quinta-feira, 11 de outubro de 2012

UMA PANCADA PROVEITOSA

Em 1964, o presidente mexicano Adolfo López Mateos bateu seu exclusivíssimo Maserati 5000GT e, tendo mandado a macchina de volta para a Itália para ser reparada pela Vignale, surgiu uma carroceria mais moderna sobre sua plataforma, desenhada por Michelotti, que foi imediatamente apelidada de Masertai Mexico quando apareceu no Salão de Turim em 1965. O sucesso junto ao público e à crítica foi tão grande que a casa bolonhesa decidiu colocar o modelo em produção a partir do ano seguinte, fazendo apenas pequenos retoques estilísticos - e, justamente em 1966, uma Cooper com motor Maserati ganhou o GP do México de F1, reforçando o nome de batismo do novo GT. Com o mesmo V8 4.7 de 290 cv da Quattroporte, ele foi produzido até 1972 e acabou ficando meio datado diante de concorrentes como a Ferrari 365 GT 2+2 ou o Lamborghini 400 GT 2+2, mas exerce o fascínio típico dos Maserati clássicos: desempenho de pista e condução descomplicada, própria para pilotos não profissionais. Se alguém se interessou, pode encomendar ao M a importação de um dos 305 Mexico produzidos, oferecido no eBay americano até a próxima segunda-feira.

12 comentários:

Belair disse...

Essa da foto acima esta' muito mais bonita que a do ebay.
Estou so' esperando a opiniao do M sobre esse carro,vejamos o que ele pensa,hehe.

Paulo Levi disse...

Muito interessante, Luís, não sabia que o Maserati Mexico tinha nascido assim. Aliás, o nome México tinha bastante prestígio naquela época, conforme atestam também os auto-rádios (me recuso a escrever "autorrádios") Becker Mexico.

M disse...

Esse motor tem pedigree ! É descendente direto da 450S e mesmo depois de 20 anos continuava esbanjando saúde !

Belair,
Tem uma Quattroporte em SP que eu trouxe para um amigo, mas que está abandonada...

Belair disse...

Que ano?
Quattroporte so' as atuais;e' o sedan MAIS bonito do mundo!

Luís Augusto disse...

Ô Belair, o Quattroporte antigo é mais classudo! Tem um aqui no blog.
Paulo, o M tem um Becker Mexico na embalagem original!

Paulo Levi disse...

Concordo com o Luís, o primeiro Quattroporte é insuperável. O segundo, dos tempos da gestão De Tomaso, é eminentemente esquecível. E o modelo atual é muito bonito, mas infelizmente teve a sua imagem enxovalhada pela associação com o Silvio "bunga-bunga" Berlusconi.

Belair disse...

Eu sei Dotô,eu sei;voce até chamou o atual de fraude...
O original pode até ser classudo,eu concordo,mas "disconcordo" quando dizem que é mais bonito que o atual,que eu acho uma obra prima,apesar dos inumeros defeitos...
Questão de gosto,né?

Belair disse...

Ah! PL,o bunga bunga não afeta tanto o carro,afinal nada tira sua beleza,acho.
Aliás,nesse mundo de líderes desagradavelmente caricatos,pelo menos o Berlusca nos faz rir...kkkk

Luís Augusto disse...

Opa! Mas eu chamei de fraude o de segunda geração, que, como o PL disse aí em cima, nada mais era do que um De Tomaso disfarçado. Esse atual até que é bonitinho, mas meio over, como quase todo supercarro contemporâneo.

Paulo Levi disse...

Belair, sob o prisma da estética como ramo da filosofia, você está coberto de razão. O belo é o belo, e ponto final.

Por outro lado, não é fácil dissociar um automóvel de seus proprietrios mais notórios. Pense no Mercedes 600 "Grosser", o predileto de Idi Amin Dada e do "imperador" Bokassa I, que acabou ficando marcado para sempre pela assocação com figurinhas como essas. Perto dele, o atual Quattoporte até que não anda em tão má companhia...

Belair disse...

Uau! O seiscentao e' outro que gosto muito,Idi amin que se dane,kkkk.
Po,se fossemos avaliar a imagem de carros e marcas associando-as a figuras como as citadas,o Fusca teria morrido praticamente no nascedouro,a Mercedes nao seria o que e' hoje,sem falar na enorme colecao que incluia um monte de marcas do Sr. Saddam Hussein,hehe.
Sera' que o DS e' tao bem conceituado por causa do De Gaulle?kkkk
Agora serio,eu gostaria de ter todos esses carros,SEM associa-los a quem quer que seja.Todos belos.

Paulo Levi disse...

Ótimo ponto, Belair. As imagens de carros e marcas não são estáticas, e podem melhorar ou piorar com o tempo. O exemplo mais acabado disso, como você mesmo lembrou, é o Fusca - um carro que foi criado a mando de Hitler (inclusive com forte intuito propagandístico) e acabou virando um dos ícones do Flower Power e do tropicalismo.