segunda-feira, 18 de julho de 2011

CASAMENTO INTERESSANTE


Normalmente, a associação entre marcas é vista como empobrecedora da "autodiversidade" desse universo que tanto nos fascina (me vem à lembrança os clones de Fords e VWs no período da Autolatina como o exemplo clássico desse fenômeno), mas algumas exceções são notáveis, como as vezes que dois dos maiores expoentes da engenharia italiana resolveram se unir. A primeira vez que a Lancia flertou com a Ferrari (ou vice-versa) foi na temporada de Fórmula 1 de 1956, quando caiu de bandeja no colo de Don Enzo o excelente Lancia D50 que, renomeado Ferrari D50, deu a Juan Manuel Fangio seu quarto título mundial. Quinze anos depois, foi a vez da Ferrari ceder tecnologia para a Lancia, que equipou seu imortal Stratos com o V6 da Dino, obtendo resultados tão bons que despertaram ciúmes em Maranello, como já comentado aqui. E, finalmente, em meados dos anos 80, o belo Lancia Thema da foto acima, que tinha a difícil missão de devolver à marca o prestígio de outrora, talvez seja a mais interessante das três uniões por estar mais próxima do universo do entusiasta comum. Com a mesma plataforma da Alfa 164 e do Saab 9000, o Thema poderia apenas ser lembrado como mais um ótimo carro da virada dos anos 90, mas sua versão 8.32 (oito cilindros e 32 válvulas) é algo mais especial do que isso. Dotada do mesmo V8 3.0 da Ferrari 308, a 8.32 tinha desempenho e acabamento digno dos melhores Mercedes da época, alcançando 240 km/h e 0-100 em 7 segundos; além disso, o desenho de Giugiaro e os dizeres Lancia by Ferrari na tampa da válvula exerciam um fascínio especial. O preço, naturalmente, era bem elevado, fazendo com que menos de 5 mil dessas versões fossem produzidas - uma delas se encontra parada aqui no Brasil há anos, esperando que alguém a "descubra"...

17 comentários:

Alexandre Zamariolli disse...

Luís,
Quando morei em São Paulo (1997-1999), cheguei a ver uma Thema dessas rodando pelos Jardins; se não me falha a memória, era idêntica à que aparece na foto. Talvez seja o mesmo carro a que você se referiu.

Luís Augusto disse...

Deve ser a mesma. Mosca branca!

Joel Gayeski disse...

Eu nunca morri de amores pelo Thema por ser tração dianteira. Onde já se viu um carro desse calibre FWD, cazzo?

Luís Augusto disse...

Ah, Joel, mas a FWD não invalida o carro! Imagina dirigir um sedã powered by Ferrari?!

Joel Gayeski disse...

Mesmo assim, dotô, não me desce.

Anônimo disse...

Pela foto postada, lembra Fiat Tempra.
Vecchio

Luís Augusto disse...

Caros, um amigo do dono do Thema brasileiro entrou em contato e disse que a última informação sobre ele é que o dono está trazendo outro Thema aos pedaços para consertar o que já está aqui.

Joel Gayeski disse...

Lancia dessa época é Delta HF Integrale. Se tem um crime que eu cometeria sem um pingo de remorso era trazer um carro com menos de 30 anos.

Luís Augusto disse...

Joel, nos anos 90 circulava um Delta aqui em BH (não sei se era o HF Integrale) todo decorado igual ao do WRC (acho que era do Vatanem). Tinha um outro Delta amarelinho por aqui também, lindo! Devem ter sido trazidos por diretores da Fiat. Pena que eles sumiram.

Alexandre Zamariolli disse...

Joel, Luís,
Nos meus giros de fim-de-semana pelos Jardins, também vi uma Delta Integrale. Particularmente bonita era a cor: longe dos tradicionais vermelho e amarelo, o carro era verde-escuro metálico.

Pedro disse...

Vi várias vezes essa Thema 8.32. Era vinho. Um tempo depois foi pintada de vermelho, colocaram os "scuderia shields" nos para-lamas e modificaram a grade para ficar mais rente aos faróis. A pintura foi feita em 2002/03 se não me engano. Lembro também do aerofólio retrátil na tampa do porta-mala.
As Delta vi duas, uma branca numa Subida de Montanha nos anos 90, placa de BH, e outra desmontada em uma oficina no Carlos Prates em BH, em 2000. A branca ainda vi fotos há um tempo, a outra não tive mais notícias.

Luís Augusto disse...

Pedro,
Em qual oficina no Carlos Prates? No Balalau?

Pedro disse...

Coloquei oficina, mas era uma parte loja, outra parte tinha partes de carro, e parte oficina, na Av. Itaúna, na época acho que chamava Ninho do Cobra ou coisa assim. O Delta estava em um canto, embaixo do escritório. O Balalau fica aonde? Quando vou para BH fico ali por perto, mas é difícil ter um tempo pra ficar passeando atrás de antigos.

Pedro disse...

Coloquei no comentário Av. Itaúna, mas olhei no Google Maps e é Av. Itaú, um pouco para baixo tem um campo de futebol e uma garagem de ônibus.

Luís Augusto disse...

Pedro, o Balalau ficava no Caiçara, mas já fechou há algum tempo. A Av Itaú fica no Joáo Pinheiro, saída para Sete Lagoas/Brasília. Se estiver em BH vá ao Shopping Boulevard, um colecionador resolveu expor a coleção dele. São 45 carros incluindo a série de Mercedes SL (até uma asa de gaivota 2011 0km tem).

Pedro disse...

Agora lembrei, ficava uns 4 quarteirões antes da Catalão, agora é uma loja da antigos, não? Fiquei sabendo dessa exposição no Shopping Boulevard. Vi algumas fotos no MaharPress, mas devo voltar a BH somente em Setembro. Se estiverem por lá ainda vou visitar. Sobre o Delta, é próximo da saída do Anel Rodoviário para Brasília, atrás do campus da PUC.

Luís Augusto disse...

Vá sim, vale a pena!