terça-feira, 10 de novembro de 2009

DAYTONA CIVILIZADA


A partir do final dos anos 50, com o crescente aumento dos custos das corridas e a expansão nas vendas dos superesportivos, a linhagem das berlinettas de Enzo Ferrari começou a se dividir entre os modelos brutais e ariscos de pequena produção e modelos mais usáveis no dia-a-dia, melhores para desfilar em pontos badalados de Mônaco ou Beverly Hills. Exemplos da primeira e mais nobre linhagem, destinada aos iniciados, são hoje valorizadíssimos, como as 250 GT SWB e GTO, a 275 GTB/4 e a 365 GTB/4, que acabou conhecida pelo apelido de Daytona. No outro ramo da famiglia estariam a 250 GT Lusso, a 330 GTC e a 365 GTC/4 que ilustra este post. Com a mesma plataforma e bloco do motor da Daytona, ela se diferenciava pela preparação mais leve, com 340 cv líquidos, e caixa de marchas montada logo atrás do motor de maneira convencional, ante o câmbio montado no eixo traseiro da GTB/4 visando melhor distribuição de peso, além de um esboço de dois lugares traseiros (daí o GTC, de Grand Tourer Coupé). Produzida por menos tempo (1971-72) do que a Daytona e em menor quantidade (500 unidades), ela acabou se tornando uma exceção à regra de maior produção dos modelos mais "mansos", originalmente destinados aos gentlemen-drivers, que acabaram virando padrão nos últimos anos e se transformaram em ícones de popstars, pagodeiros, jogadores de futebol e outras "castas" que jamais entenderiam o espírito do ramo puro-sangue da família, que parece em extinção em Maranello.

2 comentários:

Tohmé disse...

Luís, se você quiser, tenho um CD de várias fotos das ruínas da Fábrica do democrata, assim como os restos dos carros.

Francisco J.Pellegrino disse...

Bella macquina, paisano.