda, mas vá curtir a vida, pô! Esquece roubo, rodas, furto... Vá se divertir!

Luís Augusto disse...

M, bem lembrado, o Polara é o britânico Hillman Avenger que ninguém queria nem de graça quando chegava a hora da primeira revisão; ficaria bem na sua galeria de jóias de Sua Majestade.
Chico e Nik, vou pensar mais; realmente não dá pra ser escravo desse povo.

M disse...

Engraçado...
O Avenger GT foi campeão de rallye.
Devem ter comprado o título, né ?
Legal é Opala. Campeão dos taxis.
Quando eu crescer vou tentar comprar um...

Luís Augusto disse...

É mesmo, um carro tão bom que vc mesmo citou como exemplo de que nem ladrão quer...

Felipão disse...

Luís...
Se fosse voc~e, comprava o carro sim. O Chico falou muito bem... E vai muito do cuidado que se tem... Tem gente que compra esses carros, coloca aqueles sons irritantes e fica desfilando por aí, com as janelas abertas, incomodando todo mundo. Quando param no farol, encostam e levam o carro... Tomando cuidado, dá pra fazer muita coisa ainda. Eu mesmo nunca deixei de lado os estádios de futebol por conta do que me contam. Já fui em clássicos e ainda tô vivo... hehehehe

Pé de Chumbo disse...

Tive um Polara.
E gostei muito do carrinho, se querem saber.
Bom motor, caixa comtrocas macias e precisas, bom espaço interno...
Só me ferrei quando mandei limpar o carburador e o FDP do mecânico mexeu lixa no pistão do dito cujo...

M disse...

Pé,
Pois esta é a verdade !
Os carburadores SU são excelentes, só não aguentam desaforos de "mexânicos", ou palpites dos neófitos...

Luís Augusto disse...

Falando sério: o projeto do Hillmen Avenger era mesmo excelente, só que foi muito mal desenvolvido (ou tropicalizado) pela Chrysler do Brasil, causando o estigma de carro problemático quando ainda era Dodge 1800. O Polara era mesmo bem melhor, mas não venceu a má fama causada pelas unidades iniciais.

M disse...

O Avenger, apesar de já ter nascido de um projeto bem convencional, era um bom carro.
Lançado prematuramente no brazil pela Chrysler, enfrentou problemas de qualidade e manutenção.
Mas na Argentina fez sucesso, e passou a ser vendido pela VW.
Um detalhe que pouca gente sabe, é que na F3 Sulamericana, os motores VW argentinos eram estes do Avenger, e davam um "vareio" nos motores VW brasileiros, que usavam os AP.

Luís Augusto disse...

E a carburação na Argentina era SU? Me parece que no Brasil usavam um carburador japonês.
Apesar dos problemas, o Dodginho até que foi bem nos ralis da época, tendo sido adversários respeitáveis do VW Brasília do meu sogro Eduardo Santana, que depois teve o "passe" comprado pela Fiat.

Teté M. Jorge disse...

Luis, pense bem... o que o Chico disse lá em cima tá com tudo!

Não deixe de viver, meu amigo, mas com certo cuidado.

Sou da torcida pela compra do novo carrinho.

Beijos.

M disse...

O Dodginho usou também Hitachi, que era cópia do SU.
No F3, todos usavam Os Weber DCOE.

Arthur Jacon disse...

Luís,

Como conveceu sua esposa a admitir o T-JET? Esse carro é, também entre os modernos, meu sonho de consumo, mas o porta-malas dele é de chorar de pequeno. Resultado: vetado pela patroa.

Luís Augusto disse...

Arrumei um Honda Fit pra ela, aí dá pra carregar a tralha toda (hahahaha).
Abração