Buick 1950 conversível ...
Há 2 semanas
Uma volta nos automóveis antigos e clássicos que marcaram época
Sem contar as "releitu-ras" de carros do passado, como o Concord e o Gazelle, e os micro-carros, alguns modelos como Pontiac Aztek, Gurgel BR-800, Edsel e alguns carros da antiga Cortina de Ferro poderiam travar uma feroz disputa pelo título de mais feio da história... se não fosse o AMC Pacer. Com um desenho rebuscado, a traseira não casava com a dianteira, dando a impressão de adaptação; a porta direita era maior do que a esquerda para facilitar o acesso à parte traseira e as vigias tornavam o banco de trás uma estufa sobre rodas. Produzido entre 1975 e 1981 com um motor seis em linha 258 (4.2 litros) , ele entrou para a história como o responsável pela falência da AMC e é a prova mais contundente de que os americanos não sabem fazer carros pequenos.
Se podemos considerar que o Fusca conquistou o mundo graças às suas inegáveis qualidades técnicas, também não podemos desprezar o trabalho do departamento de marketing, já que a fábrica investiu como poucas em publicidade para firmar a posição do carrinho. Um exemplo dos primeiros tempos dessa política foi a revista "Gute Fahrt", ou "Boa Viagem" em bom português, "o periódico dos motoristas de Volkswagen", como diz o subtítulo, cuja imagem é a da segunda edição - a revista existe até hoje. Muito valorizada pelos colecionadores, ela teve uma "prima" em terras brasileiras, chamada "O Bom Senso", editada em 1963 e 1964.
Em compensação, na estrada, em velocidades mais altas, o motor
... como o que teve o modelo idêntico do meu amigo Alexandre Mollo que, na foto, aparece no Brazil Classics 2006. O Gran Luxo foi o primeiro passo da GM em elevar o status do Opala de carro médio-grande para carro de representação, que culminaria na linha Diplomata nos anos 80 e 90. Seu concorrente direto era o Gran Sedan, da Chrysler, ambos um degrau abaixo da linha Galaxie, da Ford. O curioso desses primeiros Opalas automáticos é que a caixa era fabricada pela Holden australiana, a mesma que manda o Omega para cá desde 1999. Outra curiosidade é que, tanto a GM quanto a Chrysler, omitiam os nomes "Opala" e "Dart" dos seus top-de-linha, numa sutil tentativa de aumentar a aura de exclusividade. Assim, o nome correto do carro é Chevrolet Gran Luxo.
Assim como toda música erudita acabou sendo chamada de "clássi-ca", também no mundo do antigomobi-lismo o termo se difundiu para descrever qualquer carro, de qualquer época, que desperte algum tipo de interesse especial - e será usado nessa conotação mais liberal por este blog. Mas o fato é que, de acordo com regras da FIVA, só merecem oficialmente essa denominação modelos dos anos 20 e 30 que tenham características especiais de construção e alguns poucos modelos do pós-guerra, como as Mercedes 300 SL, BMW 507 e algumas Ferrari, por exemplo. Os grandes representantes dessa casta na Itália nos anos 20 e 30 foram os da Isotta-Fraschini, empresa milanesa que acabou falindo logo após a II Guerra e cujos carros tinham prestígio semelhante ao de um Rolls-Royce. Os dois modelos, flagrados no Brazil Classics 2006, justificam o slogan "Il massimo dell' eleganza" e pertecem a um mesmo colecionador. Trata-se de uma 8A Cabriolet D'Orsay 1925 (cinza) e de uma 8A SS Tourer Castagna 1927 (verde).
O que as fábricas Lada, Kia e Hyundai têm em comum? Todas são mais jovens do que algumas marcas nacionais há muito desaparecidas, como Puma, Brasinca, Gurgel e Ibap - a Hyundai, mais antiga, é de 1967. Dentre as nacionais, a Ibap foi a mais ousada: não se contentou em aproveitar conjuntos mecânicos já consagrados e contratou o desenvolvimento de um motor próprio, em parceria com a Retífica São Paulo, na Itália, colocando-o em um sedã de concepção extremamente moderna para o padrão brasileiro da época, o famoso Democrata. O resto da história - perseguição impiedosa do governo militar, boicote da imprensa especializada e perda progressiva da credibilidade junto ao público, diante dos constantes ataques externos - fez com que a fábrica morresse ainda na fase embrionária, justamente quando se esperaria maior dose de proteção do governo e da imprensa nacionais. Hoje, podemos ver o logotipo acima estampado apenas nos poucos protótipos que sobraram...