Poucos carros representam tão bem um momento histórico de um povo quanto o Cadillac Eldorado o fez pelos americanos. Lançado em 1953, exclusivamente em uma caríssima versão conversível, como modelo mais sofisticado da marca, ele foi posto à venda em um patamar mais acessível a partir do ano seguinte e se tornou o símbolo da pujança, do otimismo e da crença inabalável na própria capacidade técnica tão típicos dos EUA dos anos 50-60, que alcançou o ápice do delírio com o Eldorado Biarritz de 1959. A decadência começou discretamente em 1967, quando foi adotada a plataforma e o sistema de tração dianteira do Oldsmobile Toronado e o Eldo passou a ser uma espécie de muscle-car da marca, longe do conceito inicial, como já comentado aqui. A reação viria na geração seguinte, lançada em 1971, que, apesar de ter mantido a tração dianteira, voltava às origens ao investir novamente no glamour que sempre diferenciou a marca e oferecia novamente a versão conversível, banida desde 1967 da linha Eldorado. Entretanto, os tempos já eram bem diferentes dos anos dourados e, em 1976, os full-size da Cadillac, com seus V8 500 (8.2 litros), eram vistos como um monumental anacronismo em uma América obrigada a enfrentar a dura realidade da derrota no Vietnã e da crise do petróleo. Aquele seria o último ano do Eldorado conversível, mas a versão fechada seguiu carreira até 2002 em uma lenta agonia, a ponto de um exemplar dos anos 80 ter feito papel coadjuvante em Gone in 60 sec como um carro pouco desejável, indigno de ser roubado. Apesar do conversível ter voltado em 1979 em um modelo de porte médio (segundo os padrões da Cadillac), para os fãs da marca o último Eldo fiel ao conceito inicial foi mesmo o conversível 1976 da foto acima, emblematicamente retirado de linha no ano do bicentenário da indepedência americana.
Dodge Dart 1970 ...
Há 3 meses
7 comentários:
De fato, esse foi um dos melhores Eldos já produzidos e quase sempre está presente em vídeo-clipes e seriados cults americanos, além de fazer 'pontas' em inúmeros filmes americanos.
Bela matéria.
Abs.
Cadillac só os do Elvis e mesmo assim ele tem que vir junto para fazer um sonzinho e atrair as "minas".
Gosto dos Caddyes.
Acho tão emblemáticos para os EUA quanto Coca-Cola.
Sensacional !
Sem capota fica ainda mais parecido com banheira.
Opa! depois de ler os comentários do post anterior deixo claro que é brincadeira.Senão dá briga.
Hehehe, sem stress, Gustavo. Acho uma pena a forma que os grandões americanos dos anos 70 são desprezados por aqui, talvez por terem chegado em conta-gotas em uma época de importações proibidas.
Postar um comentário