quinta-feira, 25 de março de 2010

BRASILEIRO DA GEMA

Para marcar o encerramento das atividades do Blog 4x4 do Germano, uma pequena incursão no mundo dos jipeiros com um modelo de grande importância histórica para os brasileiros, mas que está praticamente esquecido atualmente, o CBT Javali. Quando os nacionalistas mais ferrenhos exaltam o Ibap Democrata ou o Gurgel BR-800 como iniciativas pioneiras para produzir automóveis inteiramente nacionais, parecem se esquecer de que o motor do Ibap era feito na Itália, enquando o câmbio do Gurgel era originário do Chevette, de projeto Opel. Se quisermos ser realmente rigorosos com os critéios para classificar um veículo como 100% nacional, o jipão da CBT (Companhia Brasileira de Tratores) deveria ganhar destaque, pois foi o primeiro (talvez o único) exemplar projetado e desenvolvido aqui inteiramente com peças também desenhadas e usinadas no Brasil. Produzido entre 1990 e 1994 com o motor Diesel dos tratores da marca, dotado de um turbocompressor também desenvolvido com tecnologia própria da CBT, o Javali sempre teve como pontos fortes a robustez e a capacidade de superar obstáculos difíceis mesmo para um 4x4, mas seu desenvolvimento foi muito caro para a empresa e o preço acabou ficando elevado diante da rusticidade do produto - embora estivesse em um patamar levemente inferior ao do Toyota Bandeirante -, o que acabou levando a CBT à falência em 1995.

8 comentários:

Germano disse...

Obrigado pela homenagem...heheheh teu post ficou melhor do que o q eu fiz sobre o Javali =)

Na verdade ele não era um jipe...era praticamente um trator de passageiros, veio numa época errada, pois era mais caro que as opções nacionais

Luís Augusto disse...

Bondade sua, sou muito prolixo. Mas discordo quanto ao fato de ser mais caro; o Bandeirante e o Engesa custavam mais. O problema é que o bicho era muito tosco e barulhento para o motorista normal e o Javali só agradou ao Exército e a trilheiros radicais.

M disse...

O rústico motor 3 cilindros trepidava tanto que destruia até o pensamento.

Tohmé disse...

1. O Germano não merecia essa homenagem....he, he

2. O Javali era muito pesado, com suas chapas grossas dobradas. E como bem falou o M, arrancava obturação.

Luís Augusto disse...

Hehehe, comentários contundentes a respeito da "suavidade" dos motores de trator da CBT!

M disse...

E dizer que eles desdenharam o motor Elko, para usar esta bigorna.
Com tanta inteligência, tinham que quebrar mesmo...

Francisco J.Pellegrino disse...

Na minha fase "jipeira" eu tinha um amigo com um destes e andavamos quando ainda podia pelas trilhas aqui por São Paulo e pelo ABC, era pior que aguentar os Toyotas, muito tôsco, barulhento, trepidante...mas valente.

Luís Augusto disse...

Olha, se eu fosse comprar um jipe, acho que escolheria o Javali! Gosto dessas trapizongas patrióticas.