quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

IGALA

No início dos anos 70, comandada por Rudolf Leiding, a Volkswagen daqui fazia apostas altas para se firmar como líder absoluta de mercado, tendo lançado uma variedade de modelos sem paralelo no Brasil em um curto espaço de tempo, entre os quais o sucesso mais estrondoso foi, sem dúvida, o Brasília, que propunha unir a robustez e confiabilidade do Fusca a um desenho moderno capaz de oferecer espaço interno muito superior ao do besouro que lhe deu origem. Como a fórmula se mostrou bem-sucedida no Brasil - foram 1 milhão de unidades em pouco mais de oito anos de produção -, a VW apostou também em mercados de exportação semelhantes ao nosso, especialmente México (há um episódio do venerável Chaves em que aparece um Brasília, de propriedade do Sr. Barriga!) e Nigéria, onde a preferência por veículos de 4 portas exigiu adaptações no hatchback nacional para acomodar mais duas portas traseiras. Chamado por lá de Igala, em alusão a uma etnia local, o Brasília se mostrou um sucesso também em terras africanas, mas algumas poucas versões quatro-portas foram oferecidas também no Brasil, a maioria destinada ao uso como taxi. Certamente não foi esse o caso da beldade acima, representante dos últimos anos com seu belo acabamento monocromático e lanternas traseiras "tipo Mercedes", fotografada pelo Guilherme Gomes em Lindóia/2011.

6 comentários:

Francisco J.Pellegrino disse...

Um ótimo carro, pau para toda obra, esta aí da foto é sensacional....

Paulo Levi disse...

Lembro de ter visto um VW Brasília com placas mexicanas em pleno inverno gelado do norte dos EUA. Nunca quis ter um carro desses aqui no Brasil, mas longe de casa até que bateu uma vontade.

Belair disse...

Tambem nunca quis ter um carro desses,apesar do inegavel sucesso que fez.
Fugia totalmente à minha compreensão como um veículo que gastava horrores,com um comportamento dinamico ridículo,esteticamente desqualificado,sem portamalas,barulhento e poluidor podia vender mais que um carro muito mais moderno em sua concepção,economico,espaçoso,nem tão feio,estável,com portamalas,muito mais silencioso e menos poluente.
Comparar Brasília e Fiat 147 era,na minha modesta opinião,um exercício de futilidade.
Mas quem sou eu? O mercado comprava milhares de Brasilia a mais,ano após ano...
Aliás, é o mesmo mercado que ainda compra aberrações esteticas como os atuais GM.Mas pelo menos está rejeitando o Etios.Será que estamos aprendendo?

Luís Augusto disse...

Belair, aí está uma discussão interessante. Nesse afã de levar vantagem em tudo, o brasileiro compra carro só pensando em revender "bem". Perde a oportunidade de ter carros interessantíssimos para faturar uns 5 mil a mais na revenda, diluídos em 2 ou 3 anos de uso. Não devia ser muito diferente nos tempos de Brasília, Fiat 147, Chevette e Dodginho.

Paulo Levi disse...

Quando o Belair falou em "um carro muito mais moderno em sua concepção, econômico, espaçoso, nem tão feio, estável, com portamalas, muito mais silencioso e menos poluente", eu seria capaz de jurar que ele estava se referindo ao Chevette. A paixão afetou minha percepção das coisas, fazer o que?

Belair disse...

Aplica-se Pl,aplica-se...
Não mencionei o Chevette porque estava comparando hatch-backs,mas concordo com voce tambem.