terça-feira, 17 de julho de 2012

O ANTI-BEL AIR


Desde o início dos anos 30, graças à introdução do V8 para toda a sua oferta de modelos, a Ford foi a marca popular com maior apelo esportivo nos EUA, superando de longe as então conservadoras Chevrolet e Plymouth no imaginário do público, fenômeno que se manteria na primeira metade dos anos 50. Entretanto, com o advento do V8 small-block para o Corvette em 1955, a GM decidiu estender essa opção de motorização para a linha Bel Air e lhe dar uma cara mais ousada, surgindo, então, os famosos Tri-Chevy de 1955-57, talvez os maiores clássicos da marca da gravatinha que, de certa forma, acabaram ofuscando seus concorrentes na posteridade. Curiosamente, a Ford fez o movimento contrário, dando uma aparência mais familiar para seus automóveis e segurando um pouco o investimento em atualizações de estilo, ficando os modelos de 1955-56 muito parecidos entre si - alguém aí seria capaz de dizer o ano desse belo Fairlane Victoria? A novidade (malsucedida, por sinal) ficou apenas por conta do Crown Victoria, um cupê sem coluna como o da foto acima, porém com parte do teto em acrílico, que funcionava como uma estufa em dias ensolarados, e com a opção de capota elétrica para o conversível Sunliner; as opções de V8 eram os Y-Block 272 e 292, vistos aqui no Brasil nos utilitários e na linha Galaxie até 1975. Hoje, os Bel Air 1955 são saudados entre os entusiastas com expressão de bom-gosto em uma época de exageros no mercado americano, mas a grade dos modelos 1956, que "corrigia" a inspiração excessivamente européia do seu predecessor foi evidentemente inspirada no concorrente mais comportado da Ford, que tomaria a liderança da rival em 1957.

7 comentários:

Irapuã disse...

O belo exemplar da foto é um Victoria 1955. Os Crown Victoria eram o top de linha e tinham como opção a parte frontal do teto em plexiglas (bastante raros), sendo o mais comum o teto em chapa pelo motivo da exposição solar citada. Tinha como principal diferencial o friso que se estendia da posição da coluna B cuzando o teto (coroa) que dividia o teto em duas áreas além de ítens de acabamento, enquanto o Vitoria era um coupé sem coluna tradicional.

Uma alegre/divertida ilustração do acima:
http://www.youtube.com/v/UhODZ78l-wA

Abraços

Luís Augusto disse...

Irapuã, obrigado pelo comentário! Como "Fordeiro", vc pode explicar para os leitores como diferenciar o 55 do 56? Para mim, só o retângulos mais largos da grade do 56 dão a pista.
E falando em Fordeiro, vc tem notícia do Nik?

Irapuã disse...

Luís, as diferenças são bastante pequenas. As mais visíveis, as lanternas dianteiras, frisos, a grade frontal, painel de instrumentos e ítens de acabamento. Um face-lift apenas. Mecanicamente os '55 traziam opções de motores 6 em linha 272 ci. de 120 HP e V8 272 ci.de 162HP, enquanto os 1956 tinham como opções o mesmo 6L de 272 ci agora com 137HP, e os V8 272 (173HP), 292ci (200HP) e 312ci (215HP) este último com opcão de 225 HP com cambio automático, entre as diversas sub-linhas Mainline, Customline, Fairline e SW) -segundo minha 'biblia', rsrs.

O Nik está meio sumido, provavelmente envolvido com o trabalho querendo ficar rico. Ou talvez já ficou... ;D

PS: Tomei a liberdade de citar seu link em comentário no belo post 'musical' Camaro Amarelo do ótimo blog ADVERDRIVING do amigo Paulo Levi.

Abraços.

Luís Augusto disse...

Falou quem sabe. Abração.

Francisco J.Pellegrino disse...

Lindaço este Ford...o Nik definitivamente nos abandonou.

Anônimo disse...

O exemplar fotografado é um Fairlane 55, com lanternas redondas. No 56 eram de formato aproximadamente elíptico. Alem disso, o friso lateral em "V" é liso e inteiriço; no ano seguinte, tornou-se estriado, com um prolongamento alem do ponto mais baixo do "V".
A tolda transparente de plexiglas foi usada de 54 até 56, com a denominação Skyliner. Em 57 esse nome foi aplicado aos modelos com teto retrátil (um verdadeiro "hardtop convertible").
O motor 6 cilindros tinha 223 polegadas cúbicas. AGB

Luís Augusto disse...

AGB, tem razão. O conversível era o Sunliner (minha memória está cada vez pior...). Já corrigi.
Abraços