quarta-feira, 22 de junho de 2011

A MUSA DE STALIN

E, para encerrar o assunto sobre a limousine comunista do pós-guerra, deixo com os leitores a foto do Packard Eight 1947, idêntico ao modelo 1942 que teria sido copiado pela Zis. Uma análise mais superficial já mostra a diferença nas proporções e no detalhe dos paralamas do luxuoso norte-americano, que já ensaiavam se integrar à carroceria desde o modelo pré-guerra, o que ocorreria, de fato, em 1948 - bem diferente, portanto, dos paralamas destacados da dupla Zis/Buick. Um elemento extra para aumentar a confusão a respeito da origem do Zis 110 era que, tal como o Century, o Packard também trazia um straight-eight como equipamento padrão, tendo sido o V8 adotado pela marca apenas em 1955. O modelo da foto, visto no Brazil Classics 2006, faz parte do acervo do Museu Agromen.

7 comentários:

roberto zullino disse...

Tudo "mintira", até as criancinhas na mãe Rússia sabem que quem desenhou esse carro foi o Camarada Stalin himself, a Packard que copiou os planos e só conseguiu fazer primeiro porque o Camarada Stalin estava ocupado ganhando a guerra sózinho. O cara era bom, mas não era dois.

Luís Augusto disse...

Sei...
A engenharia soviética era brilhante em copiar e melhorar as coisas. Caças Yakovlev usava cópias dos motores franceses Gnome Le Rhone muito melhores do que as unidades Dewoitine da Armée de l'air. Acho que os motores russos se chamavam Klimov e são lembrados como excelentes a baixa altitude, coisa que os franceses nunca foram. Não seria de surpreender que o Zis fosse um Buick melhorado. Mas o Packard, de outra casta, devia ser melhor.

Alhambra disse...

Musa de Staline. Gostei do Nome :)
realmente o carro é fantástico

roberto zullino disse...

Copiaram nada, a francesada sempre foi bandida e vendia descaradamente sua tecnologia.
Esse mesmo motor Rohne que era um 18 cilindros em estrela com duas bancadas de 9 cilindros chamava-se Homarê no Japão, Homarê era a maneira japonesa de falar Rohne. Foi praticamente o único motor feito pelo Japão, equipava o caça Mitsubishi Zero feito de madeira e iam colocando mais motores para fazer bombardeiros. Os Zeros deram um couro na americanada quase até o final, mas tinha que ser japa doido para pilotar a merda, não tinha blindagem e uma bala no tanque explodia a josta em mil pedaços.
O motor era excelente, só não funcionava muito bem na França pela cara de pau dos fabricantes de aviões que só queriam saber da grana.
O motor funcionava, os aviões franceses é que eram uma merda e caríssimos. Cobraram uma grana preta pela licença do motor para os russos e japoneses e viviam disso. Aposto que levaram o cano dos dois para aprenderem a deixarem de serem bestas.

Luís Augusto disse...

Hummm...
Acho que há alguma confusão aí.
Na verdade, havia dois projetos de Gnome-Rhone, um radial ao qual vc se refere, mais antiquado, e um de doze cilindros de refrigeração líquida. O radial originou o motor que equipou os protótipos do Zero, mas até onde sei, os motores definitivos do Zero eram de projeto Nakajima. O radial equipou o Polikarpov russo, que tomou um esfrega da Luftwaffe por ocasião da Barbarossa.
Já o de refrigeração líquida era melhor (embora não tão bom quanto o Daimler-Benz 601 ou o RR Merlin) e foi licenciado para a Hispano-Suiza, tendo inclusive equipado muitos Messerschmitts que sobraram da II Guerra. Esse foi o motor copiado por Klimov, não sei se sob licença ou não.

roberto zullino disse...

Estou me referindo ao radial, nem sabia que tinham feito outro. O Zero e quase todos os outros aviões japoneses eram equipados com o Nakajima Homarê, exatamente o Rohne.
Após a guerra analisaram a arquitetura de madeira do Zero e era fortíssima, além de muito eficiente, o caça sempre bateu nos yankkes a menos do Mustang. Chegaram à conclusão que o processo produtivo só poderia ter sido feito por japoneses, outros não teriam a capacidade de fazê-lo em tão grande número.

Luís Augusto disse...

Os caças da marinha americana eram muito pesadões, especialmente os Wildcat e Hellcat. Só o Corsair fazia frente ao Zero, mas foi feito em menor número. O Mustang teve relativamente poucos embates com oZero, já que não foi projetado para porta-aviões.