quarta-feira, 28 de abril de 2010

ÉPOCA DE TRANSIÇÃO

Surgida em 1954 após a associação das marcas Nash e Hudson, a AMC decidiu preservá-las em um primeiro momento, já que os Hudson ainda carregavam o prestígio alcançado nas pistas da Nascar e os Nash dominavam alguns nichos específicos do mercado, especialmente dos compactos. Entretanto, apesar dos investimentos, as vendas não reagiam, de modo que a corporação decidiu extinguir ambas as marcas em 1957 e criar a Rambler, nome que já designava um bem-aceito modelo da Nash desde o início da década. Na verdade, a Rambler já havia sido uma marca norte-americana entre 1900 e 1914, tendo sido absorvida pela Nash em 1917 após ter o nome trocado para Jeffery. Para a reestréia, um quatro portas com carroceria monobloco e um V8 250 (4.1 litros), usado anteriormente nos Nash Ambassador e Hudson Hornet, como opção ao seis em linha 196 padrão (3.2 litros); havia também o hardtop sedan com motorização mais apimentada (um V8 327, de 5.4 litros), chamado Rambler Rebel, e a SW, todos com o mesmo estilo exótico e marcante do modelo Custom 1957 da foto acima, que estreou no recém-findo encontro de Lindóia/2010 e foi fotografado pelo Guilherme Gomes. Na opinião deste blog, foi o grande destaque do evento, tanto pela raridade no Brasil quanto pela restauração primorosa, tendo faturado o troféu FBVA.

12 comentários:

Nik disse...

Merecido. Um amigo me contou domingo que conheceu a senhora que assumiu a tarefa de restaurar esse AMC junto com o filho, e me disse que ela é expert no assunto. Troféu merecido mesmo, só vendo de perto.
A decepção para mim é que este é mais um dos filhos bastardos do Rio de Janeiro que, depois de ser tratado a pão e água aqui recebeu a atenção que merece em outro Estado. São tantos casos recentes nessa categoria que o Rio deveria ser permanentemente homenageado em eventos como o Estado que mais contribui para as belas coleções do Brazil, sem que isso implique em restaruar seus carros ou gastar um centavo com isso. Vegonha. Cadê os ditos colecionadores daqui? Por que essa turma não se mepenha em algo maior, além do óbvio e do comercialmente justificado?
Êita que perdemos até a criatividade.

Luís Augusto disse...

Não fale assim, o Muricy aí do Rio merece todos os aplausos pelos seus Cadillacs!

Nik disse...

Mas é claro, ele e todos os outros colecionadores do Rio merecem, nada contra alguém em especial, ao contrário.
Mas você leu o texto da faixa que estava aos pés do AMC? Uma coisa do tipo "após anos no Rio sem que alguém o restaurasse"... finalmente ele achou um dono que o desse valor, faltou dizer.
Substitua Rio por BH na frase acima e me diga o que acha! ;)
Ademais, esse carro é prova do que o pensamento único, pouco criativo e fixado em marcas e modelos óbvios representa para a diversidade dos carros antigos no Brasil: risco eminente de extinção de tudo que não MAverick, Bel Air, Dodge Charger ou Ford 51 e por aí vai! :)
Nesse negócio de carro antigo, para ser criativo geralmente é preciso muito dinheiro. Se os que podem não ousam, quem fará?

Nik disse...

Luís, mais fotos inclusive da didática faixa que estava aos pés do AMC:

http://carrosantigos.wordpress.com/2010/04/28/lindoia-%e2%80%9810-swap-meet-%e2%80%93-8/

Luís Augusto disse...

Nik, tem razão, principalmente quanto ao predomínio exagerado de alguns modelos. Vi o post, acho que todo mundo deveria fazer um banner como aquele.

Guilherme da Costa Gomes disse...

Nik, não pelo Rambler que já saiu do Rio em 1984, mas pela coleção do Aurélio Affonso que está sendo vendida em Curitiba.
No quesito antigomobilismo, acho que o Rio é o mais defasado entre Sudeste e Sul, principalmente se considerarmos o acervo que possuiu na época. Minas é o mais "reservado" ou "econômico" e o RS o mais vanguardista.

Até,

Luís Augusto disse...

Acrescentaria o seguinte: lembremos que o Rio era a capital federal nos 50's, elegante e pujante, talvez proporcionalmente bem mais do que SP é hoje em dia. Claro que deve ser o maior celeiro de veículos daquela época a serem descobertos e exportados para outros estados.

M disse...

Pode ser raro, mas é feio o desgraçado !
Já pensou que tristeza dar de cara com este shrek todas as manhãs na garagem ?

roberto zullino disse...

Bem aventurados os cariocas que se livraram dessas merdas. Depois o povo fala que mineiro compra bonde e o pessoal reclama.

Luís Augusto disse...

Esse aí é de SP! Mas bem que poderia estar em uma coleção mineira...

Olga, Jose Luiz e Eduardo disse...

Olá amigos
Sou a feliz dona desse rambler que vcs comentam. Esse carro ficou aqui no estado de São Paulo durante muitos anos, jogado de um lado para outro e sem que ninguem se candidatasse para restaura-lo. Foi comprado pelo museu do Matarazzo e depois vendido sem ser restaurado. Ele estava sem motor e talvez isso tivesse tornado dificil seu restauro.Hoje com a internet fica mais facil, mas nem tanto. Fomos buscar esse motor no Uruguai e posteriormente as peças, algumas no Uruguai e muitas nos Estados Unidos atraves do ebay.So nos aventuramos nesse restauro porque não tinhamos a minima noção da dificuldade! Isso uniu a familia e fez com que aos poucos fossemos nos apaixonando. Contei com a inestimavel ajuda de um antigomobilista de belo horizonte, Paulo Guarino, que nos orientou e nos ensinou oque é um restauro. Comprar catalogo de cores, estudar as combinações possiveis, se apegar a detalhes, etc e issovai se tornando um prazer. E talvez até uma fixação, como comprar manuais, folhetos, revistas de epoca, braceletes de mangueira, chaveiro, etc. Muito obrigada pelos comentários elogiosos para nós é um reconhecimento de 6 anos de pesquisa. Ah! tenho tambem uma kombi Pick up 74, uma TL 70 e um opala 80 em fase final de restauro. Todos feitos com o mesmo cuidado e prazer.

Luís Augusto disse...

Prezada família Rambler, fico honrado com a participação de vocês. Tive a oportunidade de apreciar de perto este Rambler em Araxá. Uma pena que não tivemos a oportunidade de nos conhecermos pessoalmente. Conheço o Guarino, responsável pela restauração do Hudson Wasp e do Henry J que já apareceram por aqui.