quinta-feira, 4 de junho de 2009

ESCAPANDO DO LIMBO

Por mais caros admirados que sejam, os modelos do pré-guerra despertam paixões de um grupo bem menor de antigomobilistas do que seus sucessores dos anos 60 e 70. As explicações são muitas, mas tendo a acreditar que o maior problema dos grandes clássicos é que eles são pouco usáveis e acabam hibernando em coleções de cento e tantos carros e colocados em funcionamento muito eventualmente. Outros vão parar em museus e acabam esquecidos quando o idealizador do acervo morre - o exemplo mais emblemático é o do museu de Caçapava, do falecido Roberto Lee, a quem pertenceu esse belo Cadillac Series 62 Coupé de Luxe 1941 com carroceria Fisher, que provavelmente estaria abandonado ao lado de outras raridades se não tivesse sido "salvo" por um colecionador do Veteran de BH.

12 comentários:

Germano disse...

eu gosto de quase todos os modelos desse período...preferencialmente os citroens

Guilherme Gomes disse...

É.

Esse Caddie foi usado pelo Lee em uma viagem à Argentina, naquela época (1973 ou 74) já mais adiantada nesses assuntos antigomobilísticos. Se não me engano, foi acompanhado do La Sale, do carioca Muricy.
abraço,

Luís Augusto disse...

Não sabia dessa história. O Muricy apareceu com o La Salle dele em Araxá/06; é dele também um Caddy 41 conversível que sempre aperece nos encontros do Rio e Juiz de Fora.

Felipão disse...

Mas ele comprou esse carro antes da morte do Lee??? Ou era dele e tava lá em comodato????

Luís Augusto disse...

Não sei se comprou antes da morte do Lee, mas com certeza comprou antes da decadência do museu, provavelmente nos anos 80.

Nik disse...

[Silêncio profundo depois da pergunta do Felipão - parece que soltaram um pum no elevador, desconforto total... por que será? rsrsrsrsr]

Luis, brincadeiras a parte, só se ama ou admira aquilo que se conhece. Como disse o filósofo, só se chega ao coração através dos sentidos: o automóvel provoca todos eles. Parece óbvio dizer isso, mas não nos esqueçamos que os carros do pré-guerra estão trancafiados há muito tempo, tornando impossível que as novas gerações tenham contato com eles e tenham uma opinião qualquer sobre estes bólidos maravilhosos. Já os carros dos 60 e 70 são apenas mais recentes, ainda há muitos que os viram nas ruas e eles ainda são constantemente resgatados pela mídia, mas, mesmo assim, o destino está sendo o mesmo, estão todos sendo trancafiados em casa, aguardando Godot passar. Se isso continuar assim, daqui uns 30 anos a coisa do antigomobilismo acaba como é hoje, para ser um encontro de fotos antigas: você leva as fotos do seu, eu do meu e nos encontramos em Lindóia para a XXXV Encontro de Automóveis Virtuais e Antigos.

Adorei o assunto, e esta é minha opinião.

Abraço! Nik.

Luís Augusto disse...

Bela reflexão, Nik, mas continuo com minha teoria da pouca praticidade de uso desses gigantes. Sobre os carros que fizeram parte do nosso passado, acho que isso é válido para os nacionais - daí a absurda valorização de certos modelos.
Quato à clausura dos carros, não vejo outra saída, ja que são objetos caros e delicados, enquanto nossa experi~encia com museus não é das melhores, salvo raríssimas exceções como Passo Fundo...

Guilherme Gomes disse...

Esse carro foi vendido em fins dos anos 80. Esse carro pertencia ao Lee, estava em seu nome e foi vendido pela família, a contra-gosto do Pai. Como esse, todos os que estavam em seu nome, foram vendidos.

Gonçalo disse...

boas

todos os classicos têm a sua particularidade....os pré-gerra, tem elevado valor, pela beleza unica que possuem

parabens pelo blog...foi a minha primeira visita
Bom fim se semana

Luís Augusto disse...

Gonçalo, seja bem-vindo e volte sempre!

Anônimo disse...

Havia três dessas no museu: Uma bordô sedan, uma preta sedan e a da foto, do Glen Miller.

Quer a história das duas sedans?

1-Bordô sedan: Era do RJ e estava no museu sob comodato, desde os anos setenta. Em 1981, ao lado do Knight, Alfa P2 vermelha, Capeta e outros, esteve no Salão do Automovel antigo. Voltou para o RJ com o fim do museu, de onde foi vendida para a "coleção das Isottas" de BH.
2-Preta sedan: Era de SP capital e tinha pouco mais de 10mil km rodados. Comprada e em nome do Lee, foi vendida em 1987 para Romeu Siciliano, onde se mantém até hoje.

Luís Augusto disse...

Obrigado pela história, amigo. Além do Bordeaux, esse aí tb foi da coleção do Tão.