domingo, 25 de julho de 2010

TRANSIÇÕES DIFERENTES




Desde o protótipo final do KdF-Wagen de 1938 até o 1303 dos anos 70, o Volkswagen evoluiu continuamente, mas é possível estabelecer um grande divisor de águas na vida do Fusca: a época em que ele perdeu a harmonia das linhas originais de Erwin Kommenda, com os faróis levemente inclinados se ajustando ao desenho dos paralamas e os parachoques baixos, arredondados, complementando o desenho da carroceria, para ganhar faróis verticais e parachoques mais robustos, posicionados acima do local dos originais. O primeiro país que viu as modificações foram os EUA, em 1967, com a adoção de faróis verticais para os Beetles exportados da Alemanha para lá visando adequar o carrinho à legislação local. Mas os parachoques permaneceram inalterados até 1968, quando o carro ganhou visual mais moderno. No Brasil, a ordem de modernização adotada pela Volkswagen foi invertida: primeiro mexeram nos parachoques (segundo semestre de 1970) para, somente em 1973, adotar os faróis modernos; não nos esqueçamos de que a área envidraçada do nosso Fusca corresponde à do alemão pré-1965 - bem menor, como pode ser visto na comparação acima. Portanto, se o visual do Beetle 67 americano nos provoca certa estranheza, é bem possível que o resto do mundo também torça o nariz para os nossos Fuscas 70-72.

11 comentários:

M disse...

Bem observado !
Tenho um 67 destes, e ainda troco os paralamas só para voltar aos faróis antigos, muito mais simpáticos !
Acho oportuno lembrar que para o mercado americano, 68 também foi o último ano a usar as rodas de 5 furos !

João Cesar Santos disse...

Os nossos 1500 de 70 a 72 com painel e interior com apliques imitando jacarandá, interior canela e farol olho de boi, são os fuscas mais bonitos já produzidos.

Luís Augusto disse...

Realmente já se tornaram clássicos bem valorizados no universo VW!

Dario Faria disse...

Olá Doctor.
Muito legal as suas postagens.
As diferenças do Vw alemão em relação ao modelo Vw Brasil são bem claras, o brasileirinho foi "congelado" nas alterações ou evoluções principalmente com relação aos vidros que eram os mesmo do modelo de agosto de 1957 a partir do chassi numero 1 600 440 quando então o Vw perdeu a janela oval; mudou o painel e aumentou o para brisa e mais outras mudanças mais sutis.Em comparação aos dois modelos das fotos, eu sou a favôr da maioria que preferiram os faróis antigos. Os para-choques com reforços e a perda das bananinhas de seta trocadas pela "tetinha' da Kombi colocada nos para-lamas do Vw que foram uma imposição das leis americanas desde 1955 em diante que forçam a "barra" com medidas de segurança e mais as ameaças dos advogados americanos sobre as grandes companhias a fim de ganhar processos como foi o caso do infeliz e vitimado Chevrolet Corvair. O que é algo bem diferente e estranho no Vw alemão de 1967 é o capo do motor que é estufado com formato semelhante ao do nosso Fuscão e com os para-choques antigos traseiros mais parece uma "gambiarra". Eu acho que o nosso Vw por nã ter acompanhado as mudanças lá fora, já que até os Vws mexicanos mudaram, torna-se um Vw um tanto exótico para os estrangeiros e julgado por ter baixa qualidade, o que é um grande erro e uma total injustiça de quem não conhece a nossa industria automobilistica.
Dario Faria

Luís Augusto disse...

Oi Dario,

Nunca vi nada a respeito de suposta baixa qualidade dos VW nacionais. Mas os mexicanos acabaram mesmo preferidos por terem a área envidraçada maior.

Dario Faria disse...

Olá Doctor.
Os estrangeiros sempre compararam os Vws brasileiros com os dos alemães, acho que até no Voyage vendido a preço de banana como Fox na "gringolândia" sofreu disso, e certa vêz um estrangeiro me pediu que procurasse algumas peças raras de Vws por carta no passado e exigiu que fosse Germany por duvidar da qualidade das made in Brazil, é um desaforo total e ainda pensa, que podem trocar peças rara por miçangas como fizeram os espanhóis qdo chegaram na America ha seculos atrás e até hoje por mais que eu pense e não consigo chegar a conclusão por que a poderosa Vw Germany tendo aquí a sua maior planta fora da europa, deixou os projetos de carros "congelados" como se fosse um mundo perdido de antigos dinossauros, é só ver a Kombi e comparar a evolução com o modelo europeu e destinado a gringolândia (USA).
Dario Faria

roberto zullino disse...

JCesar,
Nem vem que não tem, aquele painel de jacarandá é a coisa mais feia e cafona que fizeram, fora que era mal feito, descolava e tinha aparência de sujo. Uma vez comprei um Fuscão e mandei arrancar no primeiro dia. Pior que o Fuscão só aquela TV Colorado imitando madeira, aliás, era o mesmo padrão, devem ter feito uma parceria.
Dario,
Se verificar em alguns anúncios das revistas americanas de VW há em alguns deles observações de que as peças não são brasileiras como argumento de venda. Vai se fazer o quê? Antes peças VW brasileiras do made in Taiwan.

Luís Augusto disse...

Até que eu gosto dos jacarandás, são o auge do kitsh. Concordo com o J César que as linhas dos primeiros VW 1500 são muito bonitas.
Lembro de ter visto o anúncio de assoalhos made in USA para Fusca, mas a propaganda ressaltava que não eram brasileiros nem mexicanos! Nunca vi nada específico contra os produtos brasileiros para o Fusca.

M disse...

Americano é tudo babaca !
Cansei de vender peças brasileiras por lá ! São tão boas quanto as alemãs ou até melhores !

Nem mesmo os revendedores sabiam que os Voyage vendidos por lá eram brasileiros ! Eu tinha que mostrar a inscrição "made-in-brazil" nos vidros.
E vendiam muito bem ! Davam de 10 x 0 nos Hyundai. Outros tempos...

Otávio Pantuzzo disse...

Grande Luís,
Por falar em Fuscão 70, estou precisando muito da sua ajuda para fazer alguns ajustes no Flash.
Como combinamos?
Abraço!

Luís Augusto disse...

Uai, me dá uma ligada!
Hoje vou ficar a tarde inteira no galpão!