Na segunda metade dos anos 70, o clima não poderia ser mais desa-nimador para os fabricantes de grandes esportivos. A Porsche dava passos em falso com sua linha refrigerada a água, o Corvette vivia seus piores dias, Ferrari e Lamborghini passaram a ser controladas por grandes grupos, Maserati e De Tomaso estavam a beira da falência e Iso e Jensen haviam fechado as portas junto com vários outros pequenos construtores. O esportivo em alta era a linha Z da Datsun/Nissan, cujo desempenho e carisma eram uma pálida sombra do que foram seus predecessores dos anos 60. Foi com esse pano de fundo que começou a ser planejada a produção de um superesportivo revolucionário, concebido para ocupar a lacuna deixada pelas tradicionais casas européias. A empreitada foi comandada por John Zachary DeLorean, que se destacou à frente da Pontiac ao lançar conceitos de grande apelo nos EUA, como o musculoso GTO e o pônei de luxo Firebird. Ambicioso e capitalizado, graças a um vultuoso investimento do governo norte-irlandês na sua fábrica em Belfast, ele contratou o designer Giorgetto Guigiaro e o construtor Colin Chapman para criar o DMC-12, que seria a resposta à crise do petróleo e à demanda reprimida por um produto de imagem destinado aos jovens abastados dos subúrbios das grandes metrópoles americanas. Detalhes como portas em asa-de-gaivota, carroceria em aço inoxidável e acabamento caprichado impressionavam, mas DeLorean parece ter se esquecido de que um puro-sangue é feito de algo mais do que detalhes excêntricos. O desempenho do V6 2.8 de 145 cv líquidos, desenvolvido numa parceria entre Peugeot, Volvo e Renault, ficava aquém do que suas linhas sugeriam, o que, aliado a falhas injustificáveis no controle de qualidade, afundaram o projeto após pouco mais de 9 mil unidades produzidas em 1981-82. Teria sido apenas mais uma história de investimento mal calculdado, como o Edsel ou o Bricklin, se o esportivo não tivesse ganho as telas de cinema estrelando o clássico Back to the future, que transformou o exótico fracasso em um dos carros mais desejáveis da virada dos anos 80. Há notícia de pelo menos um DMC-12 no Brasil.
Dodge Dart 1970 ...
Há 4 meses
5 comentários:
Luís, tem uma empresa nos EUA que fazem e refazem TUDO do DMC.
Vi um um vez em Moema, aqui em SP.
É isso aí, Tohmé eles estão até fabricando modelos 0Km.
Esse DeLorean de Moema é o do Paulo Loco, dono de uma coleção interessantíssima que inclui até um Super-Vê.
Eu também já vi este carro em algum encontro de antigos. Acho interessante a carroceria parece panela.
um dos fatores que contribuíram pra encerrar a vida do DMC foi a prisão do De Lorean por envolvimento com tráfico de drogas
PS: dei uma reorganizada nos menus do blog acho que dá pra achar as coisas mais rápido agora...hehehehehe
Boa comparação, Gustavo, deve parecer mesmo.
Germano, acho que essas acusações não chegaram a ser provadas.
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