sexta-feira, 30 de março de 2012

A QUESTÃO DA IDENTIDADE

A grade do conversível acima, fotografado pelo M nos Estates, não deixa dúvidas de que se trata de um Chrysler, mas um olhar mais atento percebe imediatemente a identificação com o Mercedes SLK, do qual do Crossfire derivou e foi produzido entre 2003 e 2007, nos anos da fusão DaimlerChrysler. De qualidade construtiva e de projeto inquestionáveis, o roadster americano se revelou um verdadeiro fracasso de vendas para os pardões ianques, com menos de 100 mil exemplares produzidos naquele período, mostrando como a aceitação de um carro transcende suas qualidades objetivas. O público da marca pareceu não gostar da idéia de comprar um Mercedes disfarçado, enquanto os admiradores do modo europeu de produzir esportivos jamais considerariam a possibilidade de um Chrysler para esse papel, mesmo diante de um comparativo da Classic & Sports Car da época contra o Audi TT, no qual o Crossfire saiu vencedor. A etiqueta colada no parabrisa não deixa dúvidas: 94% do carro é Made in Germany. Será que ele pode participar do Mopar Nationals?

quinta-feira, 29 de março de 2012

PODEM ABRIR O COFRINHO...


Um museu dinamarquês que fechou as portas em 2007 vai colocar em leilão cerca de 175 dos seus clássicos (o termo, aqui, não é força de expressão) em agosto deste ano. Para quem está procurando um esportivo mais exclusivo para tirar onda, como essa Bugatti Tipo 57C Stelvio Drophead Coupé 1938 com carroceria Gangloff, prima desta que mora no Brasil, talvez seja uma boa oportunidade...

quarta-feira, 28 de março de 2012

CHARUTO


Não consigo enxergar bem a relação dessa carroceria com o objeto que Sigmund Freud jurava que não era fetiche, mas que o desenho dessa 220S Coupé é bonito, ah, isso é! Foto do Brazil Classics 2006.

segunda-feira, 26 de março de 2012

FETICHE


Desde sempre, provavelmente por estarem associadas ao trabalho pesado, as caminhonetes (ou pick-ups) são sinônimo de poder, resistência e virilidade - atributos com que tantos e tantos marmanjos sonham... - e, talvez mais até dos que os Grand Tourers que frequentemente aparecem por aqui, se tornaram representantes da parte mais masculina da cultura automotiva. Percebendo isso, muito antes de alguém ter a idéia de travestir as caminhonetes em carros de luxo, pensou-se em dotar um carro de passeio com caçamba, surgindo, assim, a Ford Ranchero em 1957, derivada dos full-size da marca. A resposta da GM viria em 1959, com a Chevy El Camino, derivada do Impala, mas a fórmula não se mostrou perfeita e as duas, naquela configuração inicial, saíram de linha em 1960 com vendas inexpressivas. Enquanto a Ford insistiu na Ranchero, agora derivada do compacto Falcon, a Chevrolet só contra-atacou em 1964, dessa vez com um modelo derivado do seu novo mid-size, o Chevelle, que viria a ser o muscle-car da marca na segunda metade da década. A nova abordagem publicitária, enfatizando mais a vocação para o lazer do que a capacidade de carga, fizeram muito bem para as vendas da El Camino que, a partir de 1968, ano do modelo acima, ganhou até a apimentada versão SS, com o consagrado V8 396 (6.5 litros) e se tranformou em cult para os amantes dos carros americanos. Quanto à capacidade de carga... quem se importa?

sexta-feira, 23 de março de 2012

JOGO DOS 7 ERROS


A unidade acima é um exemplar espetacular dos anos de ouro do Volkswagen, quando o pequeno besouro já havia se tornado referência em qualidade e vendia como pão quente. Entretanto, há, nessa foto, sete características que não "batem" com o modelo, graças uma brincadeira que o proprietário do carro resolveu fazer. Qual especialista em Fusca vai desvendar o mistério?

quarta-feira, 21 de março de 2012

JÁ FAZ TEMPO...


A foto acima, encontrada hoje por acaso, foi tirada há pouco mais de quatro anos para registrar o primeiro passeio pós-restauração da Caravan, devidamente cortejada por um Comodoro 250-S 1978. Restaurar um carro antigo até o último parafuso é um raro prazer - proporcional, naturalmente, ao tamanho da dor de cabeça. Como quem já experimentou não consegue mais viver sem ele, em breve, vai começar outra dor de cabeça por estas bandas...

CARROS 2


O aparecimento da animação Cars em 2006 conseguiu encantar os aficcionados pelo mundo afora (especialmente os que têm filhos pequenos...). Divertido, delicado e com os habituais clichês bem dosados, o desenho conseguiu sintetizar a paixão por carros, a "autodiversidade", o gosto por uma estrada deserta, o espírito das corridas, a reverência ao passado glorioso das marcas. Para os mais atentos, ele despertou também a curiosidade pela história dos imbatíveis Hudson Hornet nas provas da Nascar dos anos 50 e pelas tradições da prova americana de turismo em geral. Naturalmente, a expectativa para a continuação Cars 2 foi grande, só não superando a decepção quando assisti ao filme pela primeira vez. Nunca dei a mínima para a crítica cinematográfica e posso estar cometendo um sacrilégio aqui, mas tudo me pareceu errado na animação. Conspirações, carros escalando paredes, nadando e dando tiros, a caipirice do simpático Tow Mater irritantemente exagerada, os competidores relegados ao papel de coadjuvantes... enfim, mais uma historinha de detetive bem distante da fascinante cultura automotiva e cujos personagens foram apenas detalhe. Foram carros, como poderiam ter sido ursos, brinquedos ou pessoas comuns, dependendo do gosto do animador. Para os entusiastas, talvez o (único) ponto alto do filme foi evidenciar o curiosíssimo Zündapp Janus, um dos muitos microcarros alemães do pós-guerra (como o Isetta e o Messerschmitt). Seu nome era uma alusão ao deus romano de duas faces - no caso do pequeno Zündapp, a frente e a traseira eram idênticas, com uma porta de acesso em cada extremidade, e os passageiros do banco traseiro viajavam de costas para os do banco dianteiro. Com um motor de moto de 0.245 litro e 14 cv, ele foi produzido apenas em 1957-58. Talvez o adjetivo "único", usado tantas vezes para carros tão comuns, se aplique melhor a coisinhas como essa...

terça-feira, 20 de março de 2012

AUTODIVERSIDADE

A bela foto do Paulo Keller, extraída do AutoEntusiastas, mostra como que, com a exuberância da economia brasileira e as facilidades de importação de automóveis antigos, os colecionadores daqui têm compensado o êxodo de grande clássicos dos acervos nacionais nos anos 80 e 90. A vantagem é que, enquanto os milionários têm trazido clássicos estupendos que substituem muito bem aqueles exportados de coleções como a do Roberto Lee, os menos abastados divertem os entusiastas com representantes de culturas automotivas diversas, como esse Trabant P-50 de 1963, último ano em que o pequeno alemão-oriental carregou o motor 0.5 de 20 cv, ainda com o estilo dos pioneiros de 1958. De meados de 1963 até a queda do Muro de Berlim, reinou na DDR o mais conhecido P-601, que também seria avis rara por aqui se não fossem as facilidades de importação.

segunda-feira, 19 de março de 2012

RARO NO BRASIL, RARÍSSIMO NA EUROPA


Embrora a produção de 822 unidades do Willys Interlagos, entre 1962 e 1966, não seja nenhuma exorbitância, mesmo considerando os números da indústria nacional naquela época, ela supera de longe a do equivalente Alpine A-108 na França, que não chegou a 100 unidades entre 1958 e 1965. A vocação para competições a que tanto se famialiarizaram os entusiastas brasileiros dos anos 60, no entanto, foi vista na Europa: em 1960, dois A-108 alinharam para a Tour de France, com apoio da própria Alpine que, na época, ainda não era subsidiária da Renault.

A BELINA ARGENTINA

Falando em Renault, me veio à lembrança a perua 21 Nevada TXE, que foi importada em quantidades razoáveis para o Brasil nos idos de 1992-93. Apesar de antiquada, ela vinha com um quatro-cilindros 2.2, era espaçosa e oferecia a terceira fileira de bancos opcional, predicados que poderiam ter garantido maior sucesso por aqui se não fossem os atritos da marca francesa com seu representante na época, o grupo CAOA (hoje à frente da Hyundai e da Subaru), que afundaram não só a imagem da peruona, mas também dos mais modernos 19 e Laguna. Compará-la com a Belina não é exagero, já que a única SW da Ford a ter feito sucesso em terras brasileiras era derivada do Renault 12, do final dos anos 60.

domingo, 18 de março de 2012

INTERVALO - 5



Mais uma para a coletânea de grandes comerciais evocando as tradições das respectivas marcas. Embora lindo, o de hoje especialmente é uma expressão da crise existencial que assola o Velho Continente, que procura se apegar aos seus valores mais arraigados para se reinventar. Para nós aqui de longe, entretanto, é apenas um minutinho em que nos permitimos sorrir.

sexta-feira, 16 de março de 2012

INTERVALO - 4



Talvez o filme mais famoso entre os entusiastas automotivos, esse comercial de lançamento do Porsche 996 Turbo, de 2000, resume bem o quão chato seria o mundo se não fossem os sonhos e as paixões. Um clássico à altura da linhagem 911!

INTERVALO - 3



Filme de 2011 feito para marcar o ressurgimento da MG, cujos veículos agora são manufaturados na China. Situação delicada em que foi preciso exaltar as raízes e as tradições britânicas da marca do octogonal sem esconder ou minimizar o fato de serem feitos na terra das falsificações baratas. O resultado foi um filme de extremo bom-gosto, assim como o novo MG6, sedã esportivo que virou carro-chefe da marca.

quinta-feira, 15 de março de 2012

INTERVALO - 2



Comercial institucional da Chrysler de 2011. De muito bom-gosto, ao contrário da reestilização do 300 que aparece no final...

INTERVALO - 1


Não sei se é uma tendência recente, mas alguns comerciais estrangeiros atuais evocando clássicos do passado têm se mostrado verdadeiras pérolas. Vamos pingando alguns por aqui e ver se o blog ressuscita no tranco.
Para inaugurar, o da clássica Kombi, idealizada pelo comerciante holandês Ben Pon e concebida pela VW em 1947, ainda sob tutela do exército britânico na figura do Major Ivan Hirst, e que sopra 65 velinhas neste ano. Não sei se a origem holandesa do filme é uma homenagem a Pon ou se é coincidência mesmo.
Divirtam-se!