segunda-feira, 12 de julho de 2010

SONHO AMERICANO COM EPÍLOGO BRASILEIRO


A história do Tucker 1948 é bem conhecida: tendo faturado com contratos milionários para a produção de armamentos para as forças aliadas durante a II Guerra, o industrial Preston Tucker mergulhou de cabeça no sonho de ter sua própria marca de automóveis, mas esbarrou em questões que costumam derrubar empreendedores que tentam dar um passo maior do que as pernas. Seus defensores argumentam que, como o produto era muito superior ao que se produzia em Detroit, Tucker foi alvo de um impiedoso boicote comandado pelas Big Three que teria levado a empresa à bancarrota, enquanto seus detratores defendem que a fábrica nunca existiu de fato e que o Torpedo, apelido recebido pelo carro devido ao formato aerodinâmico, não passou de um golpe nos acionistas. A favor do segundo grupo está o único Torpedo no Brasil, hoje abandonado à própria sorte no extinto Museu de Caçapava. Conta-se que essa unidade chegou ao Brasil trazida pelo próprio Preston que, após a derrocada do seu empreendimento nos EUA, aportou no Brasil com a idéia de produzir um carro mais simples, o Carioca, sendo que o Torpedo lhe serviria como cartão de visitas para o GEIA, grupo executivo criado para formentar a indústria automotiva brasileira. Acontece que, quando teve suas contas examinadas pelo órgão brasileiro, Tucker supostamente teve sua licença para produzir automóveis no Brasil protelada (ou negada) até que sua morte prematura em 1956, vítima de um câncer de pulmão, encerrou para sempre um capítulo obscuro da fase que antecedeu a realidade do automóvel brasileiro.

8 comentários:

Francisco J.Pellegrino disse...

Grandes soluções técnicas para seu tempo....a história verdadeira ninguem sabe.

Chico Rulez! disse...

Grande Luís, na verdade não é o único fora dos EUA. Lembro de uns dois no Japão (mas não sei se continuam lá), e o chassei #1049 está na Inglaterra. http://www.tuckertorpedo49.com/

Luís Augusto disse...

Oi Chico, já corrigido! Obrigado!

F250GTO disse...

Quase todos os exemplares remanescentes do lendario Tucker, estão nos Estados Unidos.
Tem-se noticia de que apenas 4 carros estão fora daquele país.
Dois estão no Japão (1004 e 1020)
Um no Brasil (1035), infelizmente apodrecendo.
E um na Inglaterra (1049).
Alem desses, o 1018 se acidentou em 1953 e serviu de doador para outro carro acidentado e restaurado (1027).
O 1023 se incendiou na Florida (combustão espontânea) com perda total.
O 1042 foi destruido em outro acidente e desapareceu em Memphis.
22 carros participaram do filme "Tucker, o Homem e seu Sonho" de F. Copolla.
Romeu.

Luís Augusto disse...

Obrigado Romeu!
Parece que alguns Tucker do filme eram do próprio Coppola.

M disse...

Ronha !

roberto zullino disse...

O povo adora romancear fracassos e inventar conspirações, o Tucker ficou rico fazendo maracutais vendendo barcos e outras cositas para a Navy.
acho que tinha virado gente e projetou esse aborto usando motor de avião. Pas de chance de viabilidade, as grandonas entendiam o negócio e deixaram ele se esboroar sózinho, com essa merda nem ajuda precisava.
No entanto, pode-se aceitar o fato de que era sincero no seu sonho, não fez essa aventura com intento criminoso, mas é só isso.
Querer usar motores de avião Lycoming é matar qualquer coisa, a escala de produção de motores de avião é muito menor que a escala projetada pelo doido para a fabricação de automóveis.
Analiso o negócio como negócio, nunca passou de uma aventura de um neófito no ramo e que não tinha o menor conhecimento do que estava fazendo.
Ao contrário do que dizem, não foram as montadoras que deram um breque, foram as empresas satélites, as fornecedoras de autopeças que avaliaram o risco e puxaram o plug da tomada. Afinal, as montadoras no máximo ganhariam um concorrente e não estavam nem aí para isso, tanto que nunca se importaram com a enorme importação de carros ingleses e alemães do pós guerra, importações essas que tiravam suas vendas e as vendas nos anos 50/60 sempre forma muito bem obrigado.
Já no caso das fornecedoras a situação é completamente diferente, perderiam dinheiro, e muito, no caso de não dar certo.
A história do negócio é um besteirol total, quanto ao carro não passa de uma ronha copiada do Tatra com uns frisos a mais.

CLÓVIS disse...

SOBRE O COMETÁRIO RETRO;
- COMO DIRIA AQUELE CONHECIDO COMENTARISTA DE TELEJORNAL, "DIRETO AO PONTO" !