terça-feira, 13 de janeiro de 2009

FALANDO EM PININFARINA...

Certa vez, pergunta-ram ao famoso carrozziere qual era o seu trabalho preferido e ele apontou o Cisitalia 202, um Grand Tourer que usava mecânica Fiat 1100 e que, hoje, faz parte do acervo permanente do MoMA de New York. Construído entre 1947 e 1952, ele antecipou tendências vistas em grandes esportivos que viriam nos anos seguintes, como as berlinettas Ferrari e Maserati. Em uma Europa ainda se refazendo das feridas da II Guerra, os 168 km/h alcançados pelo pequeno motor de 50 cv líquidos eram uma ótima marca, mas a beleza e o desempenho do 202 não foram suficientes para impedir a falência da Cisitalia, abreviatura de Consorzio Industriale Sportivo Italia, ainda nos anos 50, após ter conquistado vitórias até na F-1. Curiosamente, os passos do fabricante italiano foram seguidos pela Porsche que, encorajada pelo sucesso do esportivo com mecânica Fiat, procurou a Volkswagen para o fornecimento da mecânica básica dos primeiros 356 feitos em Gmünd - só que o destino da Porsche, como se sabe, acabou sendo bem mais glorioso do que o da sua inspiradora. O modelo da foto esteve no encontro de Meadow Brook, MI, em 2005 - se fosse um evento europeu, dificilmente o esportivo estaria com as indefectíveis faixas brancas nos pneus...

4 comentários:

Felipão disse...

Por falar em MoMA, Luis, já ouvi dizer que tem um Uirapuru lá, considerado um marco no design de carros, copiado até pela Jensen... Vc sabe de alguma coisa a respeito???

Luís Augusto disse...

Felipão, boa parte do acervo do MoMA é rotativa, mas, de toda forma, acho muito improvável que um Uirapuru já tenha estado por lá.

Quanto à lenda de plágio pela Jensen, é uma grande bobagem. Os dois seguiam tendências da época, mas são muito diferentes quando vistos ao vivo, lado a lado (pena que não fotografei...).
As proporções são outras e, como o Jensen foi apresentado apenas um ano depois do Brasinca, só seria possível falar em cópia se tivesse havido espionagem industrial, algo impensável para duas empresas tão pequenas.

Mauricio Morais disse...

O estúdio Pininfarina não é deste mundo. Todas as casas de estilo tiveram seu auge e sua decadência. A Pininfarina parece nunca ter baixado a guarda, Desde o velho Pinin, passando por seu filho Sérgio até os herdeiros de hoje, nunca vi um carro feio que tenha saído daquelas pranchetas.
E não só bonitos, sempre com novidades estéticas e práticas.

Taí uma idéia de post Dr. Malta. Abs.

Luís Augusto disse...

Sugestão registrada, Maurício. Realmente a Pininfarina é muito especial, mesmo quando falamos de veículos atuais. Tanto que um outro modelo entre os preferidos de Sergio é a Ferrari 456 GT.