terça-feira, 22 de maio de 2012

AMERICANIZAÇÃO DE BOM GOSTO

Um dos raríssimos casos de primazia da indústria brasileira sobre a do resto do mundo, o Chevette surgiu no Brasil em 1973 com estilo francamente teutônico. Eficiente, minimalista, bonito, porém sem um único friso desnecessário, funcional. A receita alemã deu certo, mas, para um público que enxergava- e enxerga até hoje - qualquer carro como símbolo inequívoco de status, faltava um certo appeal, de modo que o Chevette foi ganhando frisos e adornos até 1977, embora sem perder a identidade que lhe rendeu o apelido de "Tubarão". Em 1978, veio uma mudança mais significativa, com grade bipartida e acabamento mais ostensivo, lembrando o americaníssimo Chevy Vega, como no exemplar 1979 acima, estilo que duraria até 1982. Mais do que uma inspiração, o Chevette brasileiro de 1978 era praticamente uma cópia da versão americana, oferecida aos ianques a partir 1976 como resposta da Chevrolet de lá à crise do petróleo; seu estilo mais "espetaculoso" casava mais com o gosto da escola de Detroit do que o sóbrio modelo original e os brasileiros gostaram: em 1980, nada menos do que sete anos após seu lançamento, o pequeno GM teve seu melhor anos de vendas.

10 comentários:

Belair disse...

Concordo contigo Dr.,quanto ao belo minimalismo do original.
Tive um 74 vinho,aquele com o famoso "cambio alemao",com o acionamento da re' para cima.Um dos carros mais gostosos de curva que ja' guiei.
Duas ressalvas:cada arrancada era uma agonia pra mim;a traseira levantava e a impressao era de que voariam partes do diferencial para todos os lados.Nunca aconteceu.
E acho que nunca consegui fazer mais de 6 km/l com o bichin.

M disse...

Tem minha sumpatia !

Luís Augusto disse...

A minha também! Mas a reestilização que os americanos fizeram depois foi de matar!
Belair, os primeiro Chevettes e Passats tinham o câmbio chamado de "alemão", mas acho que eram brasileiros mesmo.

Alexandre Zamariolli disse...

Aqui em casa, tivemos quatro Chevettes. Os três primeiros, todos da safra de 1979, tinham essa "cara de Pontiac" - o Jeans branco de minha mãe, no qual aprendi a dirigir, e meus dois SL's, um azul-escuro (primeiro carro próprio, presente de 18 anos) e um dourado. Nenhum primor de desempenho, mas a tocada daqueles carrinhos era uma delícia.

Luís Augusto disse...

Oi Alexandre, bom te "rever" por aqui!

M disse...

Dotô,
Alguns carros receberam mesmo caixas ZF alemãs.

Luís Augusto disse...

É, devo estar confundindo com o cambio alemão do Passat!

Alexandre Zamariolli disse...

Valeu, Luís, a recíproca é verdadeira!

regi nat rock disse...

Tive um 74 vremeio e tirando o cambio realmente uma delícia, o resto... ai ai ai. O motor batia mais que britadeira, apesar dos mecas que nele puseram a mão, afirmarem que "aquilo" não tinha jeito mesmo... Autorizada tb nunca resolveu. Até que funcionava bem mas o tec tec tec tec alto e barulhento incomodava um bocado. Pro seu tempo, uma maquininha interessante. Raro é encontrar um inteiro por aí.

Bruno disse...

Concordo! Pra mim esse estilo é lindo, com a frente igual a dos Pontiacs! Sou meio suspeito de falar sobre os Chevettes fabricados entre 78 a 82 porque meu pai teve um azul danúbio. Por isso não concordo com o que a Quatro Rodas dizia na época sobre esse estilo, em que "A frente americana agressiva não combina com a traseira ao estilo europeu."