quarta-feira, 24 de junho de 2009

DE FALSO CONVERSÍVEL A FALSO TARGA


O projeto original do Dodge Dart brasileiro remonta a 1966, quando a linha Valiant/Dart foi inteiramente renovada nos EUA, tendo sido usada a solução hardtop para os modelos de duas portas, idênticos aos que seriam lançados no Brasil na linha 1971. A idéia havia sido lançada pela GM em 1949 e seu princípio básico era a supressão da parte visível da coluna B, o que dava a impressão de um conversível com a capota fechada quando os vidros laterais eram baixados. Entretanto, com o enorme desgaste sofrido pelos Dodge Dart/Charger por causa da crise do petróleo e sem dinheiro em caixa para investir em novos modelos, a Chrysler do Brasil mudou o foco dos seus produtos para a clientela mais sofisticada e deu um "tapa" nos velhos Dojões ao colocar apliques em fibra de vidro na dianteira e na traseira, conseguindo mudar completamente a aparência dos veículos com um resultado muito harmônico. No top-de-linha Magnum da foto acima, lançado em 1979, os apliques também se estendiam aos vidros laterais traseiros, reduzindo o seu tamanho e sintonizando o estilo com os americanos da época; o toque final era a divisão do teto de vinil por uma faixa de lataria que dava continuidade ao acabamento da janela lateral, criando a impressão de um teto removível tipo Targa, usado nos Porsche 911 e Corvette Stingray de então.

11 comentários:

Felipão disse...

Esses modelos venderam pouco, infelizmente.... Realmente, ficaram muito harmônicos com esses apliques...

Luís Augusto disse...

Venderam relativamente pouco mesmo, mas a taxa de sobrevivência é alta. Já os Dodges dos primeiros anos, apesar de terem vendido bem, foram praticamente exterminados.

Nik disse...

Lindo post. Aula de história em meia lauda, parabéns.

Guilherme Gomes disse...

Luís, muito obrigado por colocar o antigosverdeamarelo entre os melhores sites sobre carros em português.
Grande abraço,

roberto zullino disse...

O Dart brasileiro era uma merda, um carro feito de peças juntadas. O Dart brasileiro matou muita gente incauta, o diferencial traseiro era da pick-up C14 Chevrolet, muito pesado. Isso aumentava muito a massa não suspensa, pois o projeto original do Dart americano tinha um diferencial muito mais leve. Isso causava com que o Dart nacional desse saidas de traseiras aos pulinhos do tipo da Kombi. Com uma suspensão dianteira muito boa com barras de torção longitudinais à la Porsche e com uma merda de suspensão traseira o carro era um desastre.

Luís Augusto disse...

O que matava mesmo nos primeiros Dart eram os freios a tambor (acho que chamavam Twinplex, ou algo assim)herdados do Simca, totalmente ineficiantes para segurar o V8.

Luís Augusto disse...

Nik, muito obrigado pelas palavras; Guilherme, acho mesmo!

Juliano disse...

Olá
Muito legal o teu blog.
To iniciando um blog com carros antigos. Te linkei, pode me linkar ai tb?
Obrigado
Juliano
http://carrosecarangas.blogspot.com/

Felipão disse...

Não lembro bem, mas o Jackie Stewart fez essa observação sobre os freios do Dart...

Luís Augusto disse...

Felipão, acho que a observação foi do Emerson Fittipaldi. O fato é que a Chrysler disponibilizou freios a disco já em 1971.

Celso Lamas disse...

Quem criticou (estrondosamente) os freios do Dodge foi Colin Chapman, construtor da Lotus, quando testou em parceria com o Fittipaldi um Charger R/T 1971 (O AUTOMÓVEL MAIS LINDO DO MUNDO!!!!). A cada tomada de curva, Chapman questionava o eficiência do carro nas frenagens (e olhe que os freios eram a disco) enquanto o Emerson sentava o pé e só reduzia 100mts antes das curvas...

Um projetista nato, mas piloto limitado, em contenda com um já consagrado profissional.

Foi o que eu disse em um post anterior, com outras palavras:

"Cada macaquinho em seu galho"