quarta-feira, 22 de julho de 2009

O ANÃO DA DACON


Até 1990, quando foram abertas as importações de veículos novos no Brasil, a criatividade rolava solta entre os designers brasileiros, de cujas pranchetas saíram modelos de um equilíbrio e fluidez de linhas dignos dos melhores estúdios italianos. Talvez o último dos grandes projetos dessa era tenha sido o Pag 828, que ficou conhecido como Mini Dacon, de produção muito limitada por causa do custo proibitivo gerado pela produção de peças exclusivas. A alternativa criada pela empresa - cujo nome era a abreviatura de Projets d'Avant Garde (ou Paulo Goulart, também dono da extinta concessionária Dacon-VW) - foi reeditar os conceitos que tanto agradaram no 828 com o máximo aproveitamento de peças de modelos de linha, surgindo, assim, o Pag Nick, cuja produção alcançou 130 unidades de 1988 a 1991. Havia, à disposição da sofisticada clientela da Dacon as versões de dois e quatro lugares, a primeira bem mais interessante por se manter fiel aos conceitos do 828, como o modelo da foto, um dois-lugares de 1989 que trazia bancos Recaro, interior requintado e motor VW AP-2.0 que, aliado às pequenas dimensões e baixo peso do Nick, disponibilizava uma relação peso-potência bem interessante e uma boa dirigibilidade gerada pelo entreeixos bem curto. O outro lado da história é a desproporção de certas peças, retiradas dos VW comuns, em relação ao tamanho do carro, como parabrisas, portas, faróis (da linha Gol) e lanternas traseiras (da Quantum) que, junto com o ressalto no capô para acomodar a tampa de válvulas do 2.0, dão um aspecto de que o resto do carro "encolheu" em torno delas, não tendo sido alcançadas as linhas harmônicas do seu predecessor. A foto é do Brazil Classics 2006.

7 comentários:

Germano disse...

alguns desses carros eram horrorosos...

Francisco J.Pellegrino disse...

Eram outros tempos, outra economia, tudo era ainda mais proibitivo que agora em relação aos carros, foi mais um jeitinho brasileiro...nunca me agradou muito..

Felipão disse...

Impressionante como não dava pra fugir do emprego de peças de outros veículos. E quando se usava peças próprias, como em alguns esportivos, o preço se tornava proibitivo. No entanto, serve como mais um exemplo do que a nossa indústria conseguia fazer, as vezes com pouco recurso...

M disse...

Cabe esclarecer que a josta era feita a partir da Saveiro.

Tohmé disse...

Putz Luís, tive um desses, porém de 4 lugares e SEM AR. Ficava ruim levar a turma para passear...

Quem sabe se eu achar um desses de 2 lugares, não encaro.

Luís Augusto disse...

M, parece que só os protótipos eram baseados na Saveiro; os modelos "de linha" eram baseados no Voyage (4 lugares) e Gol (2 lugares).

Tohmé disse...

Luís, já tive umas porcarias, sim. O Puma comprei do Dinho Amaral, lá do RJ, amigo nosso e que também tem um monte daquelas coisas que gostamos. Hoje só estou com o 600 e uma Ducati 61. Quem sabe em breve a gente aumenta a frota.

Vi alguns Nicks lá na própria Dacon e os que vi eram sobre Saveiro, sim.