segunda-feira, 31 de outubro de 2011

MENOS DO MESMO


Depois de alguns ensaios para pendurar as chuteiras, parece que, realmente, está chegando a hora do Antigomóveis se despedir com dignidade dos seus leitores. Em três anos e pouco, creio que tudo o que eu tinha a dizer a respeito dos automóveis antigos está aí, metodicamente organizado e ricamente comentado pelos leitores, muitos dos quais se tornaram grandes amigos. Nunca se teve aqui a pretensão de se tornar referência de nada, mas certamente a meta de ficar longe do pedantismo, que muitas vezes tolhe o prazer das boas coisas da vida, foi perseguida - e, creio, alcançada na maior parte das vezes. Continuar a escrever na linha editorial adotada até aqui seria repetir à exaustão o que já foi dito, algo sem sentido em uma atividade feita por puro diletantismo. Eventualmente, pode surgir uma abordagem nova que renove o fôlego do blog, mas não é o que se desenha no horizonte, talvez porque a linguagem dos blogs tenha sido superada pelo alcance das redes sociais e pela rapidez do Twitter, talvez porque o tema tenha se esgotado mesmo. Paralelamente, decidi não expandir mais minha pequena coleção nos próximos anos, coleção cuja foto escolhi para fechar este trabalho - a hora, enfim, é de curtir o que já foi construído. Obrigado a vocês pelo prestígio nesse tempo todo, uma época de intensidade estonteante na minha vida pessoal. A gente se vê por aí.
Abraços,
Luís Augusto

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 20 - MEGAHITS




E, para fechar a série Top 3, três unanimidades, três carros que, de tão bons, resistem até mesmo às análises mais ácidas do Zullino e do M. Se você não tiver um orçamento ilimitado, já está no mundo do carro antigo há algum tempo e quer tocar um projeto que te dá o tão sonhado passaporte para ser saudado como um connaisseur em qualquer rodinha ou encontro de colecionadores, um Mustang 64-68, um Porsche 911 dos anos 70 ou um MGB, cada qual com sua personalidade bem distinta, são os meus três eleitos para a tarefa. Relativamente acessíveis, com farta literatura e repuestos facílimos de encontrar, eles são ótimos candidatos a companheiros de muitos anos. E o melhor: não são caríssimos como as Ferrari e outras berlinetas italianas, sua manutenção é muito menos complexa do que a de um Alfa ou Jaguar, seu desempenho é instigante como deve ser e, mesmo na quarta ou quinta década de vida, são mais joviais do que muitos sisudos alemães e menos datados do que a maioria dos franceses. E você? Prefere a música de um V8, o carisma de um puro-sangue com seu boxer refrigerado a ar ou a magia de um esportivo britânico? Faça sua escolha, entre em contato com o M para importar o seu, programe uma belíssima restauração e divirta-se com seu brinquedo! Se alguém falar mal é pura inveja...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 19 - NOBRES ESQUECIDOS




Para fazer contraposição à categoria abaixo, selecionei três carros brasileiros também derivados de modelos de grande produção, mas que realmente tinham algo de verdadeiramente esportivo em suas almas, além de um simples aumento da potência. Curiosamente, nenhum dos três desperta sequer a metade dos suspiros dos "esportivados" abaixo, mostrando o quão complexa pode ser a paixão por automóveis antigos. São eles, o Willys 1093, do qual já se falou aqui, o Oggi CSS, já abordado aqui e o Vectra GSi, um canhão de 150 cv e 220 km/h de máxima graças a cabeçote de alumínio, pistões forjados, como no Opel Calibra, injeção multiponto seqüencial e escapamento dimensionado, um conjunto bem diferente daquele do Vectra CD de segunda geração, também 2.0 16V. Todos preferiram sair de costas para os leitores, em um discreto protesto contra a indiferença da maioria dos antigomobilistas em relação à sua memória.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 18 - ESPORTIVADOS




Desde muito cedo na indústria automotiva brasileira, "esportivar" um modelo de grande produção provou ser atividade das mais rentáveis. Um aumentozinho na cilindrada, um carburadorzinho a mais aqui, um comando mais bravo acolá, falsas entradas de ar, aerofólios, faixas decorativas, bancos esportivos e... pronto! Mais um "puro-sangue" orgulhosamente brasileiro estava à disposição de um público ávido por novidades, normalmente por um preço tão intimidador quanto a aparência. Do Simca Rally ao Kadett GSi, a fórmula foi repetida à exaustão, mas qual seria o mais interessante? Meus eleitos seriam o Dodge Charger R/T dos primeirões de 1971, o Opala SS 73 e o Passat Pointer da última safra. Um Esplanada GTX e o próprio Kadett GSi também não iriam mal... nem um Monza S/R ou um Maverick GT. Ai, ai...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 17 - BARATEX




Você está louco para ingressar no antigomobilismo, mas o orçamento está curto? Não concorda com o que andam pedindo por Opala 4 cilindros ou Fusquinha meia-boca? É metido a conhecedor e não aceita qualquer tranqueira apenas pelo fato de ser antiga? Não perca a esperança! Apesar da enorme valorização vista nos últimos 10 ou 15 anos, ainda é possível encontrar coisa boa por até, digamos, 10 mil reais, muitas vezes ainda com os primeiros proprietários. Mas é bom se apressar para não perder a onda e depois entrar na turma que adora contar que deixou de comprar um Charger inteiríssimo por 5 mil reais há não sei quantos anos...
Com vocês, três modelos muito bem aceitos entre os entusiastas europeus e ainda encontradiços por estas bandas a preços atraentes, o Hillman Avenger, o Opel Kadett C e o Fiat 127 - Dodginho, Chevette e 147 para os íntimos. Naturalmente, para deixá-los em estado tão impecável como o dos carros das fotos, você vai ter que investir um pouquinho na elegância deles, coisa de duas ou três vezes o valor da compra...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 16 - ESTRELAS DE TV




Esses, talvez pela longevidade dos seriados, marcaram até mais do que as estrelas de cinema e ficaram no imaginário de gerações inteiras. Afinal, qual "garoto", hoje com 30 e poucos anos, que nunca se imaginou ao volante da Ferrari 308 do Magnum ou dando saltos com o Charger General Lee de Os Gatões? E sobre o Simca Chambord do Vigilante Rodoviário, qual a idade atual dos garotos daquela época?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

FUSCONES

Novo blog na parada - e dos bons! O Flat 6 power do Migdonio, especialista em Porsche, promete ser o novo ponto de encontro dos amantes do velho boxer. Já está entre os favoritos do Antigomóveis.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 15 - NOVOS CLÁSSICOS




A segunda década do terceiro milênio já avança e os carros dos anos 90 começam a despertar interesse especial. Tirando os modelos de marcas prestigiosas (ou premium, como adoram dizer os marketeiros), separei três boas apostas dos anos 90 para fazerem sucesso nos futuros encontros de antigomobilistas. O Mazda Miata MX-5 deve ser unanimidade. Nascido de maneira um tanto despretensiosa para reviver o espírito dos roadsters ingleses dos anos 60, ele foi um sucesso estrondoso mesmo sem números expressivos de desempenho, mostrando novamente que esportividade está muito além de marcas absolutas de velocidade e aceleração e que releituras de clássicos do passado transcendem as meras caricaturas que andam por aí. Já o Chevrolet Omega CD, feito por aqui entre 1993 e 1998, deverá ser lembrado como o último grande automóvel fabricado no Brasil. As versões 3.0 têm comportamento superior, mas meu eleito seria o 4.1 de 168 cv herdado, a partir de 1995, do Opala, cuja sombra ainda paira - injustamente - sobre seu substituto. E o último, um iconoclasta que marcou época, mas acabou não ditando tendências, o Citroën XM, lançado em 1989 para celebrar os 200 anos da Revolução Francesa. Belo design e suspensão "hidroproblemática" estão no pacote deste que também deve merecer lugar nas coleções futuras. Menção honrosa a um certo Suzuki Swift...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

OS 3 MELHORES # 14 - DA TERRINHA




Ok, o Brasil nunca teve uma indústria automobilística genuinamente nacional, mas algumas iniciativas daqui enchem os mais ufanistas de orgulho e despertam as mais diversas teorias conspiratórias contra o "capitalismo predatório" que tomou conta "desse país", muito embora boa parte dessas iniciativas não passassem de devaneios empreendedoristas. Polêmicas à parte, tivemos mesmo alguns carros que merecem figurar em qualquer resenha sobre a História do Automóvel e não foi difícil chegar aos três mais expressivos. Não foi incluído aqui o hours concours GT Malzoni, que já garantiu seu lugar em outra categoria. Pois bem, aos vencedores: Brasinca 4200 GT Uirapuru, Puma GTE e VW Brasília. Sobre o primeiro, nem há muito mais o que dizer além de que sou fã confesso do seu desenho e da sua realização como produto digno de figurar ao lado dos GTs europeus em uma época em que a tecnologia brasileira ainda engatinhava. O Puma com motor VW, das safras 68-72, é o esportivo nacional por excelência. Bonito, leve e rápido, ele acabou sendo vítima da política equivocada da marca e logo se transformou em um Fusca travestido de esportivo com péssimo acabamento e desenho cada vez mais genérico, chegando ao vulgar no final da carreira. Mas os primeirões ainda enchem os olhos! E, finalmente o Brasília, sucesso estrondoso que deu ao brasileiro espaço e modernidade dos contemporâneos europeus aliado à robustez e confiabilidade do imortal Fusca que lhe deu origem. Seu "gênero" envolve alguma confusão, pois trata-se de um hatchback (masculino, portanto) que, muito espertamente, foi enquadrado pela VW como perua (feminino) na época do lançamento, para pagar menos imposto. Portanto, é "o" Brasília, mesmo.

OS 3 MELHORES # 13 - TAXIS





Berlim tem seus fabulosos Mercedes Classe E, assim como boa parte da Europa ocidental; Munique é um bastião de resistência à estrela de três pontas, com parte da frota de carros "de praça" composta orgulhosamente de BMWs Série 5. O México (ainda) tem seus Vochos, deliciosamente inadequados ao serviço, enquanto o Rio de Janeiro se rendeu à praticidade das Merivas. Mas os três eleitos de hoje conseguiram se integrar tão bem à paisagem de suas cidades que dá pena pensar em voltar lá e não mais encontrá-los, substituídos pela ditadura da produção em massa e da otimização do espaço interno. Com vocês, o já falecido Checker Marathon, de NY, do qual ainda há alguns modelos fazendo city-tours por Manhattan, o londrino Austin Fairway, que ultimamente ganhou corpo de Fiat Dobló/Renault Kangoo, mantendo as feições originais, em um exercício de mau-gosto pouco comum nos britânicos, e o moribundo Peugeot 504, que ainda pode ser visto em Buenos Aires e que já mereceu um post por aqui, a respeito do seu charme, em priscas eras.