sexta-feira, 18 de junho de 2010

ANTIGOMOBILISMO NAS PISTAS


Diferentemente do que ocorre na Europa, EUA ou mesmo nos nossos vizinhos sul-americanos, antigomobilismo por aqui ainda remete a encontros estáticos (honrosa exceção para o pessoal do RS e do MG Clube), mas, aos poucos, as tendências vão mudando e os críticos dessa modalidade vão tendo motivos para comemorar. Os que gostam especificamente das pistas devem estar exultantes com a perspectiva do ressurgimento da Fórmula Vee, categoria que alcançou grande popularidade aqui e no exterior nos anos 60 e 70 graças à descomplicação e ao baixo custo (a idéia é ficar em torno de R$ 10 mil por carro, segundo seus idealizadores) decorrente do uso de mecânica e suspensão dos VW a ar. Para os interessados, vale a pena visitar o blog criado pelo Zullino para documentar o renascimento na modalidade no Brasil, à qual este blogueiro deseja vida longa. A foto acima é de um Fittivê legítimo dos anos 60, emprestado pelo Paulo Trevisan para o desenvolvimento dos modelos atuais.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O IMPALA CANADENSE


Sempre aparece, em um grande encontro de antigos como Araxá, algo inusitado como este Pontiac Parisienne 1959, modelo premiado no evento e do qual este blogueiro nunca tinha ouvido falar. O Parisienne foi a opção canadense ao Bonneville que, seguindo a cultura automotiva em voga na América dos Anos Dourados, abusava dos cromados adornos. A identificação do estilo Sport Sedan (quatro portas sem coluna central e com janela traseira panorâmica) com os outros GM da época é imediata, ficando por conta da grade dianteira bipartida a assinatura da Pontiac, que já se destacava como a divisão mais jovial do grupo. Entretanto, a base deste full-size não é o luxuoso Bonneville americano, mas sim o Chevy Impala, de construção mais simples e barata do que os primos das divisões mais ricas do grupo, sendo que o motor da unidade da foto é o ortodoxo seis em linha da Chevrolet, que fica longe de oferecer a esportividade que caracterizou a Pontiac americana desde os anos 50; os V8 derivados do small-block dos Bel Air ficavam como opcionais.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A INSPIRAÇÃO


Dizem alguns amantes de carros-esporte que o Lobini do post aí embaixo teria se inspirado - ou mais do que isso - no Lotus Elise, um pocket-rocket produzido segundo a velha receita britânica dos esportivos mais divertidos do mundo: baixo peso, um pequeno e temperamental motor de 4 cilindros (um Rover de 156 cv para o mercado europeu ou um Toyota de 190 cv para os EUA, ambos 1.8 16V em posição central-traseira) e interação máxima com o motorista. A parte boa da história é que, se alguém se interessasse pelo pequeno inglês há 2-3 anos, não pagaria muito mais do que o que se pedia pelo Lobini - que, pelo jeito, já era como veículo de produção regular. A não ser, é claro, que o candidato optasse pela série especial Type-25 da foto acima, que homenagiava as 25 vitórias de Jim Clark na F-1 (bons tempos da Lotus!) e conta com 218 cv, responsáveis por empurrar apenas 900 kg. Apenas 25 exemplares do Type-25 foram produzidos. Foto extraída do Carangos & Afins que, qualquer dia desses, começa a cobrar Royalties deste pobre blogueiro...

domingo, 13 de junho de 2010

SOBREPOSIÇÃO DE ÉPOCAS


Um Lobini H1 desfilando diante de uma fantástica seqüência de Alfas clássicas em Araxá. Dois Lobini apareceram por lá no último Brazil Classics, dando uma mostra do prestígio da marca, que produziu 21 unidades entre 2006 e 2008, mas pouco se tem ouvido falar nesses bólidos que se valem do 1.8 Turbo da VW/Audi e causaram enorme estardalhaço quando lançados. Até onde eu sei, a fábrica ainda existe, mas o propulsor não é mais feito por aqui. Alguém tem notícias de como anda a Lobini?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

DELAHAYE 148L CHAPRON 1937


Raramente o título de um post do Antigomóveis é o nome de um veículo, mas cabe aqui uma exceção, pois esse raríssimo Delahaye não existe nem nas coleções dos sócios do clube da marca na França. O carro, residente no Brasil desde 1939, foi trazido pela empresária francesa Mme. Cognac, dona da rede francesa de lojas La belle jardiniére, por ocasião da eclosão da II Guerra, segundo um cartaz exposto ao lado do modelo no último Brazil Classics. Dotado do famoso câmbio Cotal, cujo funcionamento já foi didaticamente descrito pelo Zullino aqui, trata-se de mais um Clássico (com C maiúsculo) da coleção do Pacífico Mascarenhas, talvez o único representante "Verde-Amarelo" dos anos de ouro da marca - que chegou a beliscar vitórias nas pistas de corrida até contra as Silber Pfeile nazistas - que acabou conhecendo a decadência no pós-guerra, como tantas outras gaulesas.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

ARAXÁ/2010 - A MELHOR PARTE


Fecho aqui a minha cobertura do Brazil Classics Fiat Show 2010. Ainda há muita coisa interessante para comentar, mas o blog volta agora ao seu ritmo normal. Para quem gosta de fotos, reitero minha indicação do Autoclassic. Para quem perdeu o evento, melhor começar a se programar para 2012...

ARAXÁ/2010 - A ZEBRA


Com toda franqueza, confesso que fiquei absolutamente perplexo com a notícia de que meu Fuscão 1974 havia sido um dos dois nacionais premiados no evento (fora as premiações especiais). De qualquer forma, foi um grande barato desfilar pela primeira vez na passarela do encontro de antigos de mais alto nível do Brasil.

ARAXÁ/2010 - MISS SIMPATIA

Não houve em Araxá quem não abrisse um sorriso para essa ambulância Chevrolet 1957 recém-importada. Trata-se de uma special order com entre-eixos alongado e teto elevado, mantendo intactos os acessórios médicos da época. Apesar de ser um veículo de trabalho, vinha com alguns adornos típicos do Bel Air, não vistos em em modelos mais simples como o One-Fifty.

terça-feira, 8 de junho de 2010

ARAXÁ/2010 - ILHA DOS LAMBOS

Um Miura, um 400 GT 2+2 e um Urraco, que merece um post só para ele no futuro. Precisa mais?

ARAXÁ/2010 - MASTODONTE AMERICANO

Que me desculpem os amantes dos carros europeus, principalmente da indefectível série de Mercedes 300 que esteve mais uma vez em Araxá, mas este Chrysler Town & Country 1947 roubou a cena entre os veículos do pós-guerra. De tão grande, parecia que estava fora da escala dos outros carros, mesmo quando comparado aos Galaxies nacionais colocados logo atrás dele. A história desses exclusivíssimos conversíveis com partes da carroceria em madeira já foi comentada no post sobre o Ford Sportsman do Og Pozzoli (cuja ausência foi muito sentida em Araxá) e, salvo engano, o Town & Country era o mais caro deles. Que fique claro que a unidade da foto é um Town & Country legítimo, não uma re-creation feita a partir de um Chrysler mais comum. Fez justiça ao tapate vermelho estendido para ele.

ARAXÁ/2010 - ESQUADRA AMERICANA


O título deste post é um plágio de uma matéria da saudosa QR Clássicos, mas não achei melhor definição para a frota de Chevys ancorada diante das termas do Grande Hotel. Uma pena que nem todos estavam presentes no momento da foto, mas aí vai, de memória, a escalação: dois Bel Air Sport Coupé 1956, um Bel Air Sport Sedan 1957, dois Impalas Coupé 1958, um Impala Sport Sedan 1959, dois Impalas Conversíveis 1963, dois Impalas Conversíveis 1965 e um Impala Coupé 1967. Escoltando os exemplares dos anos de ouro da marca, um Bel Air quatro portas 1952 e um Caprice 1977. Nada mau.

ARAXÁ/2010 - TROFÉU JK

Se o Troféu Roberto Lee para o Mercedes 540K eram favas contadas desde o primeiro dia, os entusiastas da indústria automotiva brasileira ficaram na expectativa do Troféu JK, criado em 2008 para homenagear o melhor veículo nacional do evento. Dado o estado impecável deste Fiat 147 1977, não foi grande a surpresa quando ele faturou o prêmio. Aliás, impecável não é suficiente para descrevê-lo. Parece 0km em cada detalhe.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

ARAXÁ/2010 - MG EM DOIS MOMENTOS


Somente quando postos lado a lado, é possível perceber o quão diminuto é o Midget (1961-79) em relação ao MGB (1962-80). Aliás, nunca achei que fosse ver tantos MGs juntos! De memória, creio que dez exemplares marcaram presença em Araxá (um TC, dois TD, um Midget, cinco B e um B GT).

ARAXÁ/2010 - PORSCHE EM DOIS MOMENTOS


No final dos anos 70, parecia que o vermelhinho, com seus seis cilindros contrapostos refrigerados a ar, estava condenado e que o branquinho, com seu V8 dianteiro, apontava para o futuro da marca...

ARAXÁ/2010 - OS VETERANOS

Raramente as décadas de 1900 e 1910 têm representantes nos outros encontros de antigos brasileiros e o Brazil Classics, mais uma vez, se superou na quantidade e variedade de espécimes centenárias. Da direita para a esquerda, temos um Peugeot, um Fiat, um Hupmobile e um Benz - este, de 1911 é o mais jovem do grupo. O Peugeot, de 1903, pertence ao Museu Matarazzo e desfilou garbosamente na premiação - é bom lembrar que apenas veículos que estão funcionando são premiados no evento, motivo pelo qual boa parte desses Edwardianos volta para casa sem troféu.

ARAXÁ/2010 - UM EXÓTICO EUROPEU

Como sempre ocorre no Brazil Classics, coube aos irmãos Marx apresentar um dos modelos mais exóticos da exposição. Para quem não sabe, eles são os herdeiros de um enorme acervo de esportivos europeus comprados nos anos 70 a preço de banana pelo seu pai, o colecionador Flávio Marx, falecido precocemente. A coleção tem preciosidades raríssimas até no mercado internacional, dando uma amostra da diversidade de espécimes que já rodaram por essas bandas antes da implantação da indústria nacional. Sobre o modelo da foto, trata-se de um Allard J2, modelo inglês que se valia da mecânica Cadillac e que obteve algum sucesso em provas de endurance nos anos 50. Embora tenha fechado as portas em 1966, a Allard abriu caminho para o sucesso de outros híbridos europeus com mecânica norte-americana como os AC Cobra, De Tomaso e Jensen.

ARAXÁ/2010 - A PRATA DA CASA


O mais desejado dos V8 nacionais esteve muito bem representado no Brazil Classics. Da direita para a esquerda, a evolução do Dodge Charger, começando pelo LS 1972 premiado no evento, passando pelos R/T 1973 e 1975 e terminando no R/T 1979 com suas Opera Windows e pintura em dois tons. Em breve, novas fotos!

ARAXÁ/2010 - ILHA DAS MERCEDES


Os principais clássicos da Araxá foram organizados em pequenos grupos de três ou quatro veículos relacionados entre si. O grande destaque foi este conjunto de Mercedes dos anos 30 que, por si só, já valeria os 380 km de estrada ruim até Araxá. Fazendo companhia à 540K Spezial 1936 estão a 380K Cabriolet 1933 (que já apareceu por aqui com outro padrão de pintura) e a 320 Roadster Mannheim 1938, que merece um post só para ela.

ARAXÁ/2010 - RARIDADES NACIONAIS


A presença dos FNM Onça e Fúria GT não foi novidade para os freqüentadores do Brazil Classics, mas a aparição do recém-resgatado Willys Capeta 1964 causou furor. Se o seu valor como esportivo puro-sangue é questionável (o motor 3.0 oriundo do Aero-Willys e que seria usado mais tarde no Itamaraty não ajudam), seu desenho é um dos mais belos já saídos de pranchetas brasileiras. Bem menor do que um Brasinca 4200 GT e tão bem-proporcionado quanto um Puma DKW, ele teria faturado diversos prêmios de elegância se tivesse sido produzido em série. Se o desempenho corresponde ao desenho, não sabemos, pois o modelo da foto, exemplar único, tem cerca de 300 km rodados e ainda não teve a mecânica ressucitada. De qualquer forma, depois da 540K, foi o modelo que mais chamou a atenção em Araxá.

domingo, 6 de junho de 2010

ARAXÁ/2010 - BEST OF SHOW


Nos próximos dias o Antigomóveis se dedicará a comentar o que de melhor pôde ser visto no último Brazil Classics Fiat Show. A cobertura completa deverá estar disponível em breve em sites especializados como o Autoclassic, cabendo a este blog apenas algumas pinceladas, principalmente sobre o que de inédito apareceu por lá. Comecemos pelo maior destaque do encontro, que levou o Troféu Roberto Lee deste ano. A presença da Mercedes 540K Spezial no evento já tinha sido antecipada em um post recente, que conta a saga dos modelos esportivos da Mercedes nos anos 30. Sobre a unidade da foto, não há palavras para descrever tamanha beleza, principalmente quando em movimento, como no desfile da premiação. Nunca um carro provocou tamanha unanimidade sobre sua supremacia em um evento de automóveis antigos no Brasil. Novas atualizações deverão ir ao ar amanhã!