quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

PARA ENFRENTAR A CRISE

Com o ocaso dos muscle-cars no início dos anos 70, vítimas de leis antipo-luição e da crise do petróleo, a Chrysler começou a planejar o substituto do 300, que havia sido um dos mais bem-sucedidos musculosos de luxo da história. Para os executivos da corporação, não fazia muito sentido continuar chamando de "300" um carro com potência inferior a 300 cv, já que, além da asfixia por catalisadores e escapamentos mais fechados, a medida de potência, nos EUA, passou a ser em valores líquidos a partir de 1974, derrubando os números da cavalaria dos V8. Foi nesse contexto de ressaca e incertezas que, em 1975, surgiu o Cordoba, um sofisticado cupê destinado a ocupar a faixa logo abaixo do concorrente Lincoln Continental, porém sem passar uma imagem tão sisuda, na tentativa de abocanhar os órfãos dos enormes cupês esportivos da virada dos anos 70. Produzido, em suas formas originais, até 1977, ele mantinha o V8, mas com "apenas" 360 polegadas cúbicas (5.9 litros, 155 cv líquidos - basicamente o mesmo do 300C atual), com o 400 como opcional, e seu estilo rebuscado, que remetia tanto ao Cadillac De Ville quanto ao Jaguar XJ, acabou fazendo sucesso em uma época de crise existencial para o design automotivo norte-americano, mas não fez escola nem mesmo na própria Chrysler, tendo passado para a história como um dos modelos mais exóticos de Detroit nos anos 70, como mostra o exemplar 1975 fotografado no Brazil Classics 2006.

2 comentários:

Felipão disse...

Isso é verdade... reuniram caracteristicas diferentes num mesmo tipo de carro...

Luís Augusto disse...

Pois é, Felipão...
Mas o resultado ficou bom, acho o Cordoba mais interessante do que os Cadillac Eldorado da mesma época.