Produzida no Brasil entre 1998 e 2002, a Dodge Dakota até que vendeu bem, mas foi retirada precocemente de linha após mudanças na política mundial da empresa, que se havia se fundido com a Daimler-Benz na mesma época da inauguração da fábrica de Campo Largo/PR, construída especialmente para a produção da pick-up. Muito apreciada na cidade, onde demosntrava conforto e maciez acima da média, a Dakota tinha comportamento um tanto traiçoeiro em estradas de terra, onde a falta da versão 4x4 era bem sentida; por outro lado, seu estilo, diante de concorrentes como Chevy S-10 e Ford Ranger, era imbatível e a opção R/T, com o V8 5.2, lhe dava credenciais de modelo de pista. Mas a curta história da Dakota brasileira marcou mesmo pela publicidade desastrosa, que a anunciou como "o primeiro Dodge produzido no Brasil", ignorando a família Dart produzida em São Bernardo entre 1969 e 1981 - bom lembrar que, em 1998, os Dojões eram apenas carros velhos, encontradiços aos montes por 2-3 mil reais e, talvez, a marca não achasse positiva a associação do novo produto a eles, em uma atitude semelhante à da Audi do Brasil em relação aos DKW, atualmente. Provavelmente por causa disso, a Dakota 1999 da foto acima só ganhou lugar no Museu do Dodge em troca de seus préstimos como veículo de carga, dando mostras das voltas que o mundo dá: enquanto os outrora desprezados Darts & Cia têm direito à primeira classe no Museu, a Dakota, que chegou botando banca, tem que descascar batatas para ter direito a um lugarzinho...
Dodge Dart 1970 ...
Há 3 meses
13 comentários:
Ha, ha, bela parábola no finalzinho do texto.
Muito curiosa, essa memória seletiva das montadoras que fazem de conta que o passado nunca existiu.
Quando a Toyota se preparava para lançar o Corolla no Brasil, havia gente na empresa que parecia meio constrangida pelo fato do Bandeirante ainda ser produzido aqui. Não adiantava argumentar que a imagem de robustez do jipinho só fazia bem à marca naquela sua nova fase no mercado. Só sossegaram quando ele finalmente saiu de linha.
Obrigado, Maurício!
Paulo, bem lembrado o caso da Toyota. Mas, pelo menos os japoneses simplesmente ignoraram a presença do Bandeirante (que, convenhamos, era mesmo um anacronismo no final da carreira).
Mas o pessoal que lançou a Dakota negou a relação dela com aquele que, em seu auge, foi durante anos o modelo mais desejado do Brasil.
E o pessoal da Audi nega o seu parentesco com uma das marcas que desperta mais paixões dos entusiastas daqui.
Luis
A Dakota tem mais uma história curiosa ... Até onde eu sei a Dakota Cabine Dupla foi o único carro que saiu de linha antes de ser lançado !!!!
Em Dezembro de 2000, a linha de produção já iria ser encerrada quando decidiram manter a montagem das cabines duplas... Aí fizeram 1000 cabines duplas, encerraram a produção ... Com as 1000 cabines duplas prontas, fizeram o lançamento dela, mas ela já havia saído de linha ... Bizarro não ?
Abraços,
Badolato
É mesmo! Lembro dessa história! Dakota QuadCab, certo?
Acho que era esse o nome mesmo !
Tenho uma ClubCab long bed !
Essa não vale! Tá no memisfério norte!
Tem uma fotinha dela aqui no blog:
http://antigomoveis.blogspot.com/2010/01/ano-novo-carro-novo.html
Né naum...
A que está na foto com o MGB é uma Ram 3500 2006 !
E a ClubCab long bed é 1973 !
O Badolato vai gostar de conhecê-la...
Outra omissão histórica é da Suzuki, que voltou como se nunca tivesse ido.
A do Dodge é chocante e mostra como a maioria dos brasileiros também é desinformado ou convive bem com distorções como essa.
Essa atitude da Dodge em relação aos antigos Dart, Charger, Magnum,Le Baron, etc é a mesma da Fiat em relação a linha 147.Não adianta dizer que o carrinho foi pioneiro em um monte de coisas e comparado aos seus concorrentes da época era muito mais moderno.Tente organizar um mini encontro só com 147 em estado de zero bem na frente de uma concessionária Fiat ou aonde ela estiver fazendo um feirão pra ver se vc não é convidado a se retirar rapidinho.No outro extremo a VW apóia clubes e encontros de VW antigos, mesmo os que não fizeram sucesso(SP2, Zé do Caixão) são tratados com respeito.Ford e GM não se manifestam.
Deve ser ressaltado que a Dodge Dakota RT, com seu motor 318 da série Magnum (e não da série LA, como a dos dojões), entre carros e pick-ups, é, até hoje, o mais potente já produzido no Brasil, como seus 232 cavalos e 41 m.kgf de torque.
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