sexta-feira, 19 de setembro de 2008

SÓ PARA CONHECEDORES

Na primeira década da nossa indús-tria auto-mobilística, o único projeto de concepção moderna oferecido ao público por um preço razoa-velmente acessível era a linha Dauphine/Gordini da Willys, idênticos aos Renaults franceses lançados no final dos anos 50. Embora tenham pago o preço do pioneirismo enfrentando problemas típicos da falta de adequação do produto às condições brasileiras, esses carrinhos tiveram sua legião de seguidores, tendo se mostrado uma boa opção para quem queria se diferenciar em um universo dominado pelos Fuscas. Para os que conheciam as manhas do Gordini e queriam mais desempenho sem ter que pagar pelo caro e exclusivo Interlagos, a Willys ofereceu, durante dois anos, o 1093, que fez sucesso nas pistas européias e brasileiras. Sempre na cor vermelha em 1964 e dourada em 1965, ele tinha mecânica semelhante à do Interlagos padrão de fábrica, com carburação especial, novo comando de válvulas, aumento na taxa de compressão e coletores redesenhados que levavam o pequeno motor Ventoux de 0.845 litro a 42 cv líquidos, responsáveis por empurrar apenas 780 kg. Acabamento mais caprichado, conta-giros Jaeger, suspensão traseira rebaixada e pneus radiais completavam o charme do esportivo, cujo nome se referia ao código interno da Renault para o projeto, R1093; o Dauphine era R1090 e o Gordini era R1091. Cerca de 700 foram produzidos, tendo os sobreviventes se tornado raridades muito valorizadas entre os entusiastas dos antigos nacionais - para o grande público, no entanto, ele parece ser só mais um Gordini. Esse da foto é do Pedro Ladeira, de Barbacena, flagrado durante o passeio à CBMM no Brazil Classics 2004 - muito bem acompanhado, por sinal.

Um comentário:

Felipão disse...

Confesso que não conhecia esse modelo...

Meu pai sempre dizia que o Gordini era apelidado de Leite Glória, talvez, como já foi dito, pagando o preço do pioneirismo...