sexta-feira, 14 de novembro de 2008

VIAJADO

Este belo GT Malzoni amarelo, premiado no Brazil Classics 2004, pertence ao Presidente do Veteran de BH, Jornalista Boris Feldman, e é muito especial por dois motivos: primeiro, trata-se de uma das duas únicas unidades de pista remanescentes no Brasil (os outros Malzonis conhecidos são modelos de rua); segundo, porque ele já viajou um bocado para mostrar ao mundo um pouco da criatividade e engenhosidade brasileira daqueles tempos pioneiros, fazendo bonito nas Mil Millas Argentinas em 1996, no Monterey Historic Automobile Races 1999 no circuito norte-americano de Laguna Seca, por ocasião do centenário da Audi, e na Autoclasica 2007, junto com outros esportivos desenvolvidos no Brasil, além de ter comparecido, rodando, para enriquecer o último Blue Cloud em Caxambu, entre outros eventos nacionais. Desenvolvido para a equipe oficial da Vemag pelo time comandado pelo advogado Rino Malzoni, o esportivo tinha como missão fazer frente aos Willys Interlagos nas pistas, já que o Belcar era um adversário à altura apenas para o Gordini e o Simca, e seu motorzinho dois-tempos e 1.0 litro chegava a atingir 100 cv, graças à preparação do grande Jorge Lettry. Apesar de ter tido vida curta (1964-66) por causa das dificuldades financeiras que levaram ao fim da Vemag, seu sucesso foi tal que seus criadores deram continuidade ao projeto de maneira independente, lançando o Puma, ainda com mecânica DKW, em 1967. Sobre a unidade do Boris, acredita-se que tenha sido o último Malzoni de pista fabricado; ele conta que a cor amarela foi uma escolha pessoal na hora da restauração, para diferenciá-lo do outro "espartano" conhecido, do Eduardo Pessoa de Mello, que adotou a cor branca da equipe Vemag. Sua mecânica tem uma preparação mais leve do que a do Lettry (receita do Bob Sharp) visando o uso nas estradas, onde o pequeno esportivo se sente inteiramente à vontade, para deleite do seu privilegiado proprietário.

3 comentários:

Felipão disse...

Acho esses modelos fantásticos...

Mas preferiria que tivessem mantido a cor original...

Acho que faz parte da coisa toda...

Luís Augusto disse...

Felipão, falar em cor original em um carro de competição é complicado...
Como a produção era praticamente artesanal, ele podia ter a pintura decidida depois de pronto, de modo que um piloto independente poderia perfeitamente tê-lo encomendado na cor de sua preferência. Só os carros da equipe oficial da Vemag eram brancos.

Felipão disse...

eu tinha pensado exatamente no branco...

mas, vc tem razão...