Outro dia, lá no blog do Chico, apareceu uma bela foto de um Tucker, objeto de uma das mais famosas lendas de perseguição pelo lobby e poder econômico das três grandes fábricas norte-americanas, imortalizada no longa-metragem de Francis Ford Coppola. Quem acredita que o empreendedor Preston Tucker foi uma vítima indefesa do sistema, provavelmente nunca reparou na semelhança de sua biografia com a de Henry J. Kaiser, industrial que, como Tucker, ganhou muito dinheiro com a fabricação de material bélico durante a II Guerra e que também acalentava o sonho de ter uma marca própria de automóveis, materializada no Kaiser Cardinal da foto acima, destinado a concorrer no segmento de entrada, e no Frazer, que visava categorias superiores do mercado. Ao contrário da naufragada Tucker, no entanto, a Kaiser "sobreviveu" à fúria das Big Three e foi uma realidade recebida com entusiasmo pelo mercado sedento por produtos novos no pós-guerra e, já em 1948, suas linhas exibiam as tendências que seriam seguidas principalmente pela Chevrolet e pela Plymouth na década seguinte, mas não tiveram fôlego para acompanhar as frenéticas renovações de estilo ditadas pela cultura consumista dos anos 50, que acabaram por inviabilizar todas as pequenas firmas independentes - no caso da Kaiser, ela encontrou uma sobrevida na América do Sul, principalmente na Argentina. O modelo 1949 da foto pertence ao Navantino, dono de uma curiosa predileção por modelos cujas fábricas não existem mais; com a crise econômica atual acabando com marcas tradicionais, ele tem uma boa oportunidade de expandir sua coleção...
Ford Super Deluxe Sportsman 1946 ...
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