segunda-feira, 23 de março de 2009

JÓIA RARA NA CASA VERMELHA

Aproveitan-do a cobertura da recente visita do amigo Gustavo Leme à coleção do Og Pozzoli, o post de hoje é dedicado a uma de suas raridades, guardada com carinho na Casa Vermelha, como é chamado o complexo onde os carros são mantidos. Aqui, raridade não é força de expressão: a simpática pick-up 1948 da foto é um dos dez Armstrong Siddeley Utility Coupé sobreviventes no mundo e um dos dois únicos com volante à esquerda. A análise do design mostra o quão pouco evoluiu o conceito das pick-ups derivadas de automóveis no decorrer das décadas passadas, idênticas aos modelos que lhe deram origem (nesse caso, o Armstrong Siddeley Whitley) até a coluna B e com a parte traseira substituída pela caçamba, idéia resgatada no Brasil pela Fiat com a pick-up City e copiada pelas outras marcas. A grande atração dessa britânica sexagenária, no entanto, está na caixa de câmbio pré-seletiva, na qual uma marcha pré-determinada pelo motorista é engatada por um mecanismo eletromecânico quando a embreagem é acionada, num sistema tão incomum que, certa vez, o Bob Sharp - que, notoriamente, não se interessa muito pelo antigomobilismo - me disse que esse é o carro que ele tem maior curiosidade em dirigir.

10 comentários:

Felipão disse...

Incrivel como tem coisa aqui no Brasil que nem suspeitava...

E as fotos o Gustavo ficaram ótimas..

Teté M. Jorge disse...

As parcerias dos blogs estão ficando cada vez melhores...

Parabéns!

Beijos.

Germano disse...

esses carros tinham cada sistema curioso...

Helio Herbert disse...

Maravilha de post,o Og tem uns brinquedinhos muito legais.Saudações.H.H.

Nik disse...

Luís, se puder e quiser continuar comentando a coleção do Og, agradeço demais. Imagino que esta coleção tenha sido constituída a partir de critérios elevados de seleção, com carros sim interessantes, muitas vezes raros mas seguramente sempre com muitas histórias por serem contadas. Falta quem, como você, domine esta arte. Abraço, Nik.

Luís Augusto disse...

Pôxa, Nik, muito obrigado pelas palavras. Cada post depende muito da inspiração do momento, mas vou tentar me concentrar na sua sugestão.

Anônimo disse...

Luís, sou fã do Og. De carteirinha.
Não sabie dessa picape dele, só pela Classic Show última. Imagino que seja de restauração recente, como alguns outros europeus. Certamente é um do carros que ficou um bom tempoi na linha de espera pra ser restaurado. Ele diz ainda ter muitos outros por restaurar, mas que não conta nem mostra... Imaginem o que há de escondido!!! Mais, imaginem tudo o que esse homem viu! SE nós, humildes mortais já perdemos várias oportunidades, vimos muita coisa, imagine tudo o que ele deixou de comprar!! Essa coleção dari aum livro!! quem sabe um dia, né??

Grande abraço.
Guilherme.

Roberto Zullino disse...

A caixa desse carro é Wilson que era o nome desse tipo de caixa na Inglaterra. Na França se chama câmbio Cotal, mas o fucionamento é o mesmo e por incrível que pareça funciona.
Dirigi um Dalahye do falecido Flavio MArx que tinha essa caixa. Não existe alavanca de câmbio, mas um dispositivo na coluna do volante com uma espécie de grelha em miniatura para as marchas e uma alvanquinha com uma bolinha do tamanho de uma bola de gude na ponta, é usada para selecionar as marchas.
O motorista sai normalmente em primeira e muda a alavanquinha para segunda mas nada acontece se não apertar e soltar a embreagem. Na redução é igual. Vem em quarta e coloca a alavanquinha em terceira, mas nada acontece. Aperta e solta a embreagem e a terceira entra. Foi usado nos F1 Conaught com muito sucesso, o carro era facilimo de dirigir. O problema é que o motor dos Conaught era o antigo Alta inglês e era frágil. A caixa pré-seletora acabava submetendo o motor a maiores esforços nas reduções e eles quebravam muito.
Meu pai teve um Armstrong vendido pelo Godwin&Cocozza que ficava na Av. Ipiranga.
O carro era uma verdadeira merda, fervia parado e era zero. O radiador tinha o tamanho de um de Gordini para refrigerar um seis cilindros, fios de pano, sistema elétrico com fios de pano marca Lucas, The Prince of Darkness. Fica melhor em 4 cavaletes na coleção do OG, acho que fizeram os Armstrongs e outras porcarias inglesas para isso.

Luís Augusto disse...

Roberto, essa caixa deve ser ótima em locais sem trânsito, porque não considera uma situação imprevista como um sinal fechando ou um pedestre atravessando inadvertidamente na frente do carro.
Agora, sobre os produtos ingleses, concordo que são, no minimo "inadequados para as condições brasileiras".
Abraços

Fernando Silva disse...

Nas décadas de 40 e 50 do século passado, percorria ruas e avenidas de São Luís do Maranhão uma pick-up Armstrong, cor preta, com a caixa de marcha Wilson (pré-seletora) Pertencia à companhia de aviação AERONORTE, segundo consta, de propriedade do falecido maranhense Renato Archer, político e ministro de Estado.
São Luís, 18 de novembro de 2017
Fernando Silva
Decano dos colecionadores de automóveis antigos no Maranhão