sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O INÍCIO DA AGONIA


Até o final dos anos 50, as divisões da GM - Cadillac, Buick, Pontiac, Oldsmobile e Chevrolet, além das estrangeiras Opel, Holden e Vauxhall - tinham seus departamentos próprios de engenharia e, embora sob o mesmo guarda-chuva corporativo, as plataformas e os trens de força eram individuais de cada marca, sendo raros os casos em que esses componentes fossem intercambiados entre elas. Visando o ganho de escala e o corte de custos, a situação começou a mudar a partir dos anos 60, quando os ótimos V6 da Buick e V8 small-block da Chevrolet passaram a equipar também modelos de outras marcas da corporação, mas esperava-se que a sofisticada linha Cadillac fosse preservada como porta-bandeira da tecnologia de ponta da GM e, no máximo, cedesse seu know-how para as marcas menos nobres do grupo, mas que jamais aproveitasse algo que já tivesse sido usado em alguma delas. Pois foi justamente o que aconteceu com um dos maiores ícones da marca a partir de 1967, quando a linha Eldorado adotou a plataforma e o sistema de tração dianteira do Oldsmobile Toronado de 1966, provavelmente na tentativa de amortizar o alto investimento na nova tecnologia, algo que as fracas vendas do Olds jamais conseguiram. Se tal fato pode ter representado um rebaixamento da Cadillac dentro da lógica corporativa da GM, pelo menos os Eldorado 67 em diante (na foto, um modelo 1976 recém-importado), com seus poderosos V8 de até 8.2 litros, podem, de certa forma, ser considerados os precursores dos grandes cupês esportivos de alto desempenho feitos por marcas européias de prestígio a partir da segunda metade dos anos 70, mas o brilho da Cadillac foi lentamente se apagando a partir de então, só voltando a aparecer nos últimos anos com os belos STS e CTS.

4 comentários:

PALINDROMO disse...

Olá,

Sobre os "ótimos V6 da Buick", sua historia é realmente intrigante. Tal como o V8 de aluminio vendido para a British Leyland, e usado nos Rover e Range Rover, o V6 tambem foi vendido para outra empresa. Tratava da Kaiser Jeep. Surprendentemente na década de 70, a Buick o compra de volta, da então American Motors. Desde então vem prestando ótimos resultados, em quase toda a linha de carros GM.

E o Eldorado 1967 em diante, juntamente com o Toronado, eram realmente algo de diferente e inusitado na paisagem automobilística americana. Todos os Eldos com motor longitudinal, são peças de extrema desejabilidade... Ótimos para gastar uma saliva!

Luís Augusto disse...

Palíndromo, sobre os V6 da Buick, nunca é demais lembrar que seu projeto básico foi usado pela Holden no Commodore até 2004 (ou 2005, salvo engano) e exportados para o Brasil desde 1999 como Chevrolet Omega.
Concordo com a qualidade dos Eldos dessa fase, mas quis chamar atenção para como a Cadillac perdeu a primazia para a Oldsmobile e, consequentemente, a aura de exclusividade.

Nik disse...

Luís, sempr evejo fotos aqui em seu blog neste mesmo lugar, deduzo pelo piso de cerâmica vermelha onipresente. E fico curioso. É um lugar em que vocês se encontram em BH periodicamente? Conta pra nós pra entrar no roteiro de viagens da turma que passar por aí.
Abraço, Nik.

Luís Augusto disse...

Oi Nik, esse piso é o da entrada do Alphaville, que fica a 30 km de BH, onde ocorre o encontro do Veteran de MG todo primeiro sábado do mês. O encontro é aberto a todos, mas por causa da distância, raramente aperecem escombros por lá e a integração é muito legal. Não há cordões de isolamento nem qualquer tipo de ordem no encontro, o pessoal vai chagando e alinhando os carros, que costumam ficar abertos (alguns com a chave no contato) e ninguém mexe, coisa rara de se ver no Brasil.