sexta-feira, 7 de agosto de 2009

QUE MALDADE...


Na época do lançamento do Corcel, na qual imperava a cultura "VW a ar" - de extrema robustez mecânica e de suspensão - dizia-se que suas cruzetas eram tão frágeis que, para quebrá-las, bastava esterçar completamente as rodas e acelerar fundo. Outro boato era o de que o reservatório do radiador, feito em Pyrex, estourava com facilidade, fazendo com que o motor fervesse em subidas. Fosse ou não verdade, o fato é que a Ford foi bem mais ágil do que a Willys em sanar os pontos fracos do projeto Renault - vale lembrar que o Corcel descende do Gordini - e fazer dele um campeão de vendas nos anos 70, algo não conseguido com os projetos originários da própria Ford, como Galaxie e Maverick.

27 comentários:

Mauricio Morais disse...

Foto lindísima.

Luís Augusto disse...

É do Brazil Classics 2006; aliás, exemplares como esse desbancam o mito de que só os grandes clássicos são bem-vindos por lá. O que vale é a conservação do antigo.

Francisco J.Pellegrino disse...

Sinto discordar do amigo...eu estava lá entre o inicio de 1968 e final de 1970....A Ford não entendia nada do assunto aqui no Brasil.

Luís Augusto disse...

Como assim, Chico? O Dauphine/Gordini ficou com fama de frágil entre 1962 e 1968, enquanto o Corcel já tinha afastado seus fantasmas já em 1972.

Francisco J.Pellegrino disse...

Luis, quem "consertou" o próprio Corcel foram os engenheiros da Willys, a Ford encheu de gente "por cima" que não entendia do assunto...Os Renaults nunca foram fortes o suficiente para encarar as estradas do Brasil (internamente tinhamos vários R8 ou outro numero para testes)....carro para o Brasil sempre foi Fusca....o Corcel era um carro para cidade....os problemas na suspensão dianteira foram resolvidos depois de aparecerem no uso diário...hj chamamos de recall, mas a engenharia era toda da antiga Willys...os problemas de relacionamento interno depois da aquisição/fusão foram dificeis de digerir, hj é tudo história o carro é maravilhoso, Na época a Ford tinha o Galaxie, o que eles entendiam de carros pequenos ????

Luís Augusto disse...

Obrigado pelo esclarecimento, Chico. Mesmo assim, continuo exaltando a evolução conseguida no Corcel em pouco tempo no que tange à sua "tropicalização."

Francisco J.Pellegrino disse...

Não se esqueça que a Ford comprou a Willys e o projeto M já estava em fase final..modificações da Ford foram cosméticas, o nome, o marketing....

Francisco J.Pellegrino disse...

Uma lembrança que vc vai gostar...aquela Belina com adesivo WOOD na lateral a gente não aceitava, mas foi uma imposição dos gringos americanos...hj é cultuada.

Francisco J.Pellegrino disse...

Mais uma coisa só: é o primeiro tração dianteira do Brasil se não me engano....

Felipão disse...

Ah sim... pelo menos no Corcel solucionaram rápido os problemas, independente da origem dos engenheiros...

PALINDROMO disse...

Olá Francisco,

Realmente é o primeiro tração dianteira da Ford Willys sim. O primeiro de verdade foram os DKW, lançados mais de uma década antes...

Francisco J.Pellegrino disse...

Palindromo,ótima lembrança, vc tem razão...me esqueci completamente dos Vemag.

Luís Augusto disse...

Palíndromo! Não te via por aqui desde o post sobre o DKW conversível! E, curiosamente, vc reaparece justamente defendendo o pioneirosmo dos DKW brasileiros...
Bem-vindo novamente.

Luís Augusto disse...

Outra coisa: Chico, me parece que vc guarda uma certa mágoa de como s Ford absorveu a Willys; se serve de consolo, a forma como a Chrysler encampou a Simca foi muito mais traumática.

Francisco J.Pellegrino disse...

Não há mágoa nenhuma, Luis, apenas trazer um pouco daquela época para vcs que não a viveram, a Ford não tinha nenhum carro pequeno nos USA para trazer ao Brasil, a GM estava com o Projeto do Opala bem adiantado e a Ford ficaria para trás, a compra da Willys foi ótimo negócio para ela..e ruim para a Renault que foi embora para a Argentina...Os êrros cometidos pela Ford ao longo dos tempos só foram sanados agora com o Novo Fiesta e o Ecosport...o restante dos negócios Autolatina e outros lançamentos sempre foram canoa furada...

roberto zullino disse...

Meu pai teve um cupêzinho como esse da foto, o carro originalmente era uma merda, deu problema constante nas cruzetas e o tal pyrex quebrou umas duas vezes.
Depois que os caras da Ford arrumaram as cagadas da turma do Chicão nunca mais deram problema, hahahahaha.
Não andava muito, o câmbio era uma banana e a direção tremia em curvas. Por incrível que pareça era muito menos desenvolvido na tração dianteira que o DKW dos anos 30, o que prova que Renault só faz merda mesmo. Quando trocaram as cruzetas pela última vez a coisa ficou boa.

PALINDROMO disse...

Olá,

Quanto a problemas de dirigibilidade do Corcel, eles sempre existiram em alto grau. Tente estacionar um, em um declive para ver o peso da direção. A Renault naquela época tambem encontrava-se numa sinuca, onde não sabia como efetuar o Lay-out de seus carros de tração dianteira. No caso dos Renault 4 e 5, simplesmente pegava o conjunto traseiro Gordini, sem inverter engrenages, e jogava lá na frente com o cambio a frente do eixo.

No Renault 12/Corcel, foi invertida a posição, com o radiador lá naquela distancia. Como a moda americana daquela época eram capôs longos, essa configuração veio dar uma mãozinha. O marketing calcado no Mustang, usando o tal Corcel como inspiração foi utilizado a exaustão. Apesar de tudo o cupê tinha um valor estético inconfundível, e que nos dias atuais não encontra parametros, com as suas janelas de abertura total.

E se for bem conservado, certamente nos remeterá a boas histórias...

Luís Augusto disse...

Interessantes onservações. Sobre o valor estético do Corcel, concordo inteiramente, principalmente tendo-se em vista que o Renalt 12 era horroroso, como já foi dicutido aqui:
http://antigomoveis.blogspot.com/2008/09/o-nosso-era-mais-bonito.html

Guilherme da Costa Gomes disse...

Uma belezinha esse corcelzinho!
eu tenho um GT 72, tinta de fábrica ainda, mas por restaurar inteiro, mecânica toda feita, tudo novo. E por incrível que pareça, gosto mais dos coupes simples, como esse da foto.
Abraços,

Luís Augusto disse...

Não tenho muito carinho pelo Corcel, mas gosto do GT; aqueles reloginhos no painel dão uma idéia de desempenho muito bacana...

M disse...

Apesar de todas as deficiências citadas, o desenho do nosso Corcel humilhava os Renault 12.

roberto zullino disse...

As deficiencias deviam ser devidas ao chicão e sua turma. Quando mandaram eles embora o carro ficou bom.

PALINDROMO disse...

Olá,

Será que vamos bater o recorde em comentários? Tá faltando um livro, com uma apresentação semelhante aos livros do Opala e Maverick, editados pela Alaúde Editorial. Esses carrinhos construidos um pouco antes da globalização de carrocerias, tem uma individualidade impar. Sobre a época de construção do Corcel, e sua recuperação, muito se deve a pessoa mítica de Joseph O'Neill, que emplacou o mesmo como "Carro do Ano", sendo que conseguiu o mesmo, quando era presidente da Chrysler, com o Dodge Dart. Naquelas épocas de mercado fechado, conseguir tal título, era propaganda garantida. O modelo 1973, com suas grotescas molduras de farol, foram o início do fim, muito embora mecanicamente houvesse evolução. Tal como as C-10com faróis simples, o Corcel 69 a 72, representam os espécimes nacionais com maior pureza de estilo. E muitos ainda circulam, carregando betoneiras, lenhas, tanques e churrasqueiras...

Francisco J.Pellegrino disse...

Depois que fomos mandados embora da Ford Willys tudo por lá melhorou, inclusive a comida....kkkkkkkkk ah se vcs soubessem só metade da missa !

Palindromo...estes livros da Alaude são muito bons, deveriam fazer um sobre o Projeto M ou Corcel, no caso do Simca deixaram de mencionar um Raid feito ao redor do mundo por 3 carros da fábrica, o Ciro Cayres pilotava um deles, tive acesso ao diário de bordo, uma proeza naqueles tempos.

roberto zullino disse...

Isso mesmo chicão, botaram todos os maloqueiros da willys para fora e acabou o pagode. A Ford sabe fazer das coisas e trata muito bem os empregados, inclusive servindo comidas de gourmets como caviar e lagosta. O problema é que os maus elementos não se adaptam e tem que ser mandados embora. Ficam querendo feijoada todo dia e pagode nos intervalos e axé no final do dia, tudo regado à cerveja e pinga.

A willys só servia capa de costela, hahahahaha.

De Gennaro Motors disse...

vc que gosta de VW veja este:

www.degennaromotorsmaterias.blogspot.com

Anônimo disse...

Se não me falha a memória, essa tal de cruzeta tinha a mesma função da junta homocinética e lembro bem que era a dor de cabeça do meu pai. www.maninhodesenhos.blogspot.com