Com a popularização do antigomobilismo, o movimento de preservação dos pioneiros da indústria nacional ganhou força na última década. Desprezados até então pelos entusiastas, eles hoje são recebidos com tapete vermelho em qualquer evento de antigos - registrou-se, nas últimas Mil Milhas Históricas, por exemplo, a participação de um Puma e de um Fusca orgulhosamente brasileiros. Naturalmente, os veículos mais exclusivos começaram a ser cobiçados por alguns colecionadores, mas esbarra-se aí em um problema: o que diferenciaria uma jóia rara de uma mera curiosidade? Um DKW Universal, um Brasinca 4200 GT, um GT Malzoni ou um Willys Itamaraty Executivo são, de fato, difíceis de achar e muito representativos do otimismo daqueles tempos pioneiros, mesmo diante das limitações impostas por uma economia instável e pela escassez de meios. Mais do que isso: independentemente das qualidades ou limitações de cada projeto, esses exemplares foram uma realidade concreta na nossa indústria e povoaram os sonhos dos entusiastas como símbolos máximos de força, beleza e poder. Por outro lado, alguns exercícios de criação, que certamente chamam a atenção por serem peças únicas - ou quase isso -, tendem a ser encarados tão-somente como tiros n'água que não sustentam o glamour que muitas vezes é a eles dedicado quando aparecem pela primeira vez - o caso mais recente é o do Willys Capeta, apresentado no Brazil Classics 2010 após décadas de hibernação na coleção Roberto Lee. Um caso complicado é o do Onça (acima estão as fotos dos dois modelos conhecidos), idealizado por Rino Malzoni a pedido da FNM e que teve a execução abortada pela Alfa Romeo italiana. Com produção de pouco mais de meia-dúzia de unidades (alguns falam em 12 felinos), ele ganhou status de jóia da coroa desde o aparecimento do modelo branco preservado hoje em Brasília. Muita gente torce o nariz. E aí? Trata-se mesmo de uma raridade daqueles tempos ou não passa de mais uma curiosidade que não foi adiante? Com a palavra, o leitor.
Dodge Dart 1970 ...
Há 3 meses
26 comentários:
Acredito que o FNM Onça é uma mera adaptação de uma Alfa Romeo da época,não tendo portanto o merecimento do status de raridade fabricada por aqui .
Prefiro um Chef da Gurgel, que é um projeto nacional que não deu certo devido á política de proteção ás fabricas extrangeiras que sempre imperou neste país .
Abraços
Bem, não deixa de ser um ponto de vista.
Mas, nessa linha de raciocínio, sobrariam bem poucos autênticos nacionais. Talvez só um (CBT Javali). Se o Onça é uma carroceria diferente vestindo um chassi de Alfa cortado, o Xef é o mesmo com um chassi de Fusca cortado.
Xííí..
eXtrangeiro é um trangeiro que deixou de ser ?
Que absurdo !
É triste saber que ainda tem gente que acredita nesta cantilena de perseguição.
O Gurgel afundou pela própria incompetência ! Se tivesse ficado no X12, provavelmente estaria vivo até hoje.
A josta do Chef merece lixeira, como praticamente tudo o mais que ele fez !
Já a Alfa-Romeo só restou mesmo abortar a produção deste clone-de-mustang.
Na verdade, acho que de todos os esforços nacionais, só o GT Malzoni e sucessor Puma DKW merecem a classificação de raridades !
O resto classifico como delírios...
Ora, não seja tão mal-humorado. Além das raridades que citei, incluiria aí os Puma VW 69-71, Puma DKW e FNM Timb.
Oras...
Puma DKW já está lá !
E o Timb é uma Alfa-Romeo Berlina.
Tá bão, pode ponhá o Puma VW até 74.
E vamos fazer justiça ao Anisio. Acrescente o Dacon-ôvo !
Os poucos carros Democratas "fabricados" pela IBAP, são raridades...o projeto não foi para frente sabe-se lá porque...MAS EU CLASSIFICO COMO UMA DAS MAIORES RARIDADES DO BRASIL.
Luis, sua pergunta é fomento para discussão. Afinal, apesar da palavra raridade significar literalmente "diminuta frequência", muitos leitores vão julgar a mesma raridade pela qualidade mecânica, pelos atributos esportivos ou pela distinção que convier ao sujeito - verdadeiros delírios.
Um carro que tenha sido reproduzido 6, 12, 24 ou até 300 vezes é raro sim. Gostem dele ou não.
Lanço meu delírio: um Opala De Luxo 1969 preto com interior todo branco (cintos, forrações e carpetes), como existe um em Blumenau-SC, pode ser tão raro quanto qualquer outro carro que tenha sido reproduzido tão poucas vezes.
Sacco, naturalmente eu me referi a raridade em um sentido não-literal. Inclusive já usei anteriormente o termo raridade para o Willys Capeta, que classifico aqui como curiosidade.
Podem ser "delírios" mas isso não impede que sejam raros...
COmo lembraram aí, temos os IBAPs, os Santa Matilde, entre outros que ainda não foram valorizados. Tem também os carros que a Dacon fazia / preparava, como aquele 828, um negócio assim, que tentaram reviver com a presepada da "Óbvio".
O que mais me dá raiva é ver carros como Puma (em especial a GTB), SP2, entre outros, xunados monstruosamente. Melhor que fiquem preservados, ainda que não sejam raros, tem direito à dignidade!
O Santa Matilde é um boa lembrança.
Ronha !
É válido pela tentativa. Pelo menos naquela época alguém fazia algo diferente do comum... mesmo que fosse um Mustang com frente Alfa.
Falando em 'stang, uma coisa que eu não consigo entender são certas versões avaliadas em centenas de milhares de dólares por terem peças "especiais". Aí que vai ver, é possível comprar as mesmas peças e montar um igualzinho.
Joel,
Aí é que entra a lorota do # match numbers !
Os mericanos valorizam isto !
No caso de 'stangs e 'vettes, hoje dá prá montar um zero, melhor do que o original; mas o que vale é o velhinho match number !
Chicão, não fale do Democrata que o Zuzu acaba com qualquer argumento. Eu mesmo, vi os dois que fizeram um periplo em cima de uma caminhão feneme, um vinho e o outro de cor escura, não lembro qual, e simplesmente não tinham motor. Aquilo foi um golpe em que muita gente entrou. A versão virou o "fato". Papo furadíssimo...
Pra mim, raridade pra valer é o Uirapuru, mesmo com motor de caminhão, cambio de 3 marchas e freios de carroça. Que carro lindo.
O capeta é outro que vi andando na via Anchieta Eu ficava sempre pelos lados da Willys, esperando o pessoal sair " pro trabalho". Pelo que vi, qdo pegaram o (des)capeta(do) no museu do Lee, já estava bem descaracterizado, pois tiraram peças importantes. Duvido que a restauração em Brasilia, tenha sido perto do real. Ao menos foi salvo.
M
Lembrei que o Carlos Scheidecker do blog Corvette Brasil fala disso.
Particularmente, acho uma frescura dada a quantidade de 'vettes e 'stangs. Raro é o motor ZL1 de alumínio.
E GT 40 dá pra comprar um novinho da Superformance que tem número de chassi que é continuação dos "originais".
Estou com o M nessa, ele é uma Malfeitor, está sob prisão domiciliar usando uma pulseira Cartier, mas de carro entende.
Os Pumas até 73 merecem algum status e esse Onça até que poderia entrar como exotique, o resto era tudo ronha ou aplique como o democrata.
O Gurgel como o M falou nem precisou de ajuda de ninguém para afundar, afundou sózinho. Se algum executivo de montadora desse bola para o Gurgel era demitido como burro no ato. Eles davam é risada, a béstia queria fazer milhares de carros usando fibra de vidro, coisa que a GM demorou anos para fazer com o Corvette.
Como não sou chegado nesse negócio de rallye de regularidade, isso para mim é coisa de "pé de breque", carro tem é que andar com o pé na tábua e em pista, não me interessa muito esse assunto.
Joel,
Vieram 2 ZL1 para o braZil !
Uma já era, e a outra está comigo, parada, porque se usar tb acaba.
O bloco não dura - vai pro saco no mancal traseiro.
Tem um GT40 desses "continuation" a venda no Canadá por $80 K !!!
O carro é uma parada ! Jogo na Megasena todas as semanas, pensando nele...
M
O que tu tá esperando pra lelioar esse motor e juntar pra pegar um GT 40??
Hehehehehhh..
Fora do carro não vale grande coisa !
Melhor vender o carro inteiro !
Vai voltar pros USA, porque é só lá que pagam !
Calma que o GT40 vem...
O Onça é sem dúvida uma curiosidade, e também uma raridade no sentido de que sobraram apenas dois para contar a história. Mas nunca tive o menor entusiasmo por esse carro - se for pra ter um Mustang, que seja o verdadeiro.
Anos atrás, vi em São Lourenço um GT Malzoni com mecânica de JK, pertencente a um carioca cujo nome agora não lembro. E não é que ficou bacana o bicho, com cuore sportivo na frente e tudo mais? Pena que a FNM e o Rino Malzoni não tenham ido por esse caminho.
Paulo,
É o Alfazone !
Este carro era do RJ, e corria com pneus enormes !
M,
É isso mesmo! E esse seu toque até me fez voltar à cabeça o nome do proprietário, Viola.
O que se tem que analizar é a época em que foram criados alguns carros.
No caso do Onça, foi uma encomenda da FNM, comandada pelos miliares na época, que queriam um carro esportivo.
Nunca passou de um protótipo, com acabamento bem espartano e muito ruim de chão e freios.
Não chegou a ser suficientemente desenvolvido e teve a fabricação interompida.
Não deixa de ser uma raridade, pelo pequeno numero de unidades fabricadas (6).
Logicamente não resiste a comparações nem com outros carros que tambem foram fabricados em pequena escala, como o Sta. Matilde, que por sinal foi projetado para receber a mecanica Alfa Romeo, tambem.
Posteriormente foi trocada pela mecanica GM.
Quanto ao Alfazoni, esse sim, um autentico delirio nascido nas pistas, um lugar pródigo em elocubrações, sonhos e pesadelos automobilisticos...
Agora fiquei na dúvida em relação a esse Alfazoni. Quando corria tinha pneus enormes na dianteira porque parece que mantiveram a tração dianteira do DKW. Posteriormente, acho que o carro foi modificado e colocaram a mecânica Alfa Romeo normal, motor na frente, cambio e diferencial atrás.
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