quarta-feira, 4 de agosto de 2010

GOLPE DE MESTRE


Conhecido pelos antigomobilistas como um dos modelos mais rebuscados da história do automóvel (até vigia traseiro que subia e descia, como os vidros das portas, ele tinha, entre outras diversas soluções inusitadas), o Mercury Turnpike Cruiser acabou marcando época também por ter se antecipado às tendências do final da década como um dos primeiros americanos a usar faróis duplos. Na verdade, a legislação dos EUA proibiu tal recurso em veículos nacionais até 1956, mas já era notório que a restrição cairia no ano seguinte. A Mercury então, muy espertamente, lançou seu top-de-linha - destinado a cruzar a América nas então novíssimas Interstates, como seu nome sugeria - no Salão de New York, no final de 1956, ainda antes da regulamentação dos quatro faróis, mas o colocou no mercado alguns meses depois, já dentro da lei na maioria dos estados, quando a linha 1957 da concorrência já estava no mercado com apenas um par de faróis, em uma jogada de marketing digna de aplausos. A linha dos paralamas continuava semelhante ao restante da linha Ford, como pode ser visto na comparação com o Fairlane 1957 vermelho e branco, ao fundo, do mesmo ano do Mercury dos Rufino, do Celeiro do Carro Antigo, que levaram a raridade no Brazil Classics 2008.

13 comentários:

Guilherme da Costa Gomes disse...

Esse carro é um sonho! Aliás, todos são!

Luís sobre os farois duplos, outro caso interessante é o Plymouth também de 1957 que utilizou-se de um recurso bastante peculiar para driblar essa proibição e ganhar o mesmo visual.

Grande abraço,

F250GTO disse...

O mais legal de tudo isso é que os carros americanos de 57 a 60 foram o auge dos "delirios" de design e ousadia.
Hoje se tornaram classicos exatamente por exibirem todas as estravagancias possíveis.
Esse Mercury é um bom exemplo disso.
No último encontro de Lindóia, no setor de vendas, tinha um exemplar desses, mas em péssimo estado aguardando um possivel comprador com muita coragem para enfrentar a empreitada.
Romeu

Luís Augusto disse...

Guilherme, vc advinhou o tema do próximo post!
Romeu, acho que o Turnpike de Lindóia era 1958.

roberto zullino disse...

Caixão de defunto, mais feio que encoxar a mãe no tanque. Fora o que é ruim de andar. Merece os 20 litros.

Unknown disse...

Uma pergunta feita por quem tem visto certas conversas e está por fora: Que são estes 20 litros? Eu não gastaria 20 litros de gasolina para incendiar um carro destes. Não pela gasolina mas pelos carros, que confesso, admiro.
Abraços
Irapuã

Luís Augusto disse...

Irapuã, comentário com opiniões, digamos, iconoclastas são permitidos por aqui. O Zullino é muito enfático, mas não passa de um nostálgico que viu quase todos esses carros na garagem do pai.

roberto zullino disse...

do meu pai não que o velho não era muiti burro, ia de Ford, Chevrolet e Cadillac, mas o irmão dele era, teve todas essas merdas.
era tudo muito primitivo e mal feito, os botões do câmbio automatico, a vitrolinha de discos 45 rpm que nunca funcionava, bancos e vidros eletrohidráulicos que só enchiam o saco, suspensão que abria.
esses carros restaurados são apenas um pastichio da coisa real, são muito melhores e mais bem feitos que os originais e enganam os incautos. é o que se chama de over restored. já usam melhores materiais, usinagens mais precisas, mecânicos melhores e mais caros. isso não e preservação de memória alguma, e uma reconstrução de um passado que nunca existiu. todos merecem 20 litros.

Luís Augusto disse...

Qualquer orquestra mediana de hoje em dia executa os clássicos de maneira infinitamente melhor do que grandes regentes do passado; Goethe e Shakespeare soariam superficiais se comparados a qualquer novelinha da globo. Isso não invalida os esforços do passado, cuja estética é admirada e cultuada. Se o passado pode ser reconstruído com as técnicas atuais com resultados melhores, não acho que isso invalida nada.

Guilherme da Costa Gomes disse...

Ó o Luís, argumenta muito bem, já pode subir o preço da consulta! (dos pacientes, não aqui).

F250GTO disse...

Luiz, a pessoa que estava vendendo o carro estava hospedada no mesmo hotel que eu.
Ele não é comerciante (oficial) de carros, tem um velho guincho (pasme, um Agrale) que eu não entendi como conseguia puxar o Mercury.
Ele disse que o carro era 57 e colocou no anuncio de parabrisa esse ano.
O carro estava bastante enferrujado, principalmente na traseira em volta do vidro e tampa do porta malas.
Faltavam varios detalhes de acabamento.
Deve ter voltado com o carro pra casa...
Romeu

Luís Augusto disse...

Romeu, olha ele aí:

http://carrosantigos.wordpress.com/2010/04/19/lindoia-%e2%80%9810-swap-meet-%e2%80%93-3/

Acho que é 58 mesmo, a lanterna traseira é diferente do 57.

Luís Augusto disse...

Guilherme, estou mais para perito do que para médico "de verdade"!

F250GTO disse...

Realmente é um 58, Luis.
Tem algumas diferenças em relação ao 57.
Inclusive as lanternas traseiras que voce apontou.
E como sempre as fotos "melhoram" muito os carros.
Pessoalmente ele está com aspecto muito pior.
Romeu