quarta-feira, 29 de outubro de 2008

LONGE DE DETROIT

Muito antes de chamar a atenção do mundo graças às 500 Milhas de Indianá-polis, o estado de Indiana já havia assegurado lugar na história do automóvel ao sediar a única grande fábrica norte-americana de veículos fora de Michigan. Fundada em 1852, em South Bend, pelos irmãos alemães Staudenbecker para fabricar carruagens, a Studebaker produziu seu primeiro automóvel em 1902 e se destacou, nos anos 20, pela excelência técnica dos seus produtos, tendo suportado bem a depressão dos anos 30. Em 1947, ela apresentou o primeiro carro inteiramente novo do pós-guerra, o Champion, que inovou ao trazer os paralamas integrados ao desenho da carroceria, equipada com o mesmo seis em linha de 2.8 litros e 80 hp brutos dos anos 30. O design ficou por conta do grande Raymond Loewy, famoso por ter criado as formas da garrafa de Coca-Cola e o maço de cigarros Lucky Strike, e o Champion era visto, na época, como o carro mais bonito do mundo - as grandes de Detroit só renovariam suas linhas em 1949. Pena que a empresa se descuidou de detalhes do controle de qualidade, comprometendo a imagem do veículo e dela própria nos anos seguintes, até a que as vendas inexpressivas nos anos 60 precipitaram o fim da mais romântica marca norte-americana já criada. O modelo da foto, um Champion cupê 1948, pertence ao Mário Ferretti, maior entusiasta da Studebaker no Brasil, e esteve no encontro de Lindóia/2005.

4 comentários:

Portal Maxicar disse...

Gosto mesmo é do Commander, com seu famoso nariz de bala. Aquilo sim é design revolucionário!

Felipão disse...

Nem imaginava que esse modelo vinha de uma linhagem das mais clássicas, desenhada pelo criador da garrafa de Coca...

Só por isso, um ícone, que deve sempre ser reverenciado...

Luís Augusto disse...

Fernando, o "bullet-noise" foi um estilo lançado pela Studebaker em 1950 para todos os seus modelos de passeio. O Commander era uma versão de luxo do Champion lançada em 1951 e equipada com o primeiro V8 da marca.

Teté M. Jorge disse...

Lembro-me bem das viagens de quase 3 horas Rio-Penedo que fazíamos no Studebaker do vovô.
Mas daí eu saber o modelo... sei que era preto. E só.

Beijos.