quarta-feira, 15 de outubro de 2008

PÔNEI DE LUXO

Visual simples e descolado, sem se remeter aos modelos baratos do segmento de entrada; espírito jovem, invocando esportivida-de, sem pretensões nas pistas de corrida e sem as chateações inerentes aos carros-esporte da época; baixo preço no modelo básico com opcionais de modelos de luxo; e, o mais importante, carisma de sobra, fizeram com que o segmento dos pony-cars causasse uma verdadeira revolução no mercado norte-americano ao oferecer aos jovens motoristas um esportivo acessível e descomplicado. Como a proposta se baseava essencialmente na simplicidade do conceito, nada mais natural que as Big Three americanas escolhessem suas marcas de entrada para a linha de frente com Ford Mustang, Plymouth Barracuda e Chevrolet Camaro. Como nos EUA há mercado para quase tudo quanto é novidade, a Mercury não tardou em apresentar sua opção de luxo ao cavalinho da Ford, o Cougar, lançado no segundo semestre de 1966 e cujas características mais marcantes são os faróis ocultos por coberturas retráteis e o discreto aumento do entre-eixos em relação ao Mustang, com quem comprtilhava a mecânica. Embora não possa ser considerado um fracasso, o Cougar nunca teve o mesmo carisma dos carros-pônei das marcas mais baratas, talvez por uma certa incompatibilidade da proposta original com o perfil dos clientes da Mercury, e - fenômeno interessante - vale hoje menos do que um dos modelos de entrada, quando o usual é que as marcas de maior prestígio sejam as mais procuradas pelos colecionadores. O modelo 1968 da foto esteve no Brazil Classics 2006 e representa o auge do Cougar que, tal como tantos outros ianques, foi grosseiramente descaracterizado na década seguinte até cair no esquecimento e ser, discretamente, aposentado.

2 comentários:

Portal Maxicar disse...

Tenho sentimentos meio confusos em relação ao Mercury Cougar. Ao mesmo tempo que acho um carro bastante classudo e bonito, às vezes acho brega e exagerado!

Luís Augusto disse...

Realmente, acho que o Cougar ficou no meio do caminho entre o jovem despojado e o classudo e acabou não sendo nem uma coisa nem outra. Mas, na minha opinião, não chega a ser brega.